Soja x câncer de mama (bom ou ruim?)

Receptores de estrogênio, localizados no hipotálamo, são fundamentais para o controle do apetite. Quando estes receptores são destruídos, animais de laboratório ingerem mais comida, gastam menos energia e acumulam mais peso, um fator de risco para o câncer de mama.

Existem dois tipos principais de receptores de estrogênio: o alfa e o beta. Estes receptores também estão localizados em outras partes do corpo. O receptor de estrogênio do tipo alfa (ER-alfa), tem um papel importante na regulação da ingestão de alimentos e no gasto energético.

Muitas pessoas tem medo de consumir soja, pois seus fitoestrógenos, chamados isoflavonas, ligam-se aos receptores de estrogênio. O medo seria de que esta ligação aumentaria o peso e também o risco de câncer de mama.

Como os estrógenos podem promover o crescimento do câncer de mama, é natural supor que os fitoestrógenos também possam. Contudo, ao contrário do estrogênio produzido pelo corpo das mulheres (que liga-se ao receptor alfa), os fitoestrogênios da soja ligam-se preferencialmente aos receptores beta (ERβ). Na verdade, esta ligação beta parece ter um efeito antiestrogênico, inibindo os efeitos promotores de crescimento do estrogênio real. Claro, a dieta deve ser variada pois nada em exagero faz bem.

Estima-se que se uma mulher consumisse 58 xícaras de soja por dia, também teria uma ativação alfa significativa. Mas isso não acontece, certo? E pesquisas mostram que mulheres que consumiram soja ao longo da vida na verdade tiverem menores taxas de câncer de mama. Isto explica as diferenças entre o ocidente e a Ásia, onde o consumo de soja (na forma de tofu, tempeh, missô, edamame) é bem maior e a incidência de câncer de mama, muito menor.

Agora, quando mulheres japonesas mudam-se para o ocidente, incorporando seus hábitos alimentares, a incidência de câncer de mama aumenta. Se a mulher já tem câncer, a ingestão de alimentos a base de soja também parece estar associada à menor mortalidade e menor recorrência da doença.

Vitamina D abaixo de 40 ng/ml para mulheres é super comum em todo o mundo. Convém suplementar pois associa-se a maior perda óssea, piora da imunidade, aumento do risco de câncer de mama e declínio cognitivo. Para agendamento de consulta acesse: www.andreiatorres.com/consultoria

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/