Somos seres curiosos e estamos sempre aprendendo. Observe um bebê interagindo com o mundo, como ele experimenta e se interessa por tudo. Depois vamos para a escola e estudamos português, geografia, matemática, ciências e tantas outras coisas! E não paramos por aí. Tem gente que vai para a faculdade para aprender mais. Tem gente que passa o dia aprendendo na internet. Interessam-se e buscam informações sobre um monte de coisas: política, namoro, moda, futebol, filmes, novela, sexo... Mas ao mesmo tempo em que buscam entender o mundo e interessam-se por tantas coisas externas esquecem de olhar para dentro e se pesquisarem, se indagarem, se conhecerem. E aí surpreendem-se. Sabe quando você reage a uma situação sem pensar e depois não acredita porque se comportou de tal forma? Uma forma que muitas vezes não admira? Erramos muito. É normal. Mas para mudar, para que possamos ter uma vida mais harmoniosa, tranquila e feliz, para que possamos lidar melhor com o mundo, com os problemas, com nossa rotina precisamos nos conhecer.
Tem gente que explode com o mundo e diz: "Sou assim mesmo, sou nervoso". Alguém deprimido pode dizer: "nem todo mundo nasceu para ser feliz". Uma mulher ciumenta pode dizer: "homem não presta, tenho que ficar de olho". Mas será que esses raciocínios estão corretos? As crianças pequenas são assim? Nervosas, estressadas, deprimidas, rancorosas, ciumentas? Não, estes comportamentos são aprendidos. São resultados de nossas interações com o mundo. E para mudar não podemos depender das reações e dos comportamentos dos outros. Para sermos felizes, plenos, para termos a vida que almejamos precisamos nos fortalecer. Se não nos fortalecimento buscamos suprir nossas carências em lugares errados, com pessoas erradas, em relacionamentos inadequados, nas redes sociais.
Eu amo a Internet. Mas ela pode ser boa ou ruim. No primeiro parágrafo falei da internet como fonte de informação. Isso é algo bom. Mas pode ser ruim se serve para que você não tenha tempo para mais nada, nem para você mesmo. No segundo parágrafo falei das redes sociais. Ela pode nos aproximar de quem está longe e isso é bom. Mas se a usamos para suprir nossas carências, para termos mais "amigos", para conseguirmos mais "likes" e apreciação de estranhos isso pode não ser bom. Não estamos resolvendo problemas. E se estes "amigos" desaparecerem? As redes sociais prometem relacionamentos plenos e, com certeza, tiveram influências positivas em nossa vida. Podemos falar com gente que está longe, podemos debater qualquer assunto. Eu mesma não gostaria de voltar no tempo e ficar sem internet.
Mesmo assim entendo que muita gente tem ficado com a capacidade de olhar no olho atrofiada. Tem gente que passa a noite no computador ao invés de interagir com a família. E como o resto da família também está grudada no smartphone, no tablet ou na TV fica parecendo que está tudo bem. Mas não está. As crianças não estão desenvolvendo capacidades de leitura de linguagem verbal e corporal. Não acham graça correr, brincar, pular ao vivo e a cores. Como serão os relacionamentos do futuro? As crianças já crescem em contato com redes sociais que encorajam afirmações positivas. As pessoas comparam o número de amigos, o número de likes, o número de interações. Vivem precisando ter o ego massageado. O narcisismo é constantemente alimentado e gera expectativas irrealistas.
Para pessoas frágeis esta competitividade pode ser desastrosa. Fora isso, hoje é comum 5.000 amigos online e nem um amigo real. Decida sair de casa. Se tiver crianças em casa, leve-as com você. Encoraje interações. Exponha-se ao ar fresco, ao sol. Fale com as pessoas com as quais encontra. Na internet podemos ter uma personalidade a parte, podemos mostrar uma vida maravilhosa. Mas relacionamentos verdadeiros demandam sinceridade e confiança. Demandam interações sem máscaras. E para isso nossa autoestima precisa ser fortalecida de verdade. Nas redes sociais, se você pisa na bola alguém te xinga. Na vida real, com amigos de verdade, você pisa na bola e recebe carinho, conselhos, colo. E é isso o que vale. Estabelecemos limites na vida real. Não convidamos qualquer pessoa a nossa casa. No mundo virtual os limites também precisam existir.
A liberdade de expressão deve ser defendida sempre. Mas liberdade de expressão é diferente de grosseria e conduta abusiva. Na sua casa você decide quem entra. Nas suas redes sociais você também tem que decidir quem fica e quem precisa ser bloqueado. Isso mesmo! Todo mundo pode discordar da gente, porém com respeito. Ignore tudo o que não te diz respeito. Afinal, é seu bem estar e autoestima em jogo.
Concentre-se no que te faz bem, no que te ajuda a evoluir. Se o seu relacionamento com a internet está disfuncional admita e faça um detox. Eu já precisei passar por ele. Durante o doutorado saí do Instagram, Facebook, Twitter. Precisava ter foco. Depois que terminei o pós-doutorado voltei para o Facebook. Mas até hoje me policio. O que mais importante em cada momento? Tenho várias prioridades diárias e nunca o Facebook foi uma delas. Por isto, hoje entro nele uma vez ao dia. Até o email precisou ser regulado. Entro nele pela manhã e antes de terminar o dia de trabalho. E só.
Por que esse radicalismo? Porque cada vez que paramos para dar uma olhadinha em algo podemos demorar 5 a 20 minutos para conseguir concentrar novamente no que é importante. Se você está estudando, para uma prova, concurso ou escrevendo sua dissertação várias espiadinhas ao dia podem custar o dia. A chave para usar as redes sociais é o equilíbrio. Obviamente meu conceito de equilíbrio pode ser bem diferente do seu. Mesmo assim vale a pena você se perguntar: "O tempo que passo nas redes sociais me ajuda ou me atrapalha?". "Contribui para que eu me torne quem eu quero ser ou me afasta disso?". Se as redes sociais estiverem te atrapalhando, como você poderá resolver? Cancelando sua conta? Parece muito radical? Então que tal limitar o uso a certos dias e horários da semana? Você daria conta?
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