O TSH é produzido pela glândula hipófise no cérebro. Estimula a tireóide a produzir seus hormônios T3 e T4. Estes, por sua vez, estimulam as células a produzirem mais mitocôndrias. Tecidos nobres, que gastam muita energia, são então altamente influenciados por disfunções na tireóide. O cérebro é um deles. Apesar de constituir apenas 2% do peso do corpo, consome 20% da energia que usamos diariamente.
O problema é que o cérebro não consegue armazenar energia. Assim, suas mitocôndrias precisam estar muito saudáveis pois precisarão sintetizar energia constantemente. Os hormônios da tireoide afetam o metabolismo e a produção de energia. Ligam-se à mitocôndria e enviam a ela sinais para aumentar ou diminuir a produção de ATP. Assim, quanto mais hormônios da tireoide estiverem presentes, mais ATP será produzido e, consequentemente, mais rápido será o metabolismo. Aumentando o metabolismo, cresce também a produção de calor; é assim que a tireoide acaba controlando também a temperatura do corpo.
Então vejamos, precisamos de mitocôndrias saudáveis, tireóide saudável e também de uma hipófise saudável. A glândula mãe - hipófise ou pituitária - alimenta outras glândulas. Está localizada na base do crânio e tem o tamanho aproximado de uma ervilha. Apesar de seu pequeno tamanho tem um papel fundamental em nossa saúde, regulando o funcionamento de muitos tecidos.
Para a hipófise funcionar bem e produzir seus hormônios precisará de nutrientes como magnésio, zinco e DHA. Ou seja, carências nutricionais afetarão todo o organismo visto que a hipótese produz diariamente mais de dez hormônios, dentre eles o TSH (hormônio estimulante da tireóide). Intoxicação por metais pesados, consumo de gordura hidrogenada ou gorduras oxidadas também reduzem a função da hipófise.
São inúmeras as consequências deste mal funcionamento. No corpo, o TSH desempenha uma função importante: induzir a produção de T3 e T4 na tireóide.Por exemplo, gestantes com TSH, T3 e T4 baixos podem ter bebês com menor QI, mais hiperatividade e déficit de atenção.
Já níveis normais de T3 e T4 e TSH alto mostram um mal funcionamento da tireóide, caracterizando um hipotireoidismo subclínico. Nesta fase, não parece haver benefício no uso de hormônios da tireóide mas é fundamental o reequilíbrio da tireóide com dieta antiinflamatória e reposição de nutrientes como zinco e selênio, que estimularão a produção de T3.
É bom lembrar que a disfunção mitocondrial acarretará em níveis baixos de ATP, o que também desregulará a tireóide visto que esta terá mais dificuldade para converter T4 em T3. Nesta situação poderemos encontrar TSH normal, T4 normal e T3 baixo, condição chamada de hipotireoidismo tecidual ou celular.
Para a produção de T3 e T4 também não pode faltar iodo. A tireóide consome 80 a 90% do iodo presente no corpo. Por outro lado, a eliminação diária pela urina também é grande (75%) visto que o iodo é tóxico. Para avaliar iodo o ideal é justamente a dosagem urinária. A dosagem de iodo no sangue já serve para controle de suplementação. É importante lembrar que não é só a carência de iodo, zinco e selênio que vão afetar a tireóide, mas também a deficiência de vitamina A e ferro. Muita gente tem medo de suplementar ferro e aumentar o estresse oxidativo mas a produção de radicais livres também é importante para a tireóide! (escreverei um texto sobre a suplementação de ferro, em breve).
Radicais livres são importantes para a vida celular. Precisamos de H2O2 (peróxido de hidrogênio) para deixar o iodo instável. É desta forma que conseguirá se acoplar ao aminoácido tirosina para a produção de T3 (triiodotironina) e T4 (tetraiodotironina). Claro, se a produção de radicais livres for excessiva, o metabolismo também é desregulado. E é por isso, que cuidados são necessários na suplementação de qualquer nutriente.
Nota importante: antes de fazer exames dos hormônios da tireóide suspenda a suplementação de biotina. Esta vitamina do complexo B interfere no resultado dos exames como T4, T3 e cortisol. A alteração ocorre pois a maioria dos imunoensaios depende da ligação de biotina-estreptavidina e, quando a amostra de sangue contém megadoses de biotina, há interferência nesse resultado, tornando-os artificialmente altos. Por isso, precisa haver suspensão do uso de biotina (comum em suplementos multivitamínicos) pelo menos por 72 horas antes do exame.
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