O estresse oxidativo parece ser uma alteração bioquímica comum em grande parte das pessoas com algum transtorno do espectro do autismo (TEA). Alguns compostos sulfurados (contendo enxofre) necessários à reações de destoxificação (eliminação de toxinas), especialmente sulfatação, também estão em menor concentração no sangue de indivíduos com TEA. Desta forma, compostos com dupla capacidade, reduzindo a quantidade de radicais livres e melhorando processos de sulfatação vem sendo investigados.
Compostos sulfurados com propriedades antioxidantes incluem n-acetilcisteína, sulforafano e L-carnitina. Um fator contribuinte para o déficit de substâncias sulfuradas no autismo é a maior excreção destes compostos pela urina. Estudos mostram que nos TEA a excreção de sulfato pode ser entre 200 e 700% maior, o que dificulta as reações de destoxificação e aumenta o estresse oxidativo.
Existem evidências de que o déficit de substâncias sulfuradas reduz a produção de energia, afeta o microbioma intestinal e o comportamento. A sulfatação é uma das rotas metabólicas que contribuem para a redução do excesso de alguns neurotransmissores secretados pelo cérebro de autistas.
Alguns pesquisadores conseguiram demonstrar que a suplementação de n-acetilcisteína reduziu a irritabilidade; a L-carnitina melhorou o comportamento avaliado com o uso de escalas clássicas da área. Estudos também mostram que a redução da irritabilidade é melhor quando se associa risperidona (antipsicótico) com n-acetilcisteína. Ou seja, o medicamento risperidona, quando utilizado sozinho parece ter uma menor eficácia do que quando associado ao suplemento n-acetilcisteína. Desta forma, mais estudos nesta área são indicados (Bittker, 2016)
A benfotiamina (derivada da vitamina B1, tiamina) e a biotina, vitamina do complexo B que contém enxofre também vem sendo investigadas. Mais sobre esta temática no curso online sobre autismo.