Em 2005 o pesquisador inglês Paul Thornalley descreveu em um artigo os sintomas da deficiência aguda de tiamina em diabéticos. Como diabéticos tornam-se deficientes em tiamina? Quando os níveis de açúcar no sangue começam a subir os rins passam a excretar tiamina em uma taxa 16 a 25 vezes acima do normal. Os rins danificados pela glicose não conseguem reabsorver a tiamina.
A tiamina é uma vitamina do complexo B, é fundamental para o adequado funcionamento do sistema nervoso, dos músculos e do coração. Além disso, desempenha um papel importante no metabolismo da glicose. Sua carência aumenta o nervosismo, irritação, fadiga, depressão, pode levar a perda de apetite e energia, dores no abdômen e no peito, sensação de agulhadas e queimação nos pés, perda do tato e da memória e problemas de concentração. No diabético a polineuropatia, nefropatia, retinopatia e doenças cardíacas são comuns e podem ser resultado da carência de B1.
A deficiência ser mais comuns em alcoólatras, desnutridos, pessoas com vômitos frequentes (incluindo gestantes e indivíduos bulímicos), e em pessoas com hipocloridria, devido ao envelhecimento, uso de antiácidos ou pós-cirurgia de estômago, como a gastroplastia.
A recomendação de tiamina para adultos é de 1,1 mg/dia para mulheres e 1,2 mg/dia para homens. A tiamina está presente em uma variedade grande de alimentos, porém em baixa quantidade:
- Feijão preto (0,4mg em 1/2 xícara)
- Macarrão integral cozido (0,2 mg em 1 xícara)
- Abóbora cozida (0,2 mg em 1/2 xícara)
- Espiga de milho cozida (0,1 mg em 1 und grande)
- Carne cozida (0,1 mg em 85g)
- Iogurte natural (0,1 mg em 1 xícara)
- Suco de laranja concentrado (0,1 mg em 1 copo)
Com perdas renais grandes a suplementação passa a ser necessária, sendo recomendada para diabéticos. A benfotiamina é um derivado sintético da tiamina, sendo melhor absorvida e menos excretada que a tiamina dos alimentos. Assim, a mesma acaba protegendo nervos e pequenos vasos contra a glicose circulante. Inibe também a formação de compostos de glicação avançada, que atacam retina, rins e coração.
A benfotiamina pode ser ainda aliada à vitamina B6 e ao ácido alfa-lipóico para maior proteção do paciente diabético, com menos efeitos colaterais do que drogas tradicionais e muitos resultados positivos.