Dieta e esteatose hepática

A esteatose hepática é uma condição em que uma grande quantidade de gordura se acumula no fígado prejudicando o funcionamento do mesmo. O órgão é indispensável à vida, sendo o grande responsável pelo metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios e pela desintoxicação do corpo. Assim, mal estar, dor na parte superior do abdome ou desconforto após as refeições podem aparecer como sintomas precoces do problema. A esteatose pode ser revertida porém, se não tratada, pode evoluir para destruição progressiva do fígado. As principais causas da esteatose são o consumo excessivo de álcool, a obesidade, o diabetes mellitus não controlado, o consumo excessivo de calorias, carboidratos e gordura.

Assim, o tratamento, em geral, envolve emagrecimento, redução do consumo calórico, redução do consumo de gorduras e aumento de alimentos antiinflamatórios no cardápio. O consumo de frutose também precisa ser diminuído por isto açúcares, doces, massas, refrigerantes, sucos adoçados e frutas com alta carga glicêmica ficam fora da dieta.

A quercetina presente na maçã, cebola e brócolis, contribui para a recuperação do órgão. O gengibre também possui substâncias antiinflamatórias que suprimem o NFKb, assim como a curcumina presente no açafrão. Chás, como o de erva-mate sem açúcar, também reduzem a inflamação. Suplementos  muito pesquisados e utilizados incluem a silimarina e a acetilcisteína.

A dra. Maria Inês Faviere indica ainda em seu livro (em promoção na livraria Florence) o consumo de frutas com propriedades antioxidantes, principalmente as ricas em vitamina C (acerola, amora, abacaxi, kiwi, limão, laranja, tangerina), alimentos ricos em ômega-3 (atum fresco, algas, arenque, anchova, bacalhau, cavala, linguado, salmão, sardinha, truta), selênio (castanhas), ácido alfa lipóico (espinafre) e colina (alface, broto de alfafa, couve-flor, cogumelos, cenoura, lêvedo de cerveja, aveia). Indica ainda o consumo de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), presente no caju, no ovo, nos peixes, queijos, sementes de gergelim e abóbora, cogumelos e na castanha do Brasil. Outros aminoácidos importantes para o restabelecimento do fígado são a cisteína, a taurina e a metionina, presentes em carnes em geral, pescados, laticínios, clara de ovo, leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, soja) e oleaginosas (amendoim, castanha do Brasil, castanha de cajú).

O ideal é dar preferência aos alimentos pois alguns suplementos tem sido associados a lesões no fígado. Por isto, sempre consulte seu nutricionista antes de iniciar o consumo de qualquer produto ou erva.

Artigo recomendado:

Lustig (2013). Fructose: it's "alcohol without the buzz". Advances in Nutrition. Disponível em: www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3649103/

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/