Artigo publicado na revista científica Nature Chemical Biology tentou mostrar os motivos pelos quais o consumo de ômega-3 na forma de peixes, óleos, castanhas ou suplementos pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares e inflamatórias.
No estudo foram avaliados os compostos produzidos pelo ômega-3 nos macrófagos, células do sistema imune presentes sempre que uma inflamação está presente. Os derivados detectados possuem a capacidade de reagir com elétrons e alvos moleculares, estimulando mudanças na função de proteínas e na expressão gênica.
Tais modificações resultam em respostas antiinflamatórias. De acordo com o grupo de pesquisadores a enzima ciclooxigenase-2 (COX-2), alvo para muitos medicamentos comuns como aspirina, ibuprofeno e acetaminofen, media a transformação do ômega-3 em derivados eletrofílicos (que reagem com elétrons).
Estes medicamentos aumentam a produção de derivados eletrofílicos (que combinam-se com os elétrons) induzindo sinais antiinflamatórios. O que acontece é que tais compostos ligam-se a resíduos de cisteína e histidina das proteínas e ativam a expressão de genes antioxidantes dependentes de Nrf2. Os compostos derivados do ômega-3 (EPA e DHA) agem ativando o receptor PPARy e inibindo citocinas inflamatórias e a produção de óxido nítrico.
GROEGER, A.L. et al. Cyclooxygenase-2 generates anti-inflammatory mediators from omega-3 fatty acids. Nature Chemical Biology. Published online: 2 May 2010 | doi:10.1038/nchembio.367.