As prescrições dietéticas para o diabético mudaram com o passar dos anos. De uma alimentação muito pobre em carboidratos adotada antes da descoberta da insulina, várias propostas foram feitas: muito carboidrato + insulina, vegetariana, hiperprotéica, rica em fibras...
Mas qual é a melhor opção? A melhor proporção entre carboidratos, proteínas e lipídios ainda é motivo de controvérsias e debates e a maior parte dos estudiosos da área continua acreditando que a individualização é necessária. Claro! Se não somos iguais, se nossos hábitos alimentares, estágios de vida, atividade física, carga de trabalho, vida social são tão diferentes por que nossa dieta deveria ser igual? Mas vejamos o que hoje é considerado mais eficiente afim de reduzir a glicemia, promover perda de peso e reduzir doenças cardiovasculares (a principal causa de morte entre diabéticos):
Experimente: em 2008 a associação americana de diabetes publicou na revista Diabetes Care um posicionamento reconhecendo que diferentes padrões dietéticos podiam ser aceitos na busca por uma boa saúde. Por isto, converse com o seu nutricionista. O objetivo não é retirar todo o prazer de comer da sua vida e sim buscar alternativas que se encaixem em sua vida, não limitem tanto suas opções e ainda assim promovam melhorias em seu perfil metabólico. É lógico que a perda de peso é importante para muitos, mas dietas restritas, com muito pouca gordura ou carboidratos apesar de parecerem ideais, na maioria das vezes não são seguidas. Ou seja, é melhor uma dieta com menos restrição mas que promova benefícios a longo prazo.
Pessoas com glicemia controlada ou que fazem contagem de carboidratos podem adotar dieta com uma boa variedade de cereais integrais, frutas, verduras, leguminosas (feijão, soja, lentilha, ervilha, grão de bico) e oleaginosas (nozes, castanhas). Isto porque um consumo de fibras de 14 gramas para cada 1000 kcal realmente melhora o controle da glicemia, glicemia glicada, triglicerídeos e colesterol LDL, tanto em diabéticos tipo 1 quanto nos tipo 2.
Dieta mediterrânea: Esta estratégia, que inclui a redução significativa no consumo de carne vermelha e açúcares, e o aumento do consumo de gorduras monoinsaturadas (presente no azeite, no abacate, no açaí...) auxilia na perda de peso e diminui os níveis de glicose e de triglicerídeos, o que é importantíssimo para a prevenção de doenças cardíacas.
Não há uma única possibilidade de dieta. Aliás, fazer com que as pessoas sigam a mesma dieta por longo tempo é complicadíssimo. O que o diabético não pode é ficar sem acompanhamento. O monitoramento da função renal, dos níveis de açúcar e gordura plasmáticos são fundamentais para que ajustes possam ser feitos e para que a qualidade de vida a longo prazo se mantenha.