Droga anti-obesidade pode prevenir e tratar doenças hepáticas relacionadas ao excesso de peso

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Um novo estudo com o medicamento Rimonabant mostrou que o mesmo diminui enzimas marcadoras de danos hepáticos, melhora o perfil lipídico e reduz os níveis de proteínas pró-inflamatórias em camundongos. Os resultados foram publicados no volume de julho, 2007 do jornal científico Hepatology.

A obesidade é uma doença crônica, inflamatória e progressiva associada à mudanças dramáticas nos tecidos e nos níveis sanguíneos de proteínas pró-inflamatórias e de hormônios. É a principal causa dde diversas síndromes metabólicas e de suas complicações, incluindo esteatose hepática.

As drogas disponíveis no mercado geralmente atuam em uma única frente, ou reduzindo o apetite, ou prevenindo a esteatose, ou diminuindo os níveis de açúcares ou colesterol no sangue. Este último estudo, conduzido por Mohammed Bensaid, estudou os efeitos do Romonabant. O mesmo bloqueia o receptor canabnóide CB1, reduzindo o consumo de alimentos, o peso corporal, a massa gorda e melhorando a sensibilidade à insulina e os níveis de gordura no sangue.

Neste estudo, camundongos obesos receberam o medicamento via oral durante 8 semanas e tiveram a ingestão alimentar monitorada. Os resultados mostraram que o tratamento com a droga reduziu o tamanho do fígado, aboliu a esteatose hepática e diminuiu as enzimas hepáticas marcadoras de lesões no fígado. O medicamento também reduziu os níveis do fator de necrose tumoral (FNT), uma proteína pró-inflamatória que parece induzir a resistência à insulina no fígado além de estar envolvida na progressão da esteatose e da cirrose.

O medicamento também reduziu os níveis de colesterol, triglicerídeos e melhorou a razão colesterol bom/colesterol ruim. Esta melhora no perfil lipídico parece dever-se à função de restauração que a droga exerce na estrutura e na função metabólica do músculo, das células de gordura e do fígado, todos tecidos envolvidos no metabolismo de de lipídios e de glicose. O tratamento também normalizou os níveis de adiponectina, um hormônio envolvido em diversas desordens metabólicas.

Em humanos os estudos ainda não são convincentes devido às altas taxas de desistência em virtude de efeitos colaterais como náuseas, tonteiras, diarreia e depressão.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/