Alternativas à risperidona no autismo

A risperidona é um medicamento utilizado para tratar transtornos como esquizofrenia, bipolaridade e autismo. Pertence a uma classe de medicamentos denominados antipsicóticos atípicos, que tenta restaurar o equilíbrio de neurotransmissores no cérebro. As indicações para o uso são pessoas acima de 5 anos com irritabilidade, agressividade e/ou auto-agressão. Pessoas autistas sem este quadro não devem tomar a medicação, já que ela não tem aplicabilidade ampla.

O medicamento pode ser encontrado sob os diferentes nomes comerciais como Risperidon®, Risleptic®, Ripevil®, Riss®, Risperd Risperidon®, Risleptic®, Ripevil®, Riss®, Risperdal®, Ri sperdal Consta®, Zargus®, Respidon® e Viverdal®.

Sua ação dá-se pela ligação aos receptores de serotonina, dopamina tipo 2 e histamina H1. O pico de ação é de 1 a 2 horas após o uso mas pode demorar 20 horas para ser totalmente excretada. Grande parte das crianças tomam antes de dormir para evitar os efeitos colaterais de lentidão, sedação, sonolência durante o dia.

Um efeito colateral comum é o aumento da prolactina, hormônio secretado na adenohipótese e que serve para estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias. Uma das consequências é a ginecomastia (aumento das mamas), inclusive em meninos (Dyer, 2019).

Outros efeitos colaterais da risperidona confundem-se com o próprio autismo e incluem movimentações incontroláveis (após 6 meses de uso), tremores, tontura, ataxia, baixa atenção, ganho de peso, aumento do colesterol, resistência à insulina, aumento de enzimas hepáticas, diarreia, constipação, náuseas, vômitos, dores de garganta, tremores, alterações no eletrocardiograma, congestão nasal, eczema, visão borrada, hipotermia. Com esses sintomas é comum que sejam usados outros medicamentos que vão trazer mais efeitos colaterais.

As alternativas incluem terapias adequadas, suplementação (teanina, GABA, magnésio etc), correção da disbiose intestinal (exclusão de alimentos alergênicos, uso de pré e probióticos), homeopatia, fitoterapia, óleos essenciais, atividade física, terapia cognitivo comportamental e ajuste da medicação (manutenção, substituição, redução, desmame). O desmame da risperidona acontece após a estabilização do comportamento. Não podemos mudar a genética mas podemos corrigir problemas de sulfatação e metilação, reduzir a exposição à compostos tóxicos, melhorar a eliminação de xenobióticos e assim por diante.

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Acho importante pesquisar a genética sim. Existem testes que podem ser feitos e estes testes mostram vários caminhos interessantes. Testes genéticos mostram se a pessoa metaboliza bem ou mal glúten, leite, vitaminas, minerais etc. Fiz o meu e mostro um pouquinho dos resultados neste vídeo.

E quem não tem acesso à testes genéticos? Pode começar excluir aquilo da dieta que costuma a alterar a microbiota, o funcionamento intestinal e o comportamento de um número de pacientes autistas: alimentos ultraprocessados, glúten e laticínios. Tem dúvida se vai funcionar? Teste por três meses e me diga o que aconteceu. Falo mais sobre estes temas em meu curso online: Nutrição e suplementação no autismo.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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