Os óleos do tipo ômega-3 desempenham uma série de funções no organismo. Por exemplo, melhoram a digestão, a atividade muscular, a coagulação sanguínea, a acuidade visual e a memória. Como não produzimos este ácido graxo o mesmo precisa estar disponível na dieta ou na forma de suplementos.
Podemos obter o ômega3 a partir de sementes como chia e linhaça e de peixes do mar ou do krill. Se desejar entender a diferença do ômega-3 de origem vegetal e de origem animal assista o vídeo logo abaixo.
Ômega-3, especificamente o DHA e o EPA são importantes para a divisão celular e função dos receptores celulares. Também desempenham um papel importante nas reações antiinflamatórias. Talvez você soubesse disso tudo. Agora, sabia que para estes efeitos o fígado precisa estar funcionando bem?
Pois é, este órgão fará a metabolização destes ácidos graxos e produzirá plasmalógenos (tipos especiais de lipídios). Os mesmos viajarão pela corrente sanguínea até o cérebro. Pesquisas mostram que pessoas com Alzheimer costumam ter níveis diminuídos de plasmalógenos ricos em ômega-3. E que, quanto menor os níveis de plasmalógenos maior o acúmulo de proteína tau no cérebro.
Infelizmente, suplementar ômega-3 não gera efeitos positivos caso o fígado e seus peroxissomos (organelas que metabolizam gorduras) não estejam funcionando adequadamente.
Pesquisas sugerem que pessoas com o gene APOE ε4 podem ter alterado o metabolismo de DHA, o que acaba fazendo com que a suplementação de ômega-3 não surta tantos benefícios. Agora, os pesquisadores investigam se melhorar a composição da microbiota intestinal pode amenizar o problema. Isto porque bactérias no intestino possuem influência no metabolismo biliar. A quebra de gorduras no intestino requer ácidos biliares produzidos no fígado a partir do colesterol.
Estudos atuais já focam neste interelacionamento entre os órgãos como alternativa para a prevenção e tratamento de doenças. Muito pano pra manga e novas possibilidades de aplicações clínicas. Pesquisa de instituto japonês mostrou que a administração oral de plasmalógenos contribui para a melhoria da função cognitiva em pacientes com Alzheimer (Fujino et al., 2017). Outra estratégia é a modulação da microbiota pela suplementação de probióticos (Alsakir et al., 2017).