CBD pode melhorar vida sexual?

O CBD está cada vez mais presente em óleos, cremes, lubrificantes e até bebidas, e muitas pessoas têm explorado seu uso para melhorar a vida sexual. Pesquisas preliminares indicam que ele pode ajudar a reduzir ansiedade, aumentar a lubrificação natural e relaxar os músculos, tornando a experiência sexual mais confortável e prazerosa.

Alguns usuários relatam menos dor e inflamação durante o sexo ao usar um lubrificante com CBD, pelo relaxamento muscular e maior foco no momento de intimidade. Especialistas explicam que o CBD pode aumentar o fluxo sanguíneo e estimular neurotransmissores ligados à felicidade e ao prazer, como a anandamida e a ocitocina.

No entanto, a ciência ainda é limitada. Alguns profissionais são céticos sobre os efeitos diretos do CBD no sexo, apontando que grande parte das evidências é anedótica, e que compostos como o THC têm dados mais robustos sobre libido e satisfação sexual.

Dicas para quem quer experimentar o CBD no quarto:

  • Escolha produtos de qualidade, de marcas confiáveis e, se possível, verificados por laboratórios independentes.

  • Comece com doses baixas e aumente gradualmente.

  • Use o CBD 30 a 60 minutos antes da relação para dar tempo de fazer efeito.

  • Opções incluem óleos, tinturas, lubrificantes, cremes e comestíveis, cada um com efeitos e formas de aplicação diferentes.

Importante: o CBD não substitui medicamentos como o Viagra para disfunção erétil. Ele atua mais no relaxamento, no humor e na redução da ansiedade, podendo indiretamente melhorar o desempenho sexual.

Legalidade: produtos de CBD derivados do cânhamo com menos de 0,2-0,3% de THC são legais em alguns países, mas não em outros.

Observações:

  • Óleos, tinturas, comestíveis, pomadas, géis e loções seguem o mesmo limite de THC, porque o limite legal se refere ao conteúdo total do produto, independentemente da forma de aplicação.

  • A legalidade pode variar dentro de regiões de um mesmo país. Por exemplo, nos Estados Unidos, a legalidade do CBD pode depender do estado específico.

  • É fundamental verificar as regulamentações locais atualizadas antes de adquirir ou transportar produtos de CBD.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Estratégias terapêuticas na endometriose

A endometriose é uma doença ginecológica inflamatória crônica caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina, causando dor pélvica, dismenorreia, dispareunia e, em muitos casos, infertilidade. Além dos sintomas ginecológicos, há forte associação com distúrbios gastrointestinais, frequentemente confundidos com síndrome do intestino irritável (SII) (Gonçalves et al., 2020).
Estudos recentes indicam um elo entre sensibilidade ao níquel (Ni) e endometriose, sugerindo que uma dieta pobre neste metal pode trazer benefícios significativos.

O Níquel na Alimentação e Seus Efeitos

O níquel é um metal amplamente distribuído no meio ambiente, cuja principal via de exposição em humanos é a dieta. Entre os alimentos ricos em níquel estão: tomate, cacau, alcaçuz, feijão, cogumelos, trigo integral, soja, cebola, alho, mariscos, nozes e alimentos enlatados (Borgi et al., 2015; Willers et al., 2013). Também está presente em muitas bijuterias.

O níquel exerce atividade estrogênica e pode afetar a mucosa intestinal, contribuindo para disbiose — um desequilíbrio da flora intestinal que prejudica a absorção de nutrientes e provoca sintomas gastrointestinais, como náuseas, gases, diarreia ou constipação (Gupta et al., 2015).

Evidências Científicas da Dieta Pobre em Níquel

Em estudo de intervenção publicado na Nutrients, 84 mulheres com endometriose e sintomas gastrointestinais foram submetidas a uma dieta pobre em níquel por três meses. Após o período, houve melhora significativa nos sintomas gastrointestinais, extra-intestinais e ginecológicos, incluindo dor pélvica crônica, dismenorreia e dispareunia (Gonçalves et al., 2020).

Outros estudos reforçam a associação entre alergia ao níquel e endometriose, com impacto direto na qualidade de vida e fertilidade (Borgi et al., 2015; Willers et al., 2013).

Dieta, Endometriose e Fertilidade

A exposição ao níquel pode reduzir a taxa de implantação embrionária, dificultando a gravidez em mulheres sensíveis ou intoxicadas pelo metal. Muitas vezes, essa condição é assintomática e detectada apenas por exames laboratoriais ou testes de alergia (Gupta et al., 2015).

Perspectivas Clínicas e Recomendações

  • Supervisão profissional: Dietas pobres em níquel reduzem a ingestão de alimentos ricos em nutrientes importantes (leguminosas, cereais integrais), portanto devem ser realizadas com acompanhamento médico e nutricional.

  • Abordagem integrativa: A dieta low-Ni pode ser combinada com outras estratégias alimentares estudadas na endometriose, como dieta anti-inflamatória, low-FODMAP e suplementação de ômega-3 (Lemos et al., 2023; Mazza et al., 2023).

Apesar da necessidade de mais evidências, os dados disponíveis sugerem que a avaliação e o controle da ingestão de níquel podem ser um avanço significativo no tratamento integrativo da doença.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Creatina não é recomendada na endometriose

De acordo com um estudo, o acúmulo de creatina no fluido peritoneal e nas células estromais endometriais ectópicas (CEEs) de pacientes com endometriose contribui para a progressão da doença. A suplementação de creatina reduz as concentrações celulares de ferro, mitigando o estresse oxidativo e a peroxidação lipídica, o que aumenta a viabilidade celular e previne a ferroptose em condições de alto teor de ferro. Essa resistência à ferroptose promove o desenvolvimento da endometriose.

O estudo sugere que a interação da creatina com a proteína príon (PrP) e seu papel na inibição da captação de ferro podem oferecer insights sobre novas estratégias terapêuticas para a endometriose. No entanto, isso implica que a creatina pode não ser benéfica para o tratamento da endometriose, mas sim contribuir para sua progressão.

Referência

S Chen et al. Creatine Promotes Endometriosis by Inducing Ferroptosis Resistance via Suppression of PrP. Advanced science (Weinheim, Baden-Wurttemberg, Germany) (2024).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/