Então, resumindo: a barreira hemato-humoral se refere à proteção de tecidos por mecanismos presentes no sangue (humor), incluindo anticorpos, proteínas do complemento e outras moléculas imunes, que impedem infecções ou substâncias indesejadas de atingirem órgãos críticos.
O sangue contém componentes humoral (anticorpos, proteínas do complemento, citocinas) que podem:
Isso é parte da imunovigilância, que é o monitoramento constante do organismo para prevenir que tumores se estabeleçam. Células tumorais muitas vezes desenvolvem mecanismos para driblar essas barreiras, por exemplo:
Secreção de fatores que inibem anticorpos ou células imunes.
Alteração de proteínas de superfície para “passar despercebidas” pelo sistema imune.
Criar um microambiente protetor que impede que células imunes cheguem até elas.
Metástase e barreira hemato-humoral
Quando células tumorais entram na circulação (tornam-se tumores metastáticos):
Elas encontram a barreira hemato-humoral do sangue e anticorpos circulantes.
Apenas células com estratégias de evasão conseguem sobreviver, se fixar em outros órgãos e formar novos tumores.
Compreender essa barreira é crucial para:
Desenvolver imunoterapias (anticorpos monoclonais, vacinas contra tumores).
Melhorar a entrega de drogas quimioterápicas que precisam atravessar essas barreiras.
E a barreira hemato-tumoral?
A barreira hemato-tumoral (BHT) é um conceito usado em oncologia para descrever as barreiras fisiológicas e estruturais que dificultam a penetração de células do sistema imune ou de fármacos antineoplásicos no interior de um tumor.
Principais componentes da barreira hemato-tumoral:
Vasos sanguíneos tumorais anômalos
São tortuosos, permeáveis e desorganizados.
Podem ter fluxo irregular, causando regiões hipóxicas e com baixa distribuição de fármacos.
Matriz extracelular (MEC) densa
Pressão intersticial elevada
Células do estroma tumoral
Hipóxia e acidose tumoral
Impacto clínico:
Quimioterapia: eficácia reduzida, pois a droga não chega uniformemente às células tumorais.
Imunoterapia: infiltração limitada de linfócitos T citotóxicos.
Terapia alvo / nanomedicina: estratégias tentam superar essa barreira (ex.: uso de nanopartículas, agentes que degradam MEC, normalização da vasculatura tumoral).
O papel da nutrição
O microambiente tumoral, que inclui a matriz extracelular densa, hipóxia e acidez, pode ser influenciado por fatores nutricionais. Por exemplo:
Dietas ricas em determinados aminoácidos (como glutamina) podem alterar o metabolismo das células tumorais.
A ingestão de nutrientes antioxidantes pode impactar o estresse oxidativo e a inflamação no microambiente tumoral.
Relevância: A nutrição pode ajudar a modular o microambiente, possivelmente afetando a permeabilidade da BHT e a resposta a terapias.
A pressão elevada e a hipóxia favorecem adaptações metabólicas das células tumorais. Estratégias nutricionais podem auxiliar a manutenção do estado metabólico do paciente, evitando caquexia e perda de massa muscular, que impactam a tolerância à quimioterapia e imunoterapia. Nutrientes como proteínas de alto valor biológico e água ajudam a manter o equilíbrio hídrico e a composição corporal, indiretamente apoiando a distribuição de fármacos.
A barreira hemato-tumoral limita a infiltração de linfócitos T. Uma boa nutrição pode:
Apoiar a função imunológica, aumentando a quantidade e atividade das células imunes circulantes.
Garantir níveis adequados de micronutrientes essenciais (vitaminas A, D, C, zinco, selênio) que participam da resposta imune.
Embora a BHT dificulte a entrada de células T no tumor, pacientes bem nutridos podem ter imunidade mais eficiente, potencialmente ajudando terapias imunológicas.