Suplementos para quem já acorda estressado

Para pessoas que relatam acordar estressadas — com sensação de ansiedade matinal, tensão muscular ou mente acelerada ao despertar — a conduta clínica e a suplementação devem priorizar:

  • Regulação do eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal)

  • Melhora da qualidade e arquitetura do sono

  • Modulação de cortisol e neurotransmissores (especialmente GABA, serotonina e dopamina)

  • Redução de marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo

Abaixo, listo os principais suplementos utilizados nesses casos, com base em evidências clínicas e aplicabilidade magistral:

1. Fosfatidilserina

  • Mecanismo: Modulador do cortisol; atua reduzindo a resposta ao estresse.

  • Aplicação: Indicado para pacientes com sintomas matinais de hipercortisolismo (acordar com taquicardia, suor frio, irritabilidade).

2. Ashwagandha (Withania somnifera) – Sensoril® ou KSM-66®

  • Mecanismo: Adaptógeno que regula o eixo HPA, reduz cortisol e melhora sono e humor.

  • Aplicação: Especialmente útil quando há estresse crônico com fadiga ou humor deprimido ao acordar.

3. L-Teanina

  • Mecanismo: Estimula GABA e ondas alfa cerebrais, promove relaxamento sem sedação.

  • Uso comum: Redução de ansiedade matinal, melhora do foco sem agitação.

4. Magnésio (Dimalato, Glicina ou Treonato)

  • Mecanismo: Cofator em neurotransmissores relaxantes (GABA, serotonina), relaxa musculatura.

  • Aplicação: Quando há tensão muscular matinal, cefaleia tensional ou câimbras.

5. Rhodiola rosea

  • Mecanismo: Adaptógeno que melhora resposta ao estresse e fadiga mental. Um dos meus suplementos favoritos. Funciona muito bem!

  • Uso ideal: Em casos de estresse + cansaço pela manhã.

6. GABA ou GABA moduladores (ex: Lactium®)

  • GABA (direto): pouco absorvível via oral, mas pode ter efeito em doses altas (250–500 mg).

  • Lactium® (peptídeo bioativo do leite): Estimula receptores GABA-A naturalmente.

  • Uso: Ansiedade leve a moderada, estresse com insônia ou bruxismo noturno.

7. 5-HTP (5-hidroxitriptofano)

  • Mecanismo: Precursor direto da serotonina.

  • Cuidados: Evitar com ISRS ou antidepressivos serotoninérgicos.

  • Uso ideal: Quando há sintomas de depressão matinal, baixa motivação, irritabilidade.

8. Complexo B (especialmente B6, B9, B12)

  • Mecanismo: Cofatores na síntese de neurotransmissores.

  • Uso: Modulação do humor, suporte neurológico, redução da fadiga mental.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Ansiless® no TDAH

Ansiless® é um composto comercial da Galena, indicado para ansiedade, estresse e insônia leve. É composto por extrato padronizado de:

  • Lactium® (caseína hidrolisada) – peptídeo bioativo com efeito calmante.

  • Magnésio quelado – potencializa o efeito relaxante.

  • Vitamina B6 – atua na produção de serotonina e GABA.

Viabilidade farmacotécnica:

  • Forma farmacêutica: cápsulas (adultos), sachês ou soluções (infantil).

  • Compatibilidade físico-química: boa estabilidade com ativos compatíveis em cápsulas.

  • Solubilidade: Lactium® é hidrossolúvel, mas seu uso é mais comum em pó para cápsula.

  • Palatabilidade: em soluções ou sachês infantis, pode haver gosto residual leitoso.

Veículos e orientações:

Conservação: Local fresco e seco, frasco âmbar.
Validade: 90 dias, conforme Boas Práticas da Anfarmag.

2. Outras Formulações para TDAH (Adulto e Infantil)

Além de Ansiless, há compostos nutracêuticos com evidência complementar no suporte a pacientes com TDAH. Abaixo, sugestões segmentadas:

Outros suplementos interessantes no TDAH :

1. Óleo de Peixe (DHA/EPA)

  • Melhora foco e comportamento.

  • Uso: cápsulas mastigáveis ou xarope oleoso.

2. Ferro + Zinco + Magnésio + Vitamina B6

  • Deficiências desses minerais estão associadas ao agravamento do TDAH. Veja fórmulas sugeridas no curso Nutrição no TDAH

3. L-Tirosina + Fosfatidilserina

  • Atua na síntese de dopamina e acetilcolina.

  • Opção: tirosina com rhodiola e teacrine®

  • Veja sugestões de fórmulas no curso Nutrição no TDAH

4. Citicolina + Fosfatidilserina + Acetil L-Carnitina

  • Estímulo cognitivo sem aumento de ansiedade.

  • Boa opção para TDAH com predomínio desatento.

Aprenda muito mais no curso Nutrição no TDAH

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Doença de Parkinson parece começar fora do cérebro

Um estudo inovador publicado na Nature Neuroscience (Yuan et al., 2025) apresenta evidências robustas de que a α‑sinucleína, proteína central na patologia de Parkinson, pode se acumular nos rins, especialmente quando há comprometimento da função renal, e migrar até o sistema nervoso central. Este acúmulo fora do cérebro já havia sido também observado no intestino (Stokholm et al., 2016).

No estudo de 2025 foram encontrados os seguintes achados:

  • Análises post-mortem em humanos mostraram predominância de formas mal dobradas e fosforiladas de α‑sinucleína em 10 de 11 pacientes com Parkinson ou demência por corpos de Lewy, localizadas em fibras nervosas próximas a pequenos vasos renais.

  • Pacientes com doença renal crônica (sem sintomas neurológicos) também tinham depósitos renais da proteína pS129 — com sinais precoces no tronco cerebral e medula espinhal.

Rins como órgão de limpeza — e alerta

Em camundongos saudáveis, a α‑sinucleína injetada na corrente sanguínea foi rapidamente removida pelos rins. No entanto, em roedores com insuficiência renal, a proteína persistiu no sangue e acumulou-se nos rins. A enzima cathepsina, presente nos rins, foi apontada como importante na degradação da α‑sinucleína — atividade que diminui com danos renais .

Ao injetar focos de fibrilas de α‑sinucleína diretamente no rim de ratos, observou‑se a propagação da proteína para a medula espinal e diversas regiões cerebrais, resultando em patologia típica de Parkinson e perda de neurónios dopaminérgicos na substância negra. A interrupção cirúrgica dos nervos renais impediu essa propagação, confirmando que o trajeto é nervo-dependente .

Alfa‑sinucleína circulante — mais um vetor

Camundongos geneticamente modificados sem α‑sinucleína nos glóbulos vermelhos apresentaram redução significativa da patologia cerebral e preservação neuronal — reforçando o papel do sangue como via para a proteína.

Caminhos futuros

  • Avaliar métodos para detectar α‑sinucleína renal como marcador preditivo.

  • Desenvolver terapias que fortaleçam a função de limpeza renal ou bloqueiem o tráfego da proteína via nervos.

  • Investigar medicamentos que estimulem as enzimas de degradação ou imunoterapias que eliminem α‑sinucleína circulante, especialmente em pacientes renais.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/