Ansiless® no TDAH

Ansiless® é um composto comercial da Galena, indicado para ansiedade, estresse e insônia leve. É composto por extrato padronizado de:

  • Lactium® (caseína hidrolisada) – peptídeo bioativo com efeito calmante.

  • Magnésio quelado – potencializa o efeito relaxante.

  • Vitamina B6 – atua na produção de serotonina e GABA.

Viabilidade farmacotécnica:

  • Forma farmacêutica: cápsulas (adultos), sachês ou soluções (infantil).

  • Compatibilidade físico-química: boa estabilidade com ativos compatíveis em cápsulas.

  • Solubilidade: Lactium® é hidrossolúvel, mas seu uso é mais comum em pó para cápsula.

  • Palatabilidade: em soluções ou sachês infantis, pode haver gosto residual leitoso.

Veículos e orientações:

Conservação: Local fresco e seco, frasco âmbar.
Validade: 90 dias, conforme Boas Práticas da Anfarmag.

2. Outras Formulações para TDAH (Adulto e Infantil)

Além de Ansiless, há compostos nutracêuticos com evidência complementar no suporte a pacientes com TDAH. Abaixo, sugestões segmentadas:

Outros suplementos interessantes no TDAH :

1. Óleo de Peixe (DHA/EPA)

  • Melhora foco e comportamento.

  • Uso: cápsulas mastigáveis ou xarope oleoso.

2. Ferro + Zinco + Magnésio + Vitamina B6

  • Deficiências desses minerais estão associadas ao agravamento do TDAH. Veja fórmulas sugeridas no curso Nutrição no TDAH

3. L-Tirosina + Fosfatidilserina

  • Atua na síntese de dopamina e acetilcolina.

  • Opção: tirosina com rhodiola e teacrine®

  • Veja sugestões de fórmulas no curso Nutrição no TDAH

4. Citicolina + Fosfatidilserina + Acetil L-Carnitina

  • Estímulo cognitivo sem aumento de ansiedade.

  • Boa opção para TDAH com predomínio desatento.

Aprenda muito mais no curso Nutrição no TDAH

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Doença de Parkinson parece começar fora do cérebro

Um estudo inovador publicado na Nature Neuroscience (Yuan et al., 2025) apresenta evidências robustas de que a α‑sinucleína, proteína central na patologia de Parkinson, pode se acumular nos rins, especialmente quando há comprometimento da função renal, e migrar até o sistema nervoso central. Este acúmulo fora do cérebro já havia sido também observado no intestino (Stokholm et al., 2016).

No estudo de 2025 foram encontrados os seguintes achados:

  • Análises post-mortem em humanos mostraram predominância de formas mal dobradas e fosforiladas de α‑sinucleína em 10 de 11 pacientes com Parkinson ou demência por corpos de Lewy, localizadas em fibras nervosas próximas a pequenos vasos renais.

  • Pacientes com doença renal crônica (sem sintomas neurológicos) também tinham depósitos renais da proteína pS129 — com sinais precoces no tronco cerebral e medula espinhal.

Rins como órgão de limpeza — e alerta

Em camundongos saudáveis, a α‑sinucleína injetada na corrente sanguínea foi rapidamente removida pelos rins. No entanto, em roedores com insuficiência renal, a proteína persistiu no sangue e acumulou-se nos rins. A enzima cathepsina, presente nos rins, foi apontada como importante na degradação da α‑sinucleína — atividade que diminui com danos renais .

Ao injetar focos de fibrilas de α‑sinucleína diretamente no rim de ratos, observou‑se a propagação da proteína para a medula espinal e diversas regiões cerebrais, resultando em patologia típica de Parkinson e perda de neurónios dopaminérgicos na substância negra. A interrupção cirúrgica dos nervos renais impediu essa propagação, confirmando que o trajeto é nervo-dependente .

Alfa‑sinucleína circulante — mais um vetor

Camundongos geneticamente modificados sem α‑sinucleína nos glóbulos vermelhos apresentaram redução significativa da patologia cerebral e preservação neuronal — reforçando o papel do sangue como via para a proteína.

Caminhos futuros

  • Avaliar métodos para detectar α‑sinucleína renal como marcador preditivo.

  • Desenvolver terapias que fortaleçam a função de limpeza renal ou bloqueiem o tráfego da proteína via nervos.

  • Investigar medicamentos que estimulem as enzimas de degradação ou imunoterapias que eliminem α‑sinucleína circulante, especialmente em pacientes renais.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Fitoquímicos no tratamento da depressão

O artigo Phytochemical constituents as future antidepressants: a comprehensive review (coleta até 2015), traz uma revisão dos fitoquímicos indicados no estudo da depressão, uma das principais causas de incapacidade global. Drogas convencionais têm eficácia, mas acarretam efeitos adversos e baixa adesão. Além disso, após um ano de acompanhamento medicamentos, muitos pacientes sentem-se prontos para o washout.

O "washout" de medicação antidepressiva é o período em que a pessoa começa a reduzir a dose até a interrupção do uso de um antidepressivo para permitir que o organismo elimine completamente a substância antes de iniciar outro tratamento — seja outro antidepressivo, outro tipo de medicação ou uma abordagem terapêutica diferente, como o uso de fitoterápicos.

O estudo busca justamente alternativas naturais: fitoquímicos com potencial antidepressivo ➝ revisando dados pré-clínicos e mecânicos até 2015.

Grupos Químicos com Potencial Antidepressivo

Diversos metabólitos vegetais foram identificados por exibirem atividade antidepressiva em modelos animais (principalmente testes de imobilidade como FST e TST):

  • Fitoquímicos fenólicos: flavonoides (naringenina, quercetina, luteolina, kaempferol), proantocianidinas, coumarinas, lignanas.

  • Alcaloides: berberina, β‑carbolinas, diterpenos alcaloides, piperina.

  • Terpenos e terpenoides: eugenol, ginsenosídeos, sésquiterpenos.

  • Saponinas/triterpenos.

  • Aminas e carboidratos específicos.

Mecanismos de Ação Moleculares

Os principais alvos moleculares pelos quais esses fitoquímicos agem incluem:

Modulação de monoaminas (5‑HT, NA, DA)

  • Naringenina: aumenta serotonina, noradrenalina e BDNF.

  • Piperina: inibe MAO, eleva 5‑HT e BDNF, regula o eixo HPA.

  • Berberina: efeitos serotoninérgicos, noradrenérgicos e dopaminérgicos comprovados.

  • Proantocianidinas: aumentam níveis de 5‑HT no cérebro.

Fatores neurotróficos e neurogênese

  • Elevação de BDNF observada com naringenina e piperina, importante para a plasticidade neural.

Eixo HPA e modulação do estresse

  • Vários compostos (piperina, quercetina) atenuam hiperativação do eixo hipotálamo‑pituitária‑adrenal, reduzindo cortisol e comportamentos depressivos.

Anti-inflamação e antioxidantes

  • Quercetina e kaempferol reduzem citocinas pró-inflamatórias (TNF‑α, IL‑6), atuam como antioxidantes, oferecendo neuroproteção.

Outras vias: GABA, glutamato, cálcio

  • Previsões por enriquecimento funcional indicam influência também em sinapses GABAérgicas, glutamatérgicas, e regulação do cálcio celular .

Compostos de Destaque

  • Naringenina: aumento de monoaminas, BDNF e receptores de glicocorticoides.

  • Piperina (da pimenta‑do‑reino): potente inibidor de MAO e modulador do HPA.

  • Berberina: múltiplas vias monoaminérgicas.

  • Quercetinas: efeitos anti-inflamatórios e neuroprotetores.

  • Eugenol, ginsenosídeos, hyperforina (da erva de São João / St John’s wort / Hypericum perforatum), β‑carbolinas, riparinas: cada um com ações específicas em neurotransmissores, BDNF ou eixo HPA.

O Hypericum perforatum (erva-de‑são‑joão) já é aprovado na União Europeia para depressão leve a moderada, atuando via reabsorção de monoaminas, GABA e inibição de MAO.

Limitações e Perspectivas

O estudo fornece um panorama sólido de fitoquímicos promissores em depressão, indicando que compostos como naringenina, piperina, berberina e quercetinas atuam por múltiplas vias (monoaminas, BDNF, HPA, inflamação). No entanto, a tradução para aplicações clínicas exige rigorosos estudos de segurança, eficácia e formulação.

  • A maioria dos dados vem de modelos animais, testes agudos; há falta de dados clínicos adequados.

  • Pode haver variabilidade na biodisponibilidade e toxicidade em humanos.

  • Complexidade dos extratos vegetais torna difícil um único mecanismo principal.

  • A próxima fase deve avançar da pesquisa básica para ensaios controlados em humanos.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/