Fonte de beta-glucanas

Beta-glucano ou beta-glucanas são polissacarídeos (carboidratos complexos) formados por D-glucopiranose conectada por ligações glicosídicas beta-1,3/1,6 ou beta-1,3/1,4. O beta-glucano é considerado uma fibra alimentar com alta solubilidade, alta estabilidade e alta viscosidade, comumente usada como suplementos e também na produção de alimentos funcionais.

Descobertas pelo Dr. Pillemer e posteriormente extraído e isolado pelo Dr. Diluzio. Possuem excelente atividade fisiológica, e o modo especial de ligação e a existência de ligações de hidrogênio intramoleculares resultam em uma estrutura molecular helicoidal, que é facilmente reconhecida pelo sistema imunológico.

Estrutura do beta-glucano de diferentes fontes.

Efeitos do Beta-Glucano

O beta-glucano pode ativar macrófagos e neutrófilos, aumentando assim o conteúdo de leucina, citocinina e anticorpos especiais, estimulando o sistema imune de forma abrangente. A regulação da ativação do sistema imunológico pelo beta-glucano é bastante complexa. Ele estimula o sistema imunológico inato como uma substância estranha e é reconhecido como padrões moleculares associados a micróbios (MAMPs), que desenvolveram receptores de reconhecimento de padrões em células imunológicas que reconhecem e interagem com MAMPs.

Também exerce diversos efeitos benéficos no intestino, tanto em termos de saúde digestiva quanto imunológica:

1. Efeito prebiótico

  • Estimula o crescimento de bactérias benéficas, como Lactobacillus e Bifidobacterium.

  • Melhora o equilíbrio da microbiota intestinal, o que favorece a saúde digestiva e imunológica.

2. Melhora da integridade da barreira intestinal

  • Fortalece a mucosa intestinal e reduz a permeabilidade (“intestino permeável”).

  • Diminui a inflamação intestinal, ajudando em condições como colite e doença inflamatória intestinal (DII).

3. Formação de ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs)

  • Ao serem fermentados pelas bactérias intestinais, os betaglucanos geram AGCCs como butirato, propionato e acetato.

  • Esses compostos nutrem as células do cólon, reduzem o pH intestinal e têm efeito anti-inflamatório.

4. Regulação do trânsito intestinal

  • Por serem fibras solúveis, os betaglucanos ajudam a formar um gel viscoso que:

    • Retarda o esvaziamento gástrico.

    • Facilita a formação de fezes mais consistentes.

    • Ajuda no alívio da constipação e no controle da diarreia.

5. Modulação imunológica

  • Interagem com receptores de células imunes no intestino (como os receptores Dectin-1 nos macrófagos).

  • Estimulam respostas imunes benéficas, tanto inatas quanto adaptativas.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Guia para a Mudança Consciente do Diálogo Interno

Mudanças conscientes no diálogo interno podem reconfigurar o cérebro e influenciar profundamente a neuroquímica. Pesquisas mostram que o uso de estratégias específicas pode promover mudanças de neuroplasticidade em apenas três dias, ativando regiões associadas ao foco, regulação emocional, resposta ao estresse e desempenho geral.

Pontos-chave para um diálogo interno transformador

  • Falar consigo mesmo na segunda pessoa ("você").

  • Declarar identidade em vez de apenas estabelecer objetivos.

  • Rotular pensamentos negativos como "um pensamento, não um fato".

  • Usar linguagem precisa, ancorada no contexto real.

  • Praticar autocoaching com linguagem calma e de apoio.

"Em um mundo que está constantemente tentando programá-lo de fora, sua linguagem interna é a forma mais poderosa de soberania neurológica que você tem". Dr. Andrew Huberman - Neurocientista

Essas práticas modulam neurotransmissores como dopamina, adrenalina e GABA, influenciando positivamente o sistema nervoso autônomo. A precisão e a consistência são essenciais — mais importantes do que "positividade vaga" — para treinar o cérebro para a resiliência e o comportamento adaptativo.

Técnicas Fundamentais

1. Uso da Linguagem na Segunda Pessoa ("Você")

Falar consigo mesmo na segunda pessoa ativa circuitos de tomada de perspectiva e cria um efeito de treinador interno.

  • Em vez de "Eu consigo", diga: "Você consegue."

  • Em vez de "Eu não consigo fazer isso", diga: "Você já fez coisas mais difíceis, você consegue fazer isso."

Ao se dirigir a si mesmo com "você", você cria distância emocional e ativa o cérebro para respostas mais estratégicas.

2. Uso de Declarações de Identidade

Associar comportamentos à identidade cria caminhos neurais mais duradouros, pois o cérebro trata a identidade como algo sagrado.

  • Em vez de "Eu vou para a academia", diga: "Você é alguém que cumpre as promessas que faz a si mesmo."

  • Em vez de "Vou tentar ser produtivo hoje", diga: "Você é o tipo de pessoa que lida com coisas difíceis e não dá desculpas."

Fortalecer sua identidade reforça o comportamento adaptativo com muito mais estabilidade do que apenas definir metas.

3. Rotulando o Diálogo Interno Negativo

Quando surgirem pensamentos negativos:

  • Rotule-os dizendo: "Isso é um pensamento, não um fato."

Essa prática ativa o córtex pré-frontal, criando distanciamento emocional e reduzindo a ruminação.

4. Uso de Linguagem Precisa e Ancorada no Contexto

O cérebro responde melhor a declarações específicas e concretas, que ativam a motivação baseada em realidade.

  • Em vez de "Tudo vai ficar bem", diga: "Você já passou por situações difíceis e construiu força com elas."

  • Em vez de "Você é ótimo(a)", diga: "Você se preparou para isso; já executou este processo antes sob pressão."

  • Em vez de "Farei melhor", diga: "Você é o tipo de pessoa que recebe feedback com calma e ajusta com precisão."

A linguagem precisa é muito mais eficaz para criar confiança realista e ação consistente.

5. Uso de Linguagem Calma/Autocoaching

Usar uma comunicação interna calma e estruturada ativa o sistema parassimpático, promovendo equilíbrio emocional.

  • Exemplos de autocoaching:

    • "Você está seguro(a), continue."

    • "Você está bem, mantenha-se firme, você sabe o que fazer a seguir."

    • "Você está no controle aqui."

Essas frases ajudam a passar da reatividade impulsiva para uma resposta mais consciente e regulada.

Frases para Aplicação Prática

Relaxamento e Redução do Estresse

  • Você está seguro agora.

  • Você pode se soltar.

  • Você não precisa carregar tudo o tempo todo.

  • Está tudo bem respirar profundamente e permitir que seu corpo relaxe.

  • Você tem o direito de descansar.

  • Você está fazendo o suficiente.

  • Você é suficiente.

Aumento da Autoconfiança

  • Você já superou tantas coisas, e vai superar esta também.

  • Você é mais forte do que imagina.

  • Você sabe o que é importante para você e tem a capacidade de seguir em frente.

  • Você não precisa ser perfeito para ser poderoso.

  • Você é capaz, você está crescendo e você está pronto.

Redução da Ansiedade

  • Você não precisa resolver tudo de uma vez.

  • Está tudo bem dar um passo de cada vez.

  • Você não está sozinho no que sente.

  • Você pode enfrentar este momento com calma e confiança em si mesmo.

  • Seus sentimentos são válidos, e eles vão passar.

  • Você já venceu antes, e vai vencer de novo.

Centralização Diária

  • Você está exatamente onde precisa estar agora.

  • Você tem a sabedoria para saber o que fazer a seguir.

  • Você tem o direito de ser gentil consigo mesmo.

  • Você tem o direito de ocupar seu espaço.

  • Você merece paz, tanto quanto qualquer outra pessoa.

Considerações Finais

O diálogo interno consciente é uma ferramenta poderosa de autotransformação. Três dias de prática consistente já iniciam mudanças visíveis na estrutura cerebral. A chave está em:

  • Consistência diária,

  • Linguagem precisa e contextualizada,

  • Uso estratégico da segunda pessoa e da identidade,

  • Autocompaixão ativa e prática.

Você é alguém que transforma suas próprias narrativas internas para criar a vida que deseja viver. Aprenda mais no curso de autocoaching.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Biomarcadores e cérebro

Há evidências crescentes de que a disfunção metabólica desempenha um papel importante em muitas doenças mentais e transtornos do neurodesenvolvimento. Pesquisadores estão identificando biomarcadores — moléculas mensuráveis no sangue, urina ou tecidos — que estão associados a essas condições. Esses marcadores podem estar relacionados à função mitocondrial, estresse oxidativo, inflamação, síntese de neurotransmissores e metabolismo de nutrientes.

1. Metabolismo Mitocondrial e de Energia

A disfunção no metabolismo energético está ligada a:

  • Transtorno do espectro autista (TEA)

  • Esquizofrenia

  • Transtorno bipolar

  • Depressão maior

Principais Biomarcadores:

  • Lactato (elevado na disfunção mitocondrial)

  • Piruvato (elevado ou relação anormal com o lactato)

  • Carnitina (níveis baixos sugerem problemas no transporte mitocondrial)

  • Coenzima Q10 (níveis baixos afetam a produção de ATP)

  • Perfis de acilcarnitinas (alterações sugerem distúrbios na oxidação de ácidos graxos)

2. Marcadores de Estresse Oxidativo

O dano oxidativo é comum em condições psiquiátricas e de neurodesenvolvimento.

Marcadores:

  • Glutationa (GSH) – Baixa no TEA, esquizofrenia, bipolaridade e depressão

  • Malondialdeído (MDA) – Elevado; marcador de peroxidação lipídica

  • Superóxido dismutase (SOD), catalase, glutationa peroxidase – Frequentemente desequilibrados

  • 8-OHdG (8-hidroxidesoxiguanosina) – Marcador de dano oxidativo ao DNA

3. Citocinas Inflamatórias e Marcadores Imunes

A inflamação crônica de baixo grau é característica comum em muitas doenças cerebrais.

Marcadores:

  • IL-6, IL-1β, TNF-α – Frequentemente elevados em TEA, depressão e esquizofrenia

  • PCR (proteína C-reativa) – Marcador geral de inflamação; elevado em depressão e bipolaridade

  • Marcadores de ativação microglial – Elevados em exames de imagem no TEA e esquizofrenia

4. Metabolismo de Neurotransmissores

Alterações na síntese e degradação dos neurotransmissores afetam diretamente o humor e o comportamento.

Marcadores:

  • Ácido homovanílico (HVA) – Metabólito da dopamina (baixo ou alto na esquizofrenia, TEA)

  • 5-HIAA (ácido 5-hidroxiindolacético) – Metabólito da serotonina (baixo na depressão, TEA)

  • Metabólitos da via do quinurenina – Alterações do triptofano associadas à depressão e TEA

  • Relação fenilalanina:tirosina – Afeta a síntese de catecolaminas

5. Vitaminas e Nutrientes

Deficiências e desequilíbrios podem afetar o desenvolvimento neurológico e a saúde mental.

Principais marcadores:

  • Vitamina B12 e ácido metilmalônico (MMA) – Deficiência de B12 afeta cognição

  • Folato e homocisteína – Via de metilação; homocisteína elevada = neurotoxicidade

  • Vitamina D – Níveis baixos comuns no TEA, esquizofrenia e depressão

  • Zinco, magnésio, ferro – Frequentemente baixos no TDAH, TEA e depressão

6. Eixo Intestino-Cérebro e Metabólitos

A saúde intestinal desempenha papel importante no neurodesenvolvimento e na doença mental.

Marcadores:

  • Ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs) – Butirato, acetato (produzidos pela microbiota)

  • p-Cresol – Elevado em algumas crianças com autismo

  • D-lactato – Marcador de disbiose intestinal

Transtornos e Principais Biomarcadores Associados

  • Autismo (TEA): GSH baixo, MDA alto, B12/folato baixos, acilcarnitinas alteradas, via do quinurenina alterada, p-cresol elevado

  • Esquizofrenia: GSH baixo, lactato alto, metabólitos da dopamina alterados, citocinas elevadas

  • Depressão: PCR e IL-6 altos, B12/folato baixos, triptofano/quinurenina alterados, estresse oxidativo

  • Transtorno bipolar: CoQ10 baixo, marcadores mitocondriais alterados, estresse oxidativo alto, citocinas elevadas

  • TDAH: Ferro, zinco, magnésio baixos, precursores da dopamina alterados, perfis lipídicos alterados

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/