Intolerância à histamina e SIBO

A histamina e a SIBO (Supercrescimento Bacteriano do Intestino Delgado) estão bastante interligadas, e muitos sintomas de um podem se sobrepor ao outro — o que às vezes confunde diagnósticos. Vamos destrinchar:

🧫 O que é SIBO?

SIBO (Small Intestinal Bacterial Overgrowth) é o crescimento anormal de bactérias no intestino delgado, onde normalmente existe uma população bacteriana bem menor do que no intestino grosso.

Causas comuns:

  • Motilidade intestinal lenta (ex: síndrome do intestino irritável, diabetes)

  • Uso prolongado de inibidores de ácido (como omeprazol)

  • Cirurgias intestinais

  • Doenças que afetam o trato gastrointestinal (como esclerodermia)

Sintomas:

  • Distensão abdominal

  • Gases em excesso

  • Diarreia ou constipação

  • Dores abdominais

  • Má absorção de nutrientes

🌡️ O que é Histamina?

A histamina é uma amina biogênica produzida pelo corpo (especialmente por mastócitos e basófilos) e também está presente em muitos alimentos. Ela tem funções em:

  • Resposta imune (inflamação e alergias)

  • Secreção gástrica

  • Regulação do sono e do apetite

🤯 A Relação entre Histamina e SIBO

  1. Produção bacteriana de histamina:

    • Algumas bactérias que crescem em excesso no intestino delgado em casos de SIBO (como certas cepas de Lactobacillus, Enterobacteriaceae, Clostridia) podem produzir histamina.

    • Isso pode levar a um quadro de intolerância à histamina ou sintomas semelhantes a uma reação alérgica, mesmo sem exposição a alérgenos.

  2. Déficit de DAO (Diaminooxidase):

    • DAO é a enzima responsável por degradar a histamina no intestino.

    • SIBO pode inibir a produção ou função da DAO, levando a um acúmulo de histamina.

  3. Sintomas comuns:

    • Dor de cabeça

    • Inchaço abdominal

    • Urticária, coceira

    • Pressão baixa

    • Náuseas

    • Palpitações

    • Intolerância a alimentos ricos em histamina (vinho, queijos curados, embutidos, peixe em conserva, etc.)

✅ Manejo possível:

  • Tratar o SIBO: com antibióticos (rifaximina, metronidazol), dieta específica (como a low-FODMAP ou dieta específica para SIBO), probióticos selecionados.

  • Dieta com baixa histamina: para reduzir sintomas durante o tratamento.

  • Suplementação de DAO: em alguns casos.

  • Evitar alimentos fermentados e ricos em histamina.

  • Tratar causas subjacentes (como motilidade alterada).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Infecção intestinal, autoimunidade, diarreia e SIBO

Após infecção por certas bactérias patogênicas (como Campylobacter jejuni, E. coli, Salmonella) toxinas são produzidas (como CdtB). O sistema imune reconhece a toxina como inimiga e cria anticorpos para combatê-la.

Este artigo investigou a presença de anticorpos anti-CdtB e também de anticorpos anti-vinculina em diferentes subtipos da síndrome do intestino irritável (SII), nomeadamente SII com diarreia (SII-D), SII mista (SII-M) e SII com obstipação (SII-C).​

A vinculina é uma proteína presente nas células do intestino (e de outros tecidos), responsável por manter a estrutura e ligação entre células — tipo uma "cola" entre elas.

Às vezes, os anticorpos criados contra a toxina CdtB confundem a vinculina como alvo (isso é chamado de mimetismo molecular). Como resultado o corpo começa a atacar a própria vinculina (reação autoimune leva) levando a aumento da hiperpermeabilidade intestinal.

O estudo analisou amostras de plasma de 2.375 pacientes com SII-D (diarreia), 25 com SII-M (misto), 30 com SII-C (constipado) e 43 indivíduos saudáveis. Os níveis de anticorpos anti-CdtB e anti-vinculina foram mais elevados nos pacientes com SII-D e mais baixos nos indivíduos saudáveis e com SII-C.

A vinculina, aquela proteína “cola” das células, também participa na estrutura e função dos neurônios entéricos (aqueles que controlam os movimentos do intestino). Quando o corpo produz anticorpos anti-vinculina, pode haver dano ou disfunção na motilidade intestinal — ou seja, o intestino se move mais devagar do que deveria.

A principal defesa natural contra o SIBO é o movimento peristáltico (as contrações que "varrem" o intestino). Se essa “vassoura” está quebrada (por causa de autoanticorpos como anti-vinculina), as bactérias que deveriam ficar no cólon podem subir para o intestino delgado, causando supercrescimento bacteriano → SIBO.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Aumento de afla 1 antitripsina fecal

Um resultado positivo para alfa-1-antitripsina fecal geralmente indica a presença de perda de proteínas pelo trato gastrointestinal, uma condição conhecida como enteropatia perdedora de proteínas.

A alfa-1-antitripsina é uma proteína produzida pelo fígado que normalmente não é degradada no intestino. Quando aparece nas fezes em quantidade elevada, isso sugere que há vazamento de proteínas do sangue para o intestino, o que não deveria acontecer.

Possíveis causas:

  • Doença inflamatória intestinal (DII) – como Crohn ou retocolite ulcerativa

  • Linfangiectasia intestinal – dilatação dos vasos linfáticos intestinais

  • Doença celíaca não controlada

    Infecções intestinais severas

O exame sozinho não fecha diagnóstico – precisa ser correlacionado com sintomas clínicos, outros exames laboratoriais, endoscopia, imagem, etc, solicitados pelo gastroenterologista. O diagnóstico correto é o que proporciona um tratamento adequado, inclusive alimentar.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/