Estresse oxidativo x Estresse redutivo

O equilíbrio dos estados redox é crucial para a manutenção da homeostase fisiológica. Durante décadas, o foco tem sido principalmente o conceito de estresse oxidativo, que está envolvido no mecanismo de quase todas as doenças. No entanto, evidências robustas têm destacado que o estresse redutivo, o outro lado do espectro redox, desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de diversas doenças, particularmente aquelas relacionadas ao metabolismo e à saúde cardiovascular.

Em condições fisiológicas normais ou patológicas anormais, a produção de espécies reativos de oxigênio (EROS) é acompanhada por vazamento de elétrons ocorre principalmente nos complexos I e III da cadeia transportadora de elétrons (CTE) na membrana da mitocôndria.

Estresse Oxidativo

Desequilíbrio a favor dos oxidantes, ou seja, excesso de espécies reativas de oxigênio (ROS) como superóxido (O₂⁻), peróxido de hidrogênio (H₂O₂), e radicais hidroxila. As causas mais comuns incluem falta de antioxidantes, inflamação, toxinas, radiação, metabolismo acelerado. Tem commo consequências.

  • Danos ao DNA, proteínas e lipídios.

  • Envelhecimento celular.

  • Aumento do risco de doenças como câncer, Alzheimer, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares.

Estresse Redutivo

Desequilíbrio a favor dos agentes redutores, como excesso de NADH, NADPH, GSH (glutationa reduzida). As causas mais comuns incluem superprodução de redutores por excesso de nutrientes (overnutrition), mutações genéticas, disfunção mitocondrial, uso excessivo de suplementos antioxidantes. As consequências incluem:

  • Disfunção mitocondrial: O excesso de NADH/NADPH pode sobrecarregar a cadeia de transporte de elétrons, levando ao vazamento de elétrons e formação de superóxido (O₂⁻) – um radical livre.

  • Geração paradoxal de EROS: Um ambiente redutor pode inibir vias antioxidantes dependentes de EROS como sinalizadores, levando a acúmulo de EROS a longo prazo. Embora o sistema esteja saturado de redutores, há momentos em que esse excesso resulta em produção paradoxal de oxidantes, como peróxido de hidrogênio (H₂O₂), especialmente em mitocôndrias.

  • Acúmulo de proteínas mal dobradas (por afetação da via de sinalização redox), com aumento do risco de doenças metabólicas, neurodegenerativas e cardíacas.

Consequências do estresse redutor (Zhan g et al., 2025)

A manutenção da homeostase é muito importante. Sob condições de estresse, mutações, suplementação de antioxidantes, superexpressão, depleção de NAD+ e hipóxia podem resultar em uma elevação de NADH/NAD+, NADPH/NADP+ ou GSH/GSSG, deslocando a homeostase redox em regiões relevantes para um estado mais reduzido. Este ambiente redutivo prejudica o dobramento correto de proteínas dentro do retículo endoplasmático (RE). O aumento anormal na pressão de elétrons causado por níveis elevados de NADH, NADPH ou GSH leva à disfunção mitocondrial.

A produção aberrante de EROS a partir de mitocôndrias ou EROS originadas do RE exacerba ainda mais a disfunção mitocondrial e pode até mesmo comprometer a integridade mitocondrial. Esses efeitos provocam direta ou indiretamente distúrbios e doenças., inclusive o equilíbrio desequilíbrio de NADH/NAD+ (altos níveis de NADH/NAD+) de diferentes fontes além da capacidade de processamento do CTE leva ao estresse redutor e simultaneamente causa um aumento nas EROS geradas pela CTE.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Usos e Benefícios Medicinais da Alpinia Galanga

A Alpinia galanga, comumente conhecida como galanga e patenteada em produtos energéticos como Enxtra®, é uma planta com diversos usos e benefícios medicinais. A parte da Alpinia galanga (também conhecida como galanga) usada no suplemento Enxtra® é o rizoma – que é o caule subterrâneo da planta, semelhante ao gengibre. Aqui estão as principais questões trazidas pelas pesquisas:

Aprimoramento Cognitivo

Um estudo cruzado, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo investigou os efeitos da Alpinia galanga na capacidade de alerta mental e na atenção sustentada. O estudo envolveu 59 participantes com idades entre 18 e 40 anos, que consumiam cafeína habitualmente. Os resultados mostraram que a Alpinia galanga aumentou significativamente os escores de alerta em 3 horas (p = 0,042) em comparação com o placebo. Quando combinada com cafeína, reduziu o tempo médio de resposta em 15,55 ms em 3 horas (p = 0,026), sugerindo que pode ser usada em bebidas energéticas para melhorar o desempenho cognitivo e mitigar a queda de cafeína [1].

De fato, a prescrição de Enxtra® é feita principalmente por seus efeitos como estimulante natural e potencializador cognitivo. Ele é utilizado, como no estudo acima, por seus efeitos de aumento de atenção e foco, muitas vezes como alternativa ou complemento à cafeína, mas sem os efeitos colaterais comuns como ansiedade ou "crash" (queda da energia após algumas horas).

Fertilidade

Um estudo prospectivo, randomizado, controlado e duplo-cego avaliou os efeitos de comprimidos contendo extrato de romã e rizoma de galanga na motilidade espermática. Setenta homens adultos participaram e, após três meses, o número total de espermatozoides móveis aumentou 62% no grupo de tratamento, em comparação com um aumento de 20% no grupo placebo (p = 0,026). Isso sugere potenciais benefícios para homens subférteis [2].

Alívio da Dor

Um estudo avaliou a eficácia de um extrato de gengibre contendo Alpinia galanga em pacientes com osteoartrite do joelho. Em um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo com 261 participantes, o grupo que recebeu extrato de gengibre apresentou maior redução na dor no joelho ao ficar em pé (24,5 mm vs. 16,4 mm; p = 0,005) e após caminhar 15 metros (15,1 mm vs. 8,7 mm; p = 0,016) em comparação ao placebo. O extrato foi eficaz na redução dos sintomas, embora eventos adversos gastrointestinais leves tenham sido relatados [3].

Relaxamento Muscular

O óleo essencial de Alpinia zerumbet, uma espécie relacionada, foi testado quanto aos seus efeitos na espasticidade muscular em pacientes pós-AVC. O estudo envolveu 15 adultos com hemiparesia unilateral, mostrando melhora significativa no relaxamento muscular e no desempenho após a aplicação dérmica do óleo [4].

Referências

1) S Srivastava et al. Effect of Alpinia galanga on Mental Alertness and Sustained Attention With or Without Caffeine: A Randomized Placebo-Controlled Study. Journal of the American College of Nutrition (2017). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28910196/

2) MD Fedder et al. An extract of pomegranate fruit and galangal rhizome increases the numbers of motile sperm: a prospective, randomised, controlled, double-blinded trial. PloS one (2014). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25275520/

3) RD Altman et al. Effects of a ginger extract on knee pain in patients with osteoarthritis. Arthritis and rheumatism (2001). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/11710709/

4) MO Maia et al. The Effect of Alpinia zerumbet Essential Oil on Post-Stroke Muscle Spasticity. Basic & clinical pharmacology & toxicology (2015). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26132090/

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Nutrientes para o cérebro

A fosfatidilcolina é um fosfolípido essencial para várias funções biológicas, especialmente no contexto da saúde celular e função cerebral. Ela é um dos principais componentes das membranas celulares, especialmente nas células do cérebro, e tem diversas funções importantes no corpo humano.

Fosfatidilcolina é especialmente importante para o cérebro, onde está envolvida na função neuronal. Ela contém colina, que é um precursor da acetilcolina, um neurotransmissor essencial para a memória, atenção e aprendizado.

Fosfatidilserina, colina e citicolina podem influenciar a síntese de fosfatidilcolina, mas fazem isso de maneiras diferentes. Vamos explorar como esses compostos atuam, qual é mais eficiente e por que não é comum suplementar diretamente fosfatidilcolina ou colina.

Fosfatidilserina

A fosfatidilserina é um fosfolípido que desempenha um papel crucial nas membranas celulares, especialmente nas membranas neuronais. Ela é envolvida em várias funções celulares, como a transmissão sináptica, a membrana neuronal e a neuroproteção.

Embora a fosfatidilserina não seja um precursor direto da fosfatidilcolina, ela pode indiretamente influenciar a síntese de fosfatidilcolina. Isso ocorre porque a fosfatidilserina compartilha algumas vias de síntese de fosfolipídios com a fosfatidilcolina. No entanto, a fosfatidilserina em si não é uma fonte direta de colina (o principal componente da fosfatidilcolina).

Citicolina (CDP-Colina)

A citicolina é um precursor direto da fosfatidilcolina. Ela contém colina, que, por meio de várias vias metabólicas, pode ser incorporada à fosfatidilcolina nas membranas celulares, especialmente nas células do cérebro.

Citicolina é convertida em CDP-colina (citidina difosfato-colina), que é um intermediário na síntese de fosfatidilcolina. Assim, a citicolina favorece diretamente a produção de fosfatidilcolina, especialmente nas membranas celulares do cérebro, onde é mais necessária para a função neuronal.

A citicolina é um precursor da fosfatidilcolina, mas também fornece colina ao corpo, que pode ser utilizada para a sintese de acetilcolina. A citicolina é convertida em CDP-colina (citidina difosfato-colina) e colina, com a colina então sendo usada para a produção de acetilcolina. É um pouco mais cara em comparação com a colina simples.

Fosfatidilcolina

A fosfatidilcolina é uma molécula grande e complexa, o que pode dificultar sua absorção direta no trato digestivo. Quando ingerida, a fosfatidilcolina precisa ser quebrada em componentes menores, como colina e ácidos graxos, antes de ser utilizada pelo corpo. Isso torna a suplementação direta de fosfatidilcolina menos eficiente em comparação com colina ou citicolina, que são formas mais biodisponíveis para o cérebro.

Suplementar fosfatidilcolina diretamente não garante que ela será direcionada para as membranas neurais, onde ela é mais necessária para melhorar a função cognitiva e a memória.

Suplementação de Colina

A colina é um precursor da fosfatidilcolina, mas seu metabolismo no corpo é complexo. Embora a colina seja convertida em fosfatidilcolina no fígado e nas células nervosas, a quantidade de colina necessária para formar fosfatidilcolina pode ser dificultosa de atingir com a suplementação isolada de colina.

A colina é um precursor direto da acetilcolina. No corpo, a colina é convertida em acetilcolina pela enzima colina acetiltransferase (ChAT). Ela é essencial para a síntese de acetilcolina, um neurotransmissor envolvido em memória, aprendizado e função muscular.

A desvantagem é que o excesso de colina pode ser metabolizado em trimetilamina ou utilizado de outras formas, o que pode limitar a eficiência se já houver colina suficiente no corpo.

Citicolina é a melhor opção se você deseja aumentar os níveis de acetilcolina e ao mesmo tempo melhorar a saúde das membranas neuronais. A citicolina é eficaz, pois fornece colina de forma eficiente e tem benefícios neuroprotetores adicionais, além de melhorar a membrana celular e as funções cognitivas.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/