Sibo e resistência à levodopa em pacientes com parkinson

Pesquisas indicam que uma proporção relativamente alta de pessoas com Parkinson também pode ter SIBO, embora as estimativas variem. A prevalência de SIBO em pacientes com Parkinson pode ser mais alta do que em indivíduos da população geral, com alguns estudos indicando que entre 30% a 50% dos pacientes com Parkinson podem ter SIBO. Isso pode estar relacionado ao impacto do Parkinson no sistema digestivo, como a lentidão do trânsito gastrointestinal, que favorece o crescimento bacteriano excessivo no intestino delgado.

Estudos sobre a relação entre a doença de Parkinson e o SIBO (Supercrescimento Bacteriano no Intestino Delgado) estão em andamento, e embora a prevalência exata de SIBO entre pacientes com Parkinson ainda não esteja completamente estabelecida, alguns estudos sugerem uma conexão significativa entre essas duas condições.

Prevalência de SIBO em Pacientes com Parkinson:

Pesquisas indicam que uma proporção relativamente alta de pessoas com Parkinson também pode ter SIBO, embora as estimativas variem. A prevalência de SIBO em pacientes com Parkinson pode ser mais alta do que em indivíduos da população geral, com alguns estudos indicando que entre 30% a 50% dos pacientes com Parkinson podem ter SIBO. Isso pode estar relacionado ao impacto do Parkinson no sistema digestivo, como a lentidão do trânsito gastrointestinal, que favorece o crescimento bacteriano excessivo no intestino delgado.

Fatores que Contribuem para essa Relação:

  1. Motilidade gastrointestinal prejudicada: A doença de Parkinson pode afetar os músculos do trato gastrointestinal, levando a uma motilidade intestinal reduzida. Isso pode criar um ambiente propício para o supercrescimento bacteriano.

  2. Uso de medicamentos: Alguns medicamentos usados para tratar Parkinson, como os que aumentam a dopamina ou os antiparkinsonianos, podem afetar o sistema gastrointestinal e contribuir para o desenvolvimento de SIBO.

  3. Disfunção do sistema nervoso autônomo: O Parkinson pode afetar o sistema nervoso autônomo, que controla a motilidade intestinal, contribuindo para a estase alimentar e favorecendo o crescimento bacteriano no intestino delgado.

Embora os dados exatos possam variar, é importante que pacientes com Parkinson que experimentam sintomas digestivos, como distensão abdominal, gases, diarreia ou constipação, discutam com seu médico a possibilidade de SIBO e outras condições gastrointestinais associadas.

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Menor eficácia da Levodopa em pacientes com SIBO

Quando um paciente com Doença de Parkinson apresenta SIBO (Supercrescimento Bacteriano no Intestino Delgado) e disbiose e não responde adequadamente à levodopa (medicação padrão para Parkinson), isso pode ser um desafio significativo. Existem várias razões pelas quais esses fatores podem interferir no tratamento, e abordagens multidisciplinares podem ser necessárias para melhorar a resposta ao tratamento.

Como SIBO e Disbiose Podem Impactar a Resposta à Levodopa:

  1. Absorção prejudicada de medicamentos:
    SIBO e disbiose afetam o equilíbrio bacteriano intestinal e a saúde do trato gastrointestinal. Isso pode prejudicar a absorção adequada da levodopa e de outros medicamentos, uma vez que a motilidade gastrointestinal reduzida e a inflamação intestinal podem interferir na capacidade do corpo de absorver a medicação de forma eficiente.

  2. Alterações no metabolismo de medicamentos:
    O crescimento excessivo de bactérias no intestino pode alterar a metabolização de medicamentos como a levodopa. O SIBO pode resultar em alterações no pH intestinal, que podem afetar a quebra e absorção de levodopa, além de influenciar o processo de conversão da levodopa em dopamina no cérebro.

  3. Inflamação intestinal:
    A disbiose e o SIBO geralmente causam inflamação no trato gastrointestinal, o que pode afetar a função nervosa e intestinal, contribuindo para uma pior resposta ao tratamento. A inflamação crônica também pode interferir na função do sistema nervoso autônomo, que regula muitos processos digestivos e a motilidade intestinal.

  4. Interações com microbiota e dopamina:
    A microbiota intestinal tem um papel importante na modulação da dopamina, um neurotransmissor crucial para a Doença de Parkinson. Disbiose pode alterar o equilíbrio da microbiota e afetar a produção de dopamina no sistema nervoso central e intestino, levando a um quadro de resistência ao tratamento com levodopa.

Abordagens para Melhorar a Resposta ao Tratamento:

  1. Tratamento do SIBO e da Disbiose:

    • Antibióticos específicos: O tratamento de SIBO geralmente envolve o uso de antibióticos como rifaximina ou metronidazol, que ajudam a reduzir o crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado. Esses antibióticos devem ser administrados sob a supervisão de um médico.

    • Probióticos: Embora seja importante em muitos casos, o uso de probióticos deve ser cuidadosamente monitorado em pacientes com SIBO, pois certos tipos de probióticos podem piorar o problema em algumas pessoas. Probióticos específicos podem ser introduzidos gradualmente, conforme a necessidade.

    • Dieta de baixo FODMAP: Seguir uma dieta que limita alimentos ricos em FODMAPs pode ser benéfico para reduzir a fermentação intestinal e controlar o SIBO. Alguns alimentos como cebolas, alho, leguminosas, trigo e laticínios devem ser evitados.

    • Goma guar ou outros agentes espessantes: Agentes que ajudam na absorção e na motilidade gastrointestinal, como a goma guar, podem ser úteis para melhorar a digestão e a absorção de medicamentos.

  2. Ajustes no tratamento com levodopa:

    • Ajuste da dosagem: A levodopa pode precisar ser ajustada em relação ao horário de administração e à dosagem. Muitas vezes, a absorção de levodopa pode ser melhorada se a medicação for tomada em jejum ou em horários específicos, longe das refeições.

    • Uso de inibidores da COMT (como entacapona ou tolcapona): Inibidores da COMT ajudam a aumentar a disponibilidade de levodopa no cérebro ao reduzir sua degradação. Isso pode ser útil quando o paciente não responde bem ao tratamento convencional.

    • Terapia com gel de levodopa/carbidopa: Para pacientes com dificuldades de absorção, o gel de levodopa/carbidopa (administração contínua via sonda nasogástrica) pode ser uma opção mais eficaz.

  3. Apoio Nutricional e Suplementação:

    • Apoio nutricional adequado: Garantir que a dieta seja equilibrada, com boas fontes de proteína, micronutrientes e fibras de baixo FODMAP, pode melhorar a absorção de nutrientes e medicamentos.

    • Suplementos de dopamina precursora: Embora a levodopa seja o principal tratamento, em alguns casos, o uso de precusores de dopamina como L-tyrosina pode ser explorado como parte do tratamento.

  4. Tratamento da motilidade gastrointestinal:

    • Procinéticos: Medicamentos que ajudam a melhorar a motilidade intestinal, como prucaloprida ou domperidona, podem ser usados para melhorar a motilidade do intestino e a absorção da levodopa.

    • Exercícios físicos: Incentivar exercícios físicos moderados pode ajudar a melhorar a função intestinal e a motilidade gastrointestinal, além de aliviar alguns dos sintomas motores da Doença de Parkinson.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Disruptores Endócrinos: O Perigo Invisível para a Nossa Saúde

Os disruptores endócrinos (DEs) são substâncias químicas que interferem no funcionamento do sistema hormonal, podendo mimetizar, bloquear ou alterar a produção, transporte e eliminação de hormônios essenciais para o organismo. Essa disrupção pode levar a uma série de efeitos adversos na saúde, principalmente no desenvolvimento fetal, crescimento, metabolismo e reprodução.

Onde Encontramos os Disruptores Endócrinos?

Esses compostos estão presentes em diversos produtos do dia a dia, muitas vezes sem que percebamos:

  • Plásticos: Garrafas PET, embalagens de alimentos e utensílios domésticos contêm substâncias como Bisfenol A (BPA) e ftalatos.

  • Pesticidas: Resíduos de agroquímicos em frutas, verduras e água potável.

  • Cosméticos: Produtos de beleza e higiene, como shampoos, cremes e maquiagens.

  • Alimentos: Conservantes, aditivos e embalagens podem liberar compostos prejudiciais.

  • Água: Estudos demonstram a presença de DEs em fontes de abastecimento público.

Quanto Tempo os Disruptores Endócrinos Permanecem no Corpo?

A persistência dessas substâncias no organismo depende da estrutura química do composto e da capacidade do corpo de metabolizá-lo e eliminá-lo. Inicialmente, acreditava-se que certos compostos, como os presentes nos plásticos, eram eliminados em poucos dias. No entanto, pesquisas recentes revelaram que alguns desses elementos podem se acumular até no cérebro, aumentando os riscos para a saúde a longo prazo.

Os Disruptores Endócrinos e a Exposição Fetal

A exposição a disruptores endócrinos durante a gestação é especialmente preocupante, pois pode afetar diretamente o desenvolvimento do bebê. Diversos estudos identificaram a presença desses compostos na placenta e em recém-nascidos, indicando potenciais impactos no neurodesenvolvimento infantil.

Principais Disruptores Endócrinos Detectados na Placenta e no Bebê:

  • Bisfenol A (BPA), ftalatos e pesticidas: Foram detectados no líquido amniótico, indicando exposição intrauterina. Estudos associam essa exposição a perturbações no desenvolvimento fetal.

  • Compostos Organoestânicos (Organotinas): Como a tributiltina (TBT), que pode atravessar a placenta e acumular-se nos tecidos fetais. Embora pesquisas em humanos ainda sejam limitadas, estudos em animais sugerem impactos negativos no desenvolvimento neurológico.

  • Triclosan: Presente em produtos antimicrobianos, pode interferir na regulação hormonal, afetando a homeostase dos hormônios gonadais e da tireoide, comprometendo o neurodesenvolvimento.

Efeitos no Cérebro e no Sistema Nervoso

A exposição a disruptores endócrinos pode trazer conseqüências severas para o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso, incluindo:

✅ Alterações na plasticidade neuronal

✅ Déficits de memória e aprendizado

✅ Maior risco de ansiedade e hiperatividade

✅ Mudanças nos níveis de neurotransmissores, como dopamina e serotonina

Impactos na Tireoide

A tireoide é um órgão fundamental para o metabolismo e desenvolvimento. Os DEs podem afetá-la de diferentes formas:

  • Bloqueio de receptores hormonais

  • Redução nos níveis de T4

  • Comprometimento da conversão de T4 em T3 (forma ativa do hormônio tireoidiano)

Como Reduzir a Exposição aos Disruptores Endócrinos?

Embora seja difícil eliminar completamente a exposição aos DEs, algumas ações podem ajudar a minimizar os riscos:

  • Evitar plásticos com BPA e ftalatos: Opte por vidro ou aço inoxidável para armazenar alimentos e bebidas.

  • Preferir alimentos orgânicos: Reduz a exposição a pesticidas.

  • Escolher cosméticos naturais e livres de parabenos.

  • Filtrar a água: Alguns filtros removem resíduos de pesticidas e hormônios.

  • Reduzir o consumo de alimentos processados: Evite embalagens plásticas e aditivos artificiais.

Pequenas mudanças no dia a dia podem diminuir significativamente a exposição a essas substâncias prejudiciais. Você já aplica algumas dessas estratégias?

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Deficiência de vitamina A em crianças

A nutrição adequada é essencial para o crescimento e desenvolvimento saudável das crianças. Muitas vezes, ouvimos falar de nutrientes “principais” e “secundários”, mas a verdade é que todos são indispensáveis! Mesmo aqueles que atuam apenas como cofatores no metabolismo desempenham um papel essencial para o funcionamento do organismo. No entanto, alguns nutrientes são mais fáceis de serem obtidos em quantidades adequadas do que outros, o que pode levar a deficiências nutricionais.

Desafios Alimentares na Infância

Durante a infância, é comum que as crianças passem por fases de seletividade alimentar, onde preferem determinados alimentos e rejeitam outros. Essas “fases” podem resultar em uma ingestão reduzida de nutrientes essenciais. Situações como recusa a vegetais folhosos, ovos ou carnes podem contribuir para deficiências nutricionais, mesmo quando a alimentação da criança é, em geral, equilibrada.

O cenário atual mostra que as carências nutricionais são frequentes: cerca de 50% das crianças com até cinco anos apresentam algum tipo de déficit de vitaminas ou minerais. Esse dado reforça a importância da suplementação, especialmente quando há dificuldade em alcançar as quantidades necessárias por meio da alimentação.

Nutrientes Essenciais e Suplementação

Quando falamos em suplementação, é comum focarmos nos “grandes” nutrientes, como Vitamina D, Ferro, Vitamina A, B12 e Ômega 3. No entanto, esses nutrientes também dependem de outros menos falados, mas igualmente importantes, como zinco, selênio, folato e colina. Dessa forma, a melhor abordagem para garantir que cada criança receba os nutrientes adequados é por meio de uma avaliação nutricional e laboratorial personalizada.

No Brasil, pesquisas demonstram que 17,4% das crianças e 12,3% das mulheres em idade fértil apresentam níveis inadequados de vitamina A. As regiões mais afetadas são o Nordeste (19,0%) e o Sudeste (21,6%).

O Impacto da Deficiência de Vitamina A

A deficiência de vitamina A tem consequências significativas para a imunidade. Estudos mostram que ela está associada à redução da atividade das células NK (Natural Killers) e à diminuição da capacidade das células esplênicas de produzir interferon em resposta a estímulos. Além disso, essa deficiência compromete a produção de anticorpos contra polissacarídeos bacterianos e antígenos proteicos, aumentando a vulnerabilidade a infecções, como micobacterioses e esquistossomose.

Benefícios da Suplementação com Vitamina A

Evidências científicas apontam diversos benefícios da suplementação de vitamina A para crianças de 6 a 59 meses:

  • Redução do risco global de morte em 24%.

  • Redução da mortalidade por diarreia em 28%.

  • Redução da mortalidade por todas as causas em crianças HIV positivo em 45%.

Com base nesses dados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a suplementação de vitamina A para prevenir a deficiência, a xeroftalmia e a cegueira nutricional em crianças nessa faixa etária. Além disso, a suplementação deve ser parte de uma estratégia mais ampla, que inclua a diversificação alimentar com fontes ricas nesse nutriente, como batata-doce, cenoura, folhas verdes (especialmente couve), abóbora, alface, melão, pimentão e manga.

A Importância da Suplementação Pós-Parto

Além da suplementação infantil, é fundamental que as mães também sejam suplementadas após o parto. Isso contribui para garantir que a criança receba quantidades adequadas de vitamina A através da amamentação.

Toda criança deveria receber suplementação de vitamina A, assim como já ocorre com a vitamina D. No entanto, é importante que essa suplementação seja feita com produtos de qualidade, livres de excipientes prejudiciais, como corantes, adoçantes e conservantes artificiais, incluindo parabenos, que são conhecidos como disruptores endócrinos.

Garantir um aporte adequado de vitaminas e minerais desde os primeiros anos de vida é um investimento essencial para a saúde e o desenvolvimento infantil. O acompanhamento nutricional e laboratorial é a melhor forma de personalizar a suplementação e garantir que cada criança receba exatamente o que precisa para crescer com saúde e vitalidade.

Consultas de nutrição

Cursos online:

Alimentação dos 0 a 2 anos

Alimentação no TEA

Alimentação na T21.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/