Deficiência de zinco no TOD

A relação entre suplementação de zinco e transtorno desafiador-opositivo (TOD) em crianças é destacada em vários estudos:

Um estudo comparando níveis plasmáticos de zinco em meninos com TOD e controles saudáveis ​​descobriu que meninos com TOD tinham níveis plasmáticos de zinco significativamente mais baixos (p < 0,05), embora esses níveis ainda estivessem dentro da faixa normal para a população. Nenhuma diferença significativa nos níveis plasmáticos de cobre foi observada entre os dois grupos [1].

Outro estudo focado em crianças turcas de baixa renda do ensino fundamental demonstrou que a suplementação de zinco (15 mg/dia) resultou em uma diminuição significativa em problemas de comportamento relacionados ao déficit de atenção, hiperatividade e comportamento de oposição, particularmente em crianças de mães com baixa escolaridade [2]. Isso sugere que o zinco pode desempenhar um papel na melhoria dos resultados comportamentais em crianças com TOD.

Um estudo mais recente indicou que os níveis basais de zinco podem moderar os efeitos da retirada do tratamento em crianças com TDAH e TOD. Níveis basais mais altos de zinco foram associados a um aumento maior em erros em tarefas de memória de trabalho após a descontinuação do metilfenidato, sugerindo que o zinco pode ser um biomarcador potencial para a eficácia do tratamento [3].

A pesquisa também indica que deficiências em bioelementos, incluindo zinco, são mais comuns entre crianças com TDAH e transtornos relacionados, incluindo TOD. A suplementação de zinco, juntamente com outros bioelementos, mostrou-se promissora na redução da hiperatividade e na melhoria do comportamento [4].

Em resumo, a suplementação de zinco parece ter uma relação benéfica com problemas comportamentais associados ao TOD, particularmente em populações com níveis basais mais baixos de zinco. Mais pesquisas são necessárias para esclarecer os mecanismos e a eficácia do zinco no gerenciamento dos sintomas do TOD.

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Referências:

1) O Yorbik et al. [Plasma zinc and copper levels in boys with oppositional defiant disorder]. Turk psikiyatri dergisi = Turkish journal of psychiatry (2004). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15622507/

2) Y Uçkardeş et al. Effects of zinc supplementation on parent and teacher behaviour rating scores in low socioeconomic level Turkish primary school children. Acta paediatrica (Oslo, Norway : 1992) (2009). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19133873/

3) PT Rosenau et al. Withdrawing methylphenidate in relation to serum levels of ferritin and zinc in children and adolescents with attention-deficit/hyperactivity disorder. Journal of psychiatric research (2022). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35714551/

4) B Starobrat-Hermelin et al. [The effect of deficiency of selected bioelements on hyperactivity in children with certain specified mental disorders]. Annales Academiae Medicae Stetinensis (1998). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/9857546/

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Melatonina e Transtorno Opositor Desafiador

O Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) é um padrão de comportamento caracterizado por atitudes desafiadoras, hostis, irritáveis e desobedientes, principalmente em relação a figuras de autoridade, como pais, professores e outros adultos. É mais comum em crianças e adolescentes, mas pode continuar na vida adulta, embora seja menos frequentemente diagnosticado na fase adulta.

Os principais sintomas do TOD incluem:

  • Comportamento desafiador: A criança frequentemente desafia regras e ordens.

  • Irritabilidade: A criança pode se sentir facilmente frustrada ou irritada.

  • Raiva: Pode haver atitudes de hostilidade ou vingança.

  • Agressão verbal: Respostas desrespeitosas ou discussões constantes.

  • Recusa em assumir responsabilidades: Evitar tarefas ou responsabilidades, frequentemente colocando a culpa em outros.

Embora o TOD seja frequentemente associado a dificuldades emocionais e comportamentais, sua causa pode envolver uma combinação de fatores genéticos, ambientais e psicológicos. O tratamento pode envolver psicoterapia (como a Terapia Cognitivo-Comportamental), treinamento de habilidades sociais e, em alguns casos, medicação para lidar com sintomas relacionados, como ansiedade ou depressão.

É importante buscar ajuda profissional para um diagnóstico adequado e para discutir opções de tratamento comportamental se você suspeitar que alguém possa ter esse transtorno.

O impacto da melatonina no transtorno desafiador-opositivo (TOD)

Um relato de caso envolvendo uma menina de quatro anos com síndrome de deleção 1p36, que apresentava TOD, indicou que a melatonina foi usada efetivamente para controlar a insônia associada à sua condição. Os resultados do acompanhamento mostraram boa eficácia da melatonina sem efeitos adversos, sugerindo que pode ser benéfica no tratamento de problemas de sono que podem exacerbar problemas comportamentais em crianças com TOD [1].

Embora os estudos específicos sobre os efeitos diretos da melatonina no TDO sejam limitados, observa-se que crianças com TDO frequentemente apresentam condições coexistentes, como transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH). A terapia estimulante, que pode incluir medicamentos como metilfenidato, é comumente usada para tratar sintomas de TDAH e também pode reduzir os sintomas do TOD quando ambos os transtornos coexistem [2].

Intervenções psicológicas, incluindo treinamento dos pais e resolução colaborativa de problemas, são recomendadas para o gerenciamento do TOD. Essas estratégias se concentram em melhorar a dinâmica familiar e as habilidades de enfrentamento da criança, o que pode beneficiar indiretamente crianças que usam melatonina para problemas de sono [3] [4].

Concluindo, embora a melatonina possa ajudar a controlar distúrbios do sono em crianças com TOD, mais pesquisas são necessárias para estabelecer seu impacto direto no transtorno em si.

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Referências

1) W Briegel et al. Psychiatric Comorbidities in 1p36 Deletion Syndrome and Their Treatment-A Case Report. International journal of environmental research and public health (2021). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34831818/

2) SS Hamilton et al. Oppositional defiant disorder. American family physician (2008). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18841736/

3) A Fraser et al. Oppositional defiant disorder. Australian family physician (2008). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/18523691/

4) DJ Hawes et al. Oppositional defiant disorder. Nature reviews. Disease primers (2023). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37349322/

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Transtorno de oposição desafiante

O Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) e o Transtorno de Conduta (TC) são condições psiquiátricas que compartilham algumas semelhanças, mas têm características distintas.

1. Transtorno Opositivo Desafiador (TOD)

  • Definição: Caracteriza-se por um padrão persistente de comportamentos desafiadores, desobedientes, irritáveis e hostis em relação a figuras de autoridade, como pais, professores ou outros adultos.

  • Comportamentos típicos: A criança ou adolescente pode apresentar irritação, discussão excessiva, recusa em seguir regras, culpabilização dos outros pelos próprios erros e comportamento vingativo.

  • Diferença principal: Embora os comportamentos sejam desafiadores, as ações do indivíduo não envolvem comportamentos agressivos ou prejudiciais de forma intensa e duradoura, como no Transtorno de Conduta.

  • Não é Transtorno de Conduta: O TOD não envolve comportamento violento ou destrutivo. A principal diferença é que não há padrões de violação de direitos dos outros, como é o caso no transtorno de conduta.

2. Transtorno Explosivo Intermitente (TEI)

  • Definição: Caracteriza-se por episódios de raiva intensa e desproporcional a eventos externos. A pessoa pode ter explosões emocionais, como gritar, agredir fisicamente ou destruir objetos, sem que esses episódios estejam diretamente ligados a uma situação ou motivo específico.

  • Comportamentos típicos: A pessoa pode agir de maneira impulsiva e descontrolada, geralmente depois de um pequeno aborrecimento. Essas explosões são intensas, mas de curta duração e não há um padrão constante de agressão.

  • Diferença principal: O TEI é mais sobre episódios súbitos e intensos de raiva, ao passo que o TOD envolve uma constante oposição a figuras de autoridade, mas não necessariamente explosões de raiva extremas.

3. Transtorno de Conduta (TC)

  • Definição: Caracteriza-se por um padrão repetitivo e persistente de violação dos direitos dos outros e normas sociais. Os indivíduos com TC frequentemente se envolvem em comportamentos agressivos, crueldade com animais, roubo, vandalismo, entre outros.

  • Comportamentos típicos: Agressão física contra pessoas ou animais, destruição de propriedade, engano, roubo e violação de regras significativas. O comportamento muitas vezes envolve manipulação ou falta de remorso.

  • Diferença principal: O TC é mais grave do que o TOD e o TEI, envolvendo comportamentos que causam danos aos outros ou à propriedade. O TC pode ser um precursor de problemas mais sérios ao longo da vida, como comportamento criminoso ou envolvimento com a justiça.

Resumo das diferenças:

  • TOD: Desobediência, hostilidade, irritabilidade, mas sem violação significativa dos direitos dos outros.

  • TEI: Explosões de raiva desproporcionais, mas sem um padrão contínuo de comportamento agressivo ou destrutivo.

  • TC: Violação dos direitos dos outros, comportamentos agressivos e destrutivos mais graves e frequentes.

Se você ou alguém que você conhece está apresentando sinais de um desses transtornos, pode ser útil buscar uma avaliação profissional para um diagnóstico mais preciso e orientações sobre tratamento.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/