Intolerância à frutose x má-absorção de frutose

Muito se fala sobre a intolerância à lactose, mas saiba que também existe a intolerância à frutose que também traz muitos sintomas desagradáveis ao paciente.

A intolerância à frutose é a dificuldade absorção deste tipo de açúcar que é encontrado em frutas (com diferentes concentrações), mel, alguns legumes, leguminosas e vegetais.

Intolerância à frutose herediária é uma doença autossômica ressiva, rara, na qual a deficiência de aldolase B. Quando a aldolase B está ausente ou funciona mal, a frutose, frutose-1-fosfato e sacarose (uma combinação de frutose e glicose) não podem ser metabolizadas corretamente, levando ao acúmulo tóxico dessas substâncias no organismo, especialmente no fígado, rins e intestino.

Enquanto a intolerância a frutose é apenas uma má digestão de um carboidrato, a intolerância hereditária à frutose é uma doença grave, um distúrbio no metabolismo de carboidratos causado pela falta de uma enzima necessária para decompor a frutose.

Diagnóstico da intolerância hereditária à frutose

1. Histórico clínico

  • Sintomas: Os sinais geralmente aparecem após a introdução de alimentos contendo frutose (ex.: frutas, sucos, ou alimentos com sacarose) na dieta infantil. Os sintomas podem incluir:

    • Náusea e vômitos

    • Dor abdominal

    • Sudorese

    • Hipoglicemia (nível baixo de glicose no sangue)

    • Letargia

    • Convulsões (em casos graves).

  • Evitamento espontâneo: Muitas crianças desenvolvem aversão a alimentos doces, o que pode ser um indicativo.

2. Exames laboratoriais iniciais

  • Testes de sangue e urina:

    • Hipoglicemia após o consumo de frutose.

    • Elevação de ácido lático, urato e transaminases hepáticas.

  • Função hepática alterada: Enzimas hepáticas (ALT/AST) podem estar aumentadas devido ao impacto da frutose no fígado.

3. Testes genéticos

  • É o padrão-ouro para o diagnóstico de IHF.

  • Envolve a análise do gene ALDOB, responsável pela produção da enzima aldolase B. As mutações mais comuns incluem A149P, A174D e N334K, mas podem variar entre populações.

  • Este teste é não invasivo, requer apenas uma amostra de sangue ou saliva e confirma o diagnóstico com alta precisão.

4. Teste de sobrecarga de frutose (não recomendado rotineiramente)

  • Este exame avalia a resposta do organismo à ingestão de frutose.

  • Cuidado: Este teste pode causar efeitos adversos graves (hipoglicemia severa e outros sintomas) e, por isso, é raramente utilizado, sendo substituído pelos testes genéticos sempre que possível.

5. Biópsia hepática (raramente necessária)

  • Em casos duvidosos, a biópsia pode demonstrar acúmulo de frutose-1-fosfato no fígado, mas é um procedimento invasivo e raramente indicado devido aos avanços nos testes genéticos.

Manejo após o diagnóstico

  • Dieta rigorosa: Exclusão total de alimentos que contenham frutose, sacarose e sorbitol.

  • Educação nutricional: É fundamental para evitar crises metabólicas e garantir uma boa qualidade de vida.

Má absorção de frutose

Já a má absorção da frutose não é genética. Pode ser adquirida ao longo da vida, acometer pessoas com a síndrome do intestino irritável. A frutose não está presente somente na frutas como muitos pensam mas estão presentes em altas concentrações nos produtos industrializados como iogurtes de frutas, sorvetes, refrigerantes, sucos de caixinha, barras de cereais, ketchup, maionese, molhos industrializados, chocolates, bolos, comidas rápidas, açúcar branco, melaço, xarope de milho, além de carnes processadas e embutidos como salsicha e presunto.

A intolerância à frutose apresenta diferentes graus, podendo ser leve, moderada a grave. Por isso a restrição no consumo de alimentos com frutose deve ser ajustada individualmente. Procure sempre a orientação de um nutricionista para a realização de um plano nutricional adequado às suas necessidades.

Uma boa saída para redução dos sintomas da intolerância à frutose é a adoção de uma dieta Low FODMAP, que retira da dieta alimentos pouco absorvidos no intestino delgado e que são fermentados por bactérias da microbiota intestinal, como a frutose.

Dicas de como diminuir os sintomas da intolerância a frutose

  • Restriçao de consumo de frutose para 10g/dia

  • Fracionamento. Pequenas quantidades por vês. O GLUT-5 tem baixa capacidadr de transporte e satura facilmente com quantidades a partir de 30g.

  • Associar glicose. o transporte ativo da glicose resulta em um fluxo hídrico através da mucosa intestinal, causando um aumento do solvent drag e difusão passiva de frutose.

  • Evitar o consumo de sorbitol pois pode ser transformado em frutose, bloquendo o GLUT5.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Sustentabilidade alimentar

De acordo com a FAO (1989), o desenvolvimento sustentável consiste na gestão e conservação dos recursos naturais e na orientação da mudança tecnológica e institucional, de forma a assegurar a satisfação contínua das necessidades das gerações atuais e futuras. O desenvolvimento sustentável (nos setores da agricultura, da silvicultura e das pescas) conserva a terra, a água e os recursos genéticos das plantas e animais; é ambientalmente não degradante, tecnicamente apropriado, economicamente viável e socialmente sustentável.

O conceito de sustentabilidade foi construído com base na definição de desenvolvimento sustentável. Deste modo, a FAO refere que a sustentabilidade consiste em práticas que permitem garantir os direitos do homem, satisfazendo as necessidades presentes e futuras, sem causar danos irreversíveis no ecossistema e sem comprometer o futuro das gerações vindouras. O conceito de sustentabilidade é um conceito multidimensional que engloba a integridade ambiental, o bem-estar social, a resiliência económica e a boa governação.

O que é um alimento sustentável? É um alimento:

  • produzido com recurso a métodos de produção que respeitam o ambiente e os animais;

  • local e sazonal adquirido diretamente aos produtores;

  • não processado, de modo a minimizar a quantidade de recursos utilizados (p.e. água, combustível);

  • que respeita o bem-estar do ambiente, dos animais, dos produtores e dos consumidores.

Segundo a definição da FAO (2015), uma dieta sustentável tem baixo impacto ambiental e contribui para a segurança alimentar e nutricional da população, assim como para o seu estado de saúde, tanto no presente como no futuro. As dietas sustentáveis protegem e respeitam a biodiversidade e o ecossistema; além de que permitem otimizar os recursos naturais e humanos. Para além disso, uma dieta sustentável é culturalmente aceita, nutricionalmente adequada, acessível pela população, segura e economicamente justa.

Em 2050, a população será superior a 9 biliões e, como tal, será necessário produzir mais 60% de alimentos. Há 900 milhões de pessoas que passam fome em todo o mundo e 1,9 biliões sofrem de excesso de peso.

A produção de alimentos de origem animal é responsável por um uso superior de recursos (p.e. água, solo) e emissões de gases de efeito de estufa face aos alimentos de origem vegetal. Dentre os vários alimentos, o chocolate, a carne (principalmente a vermelha) e os laticínios são os que requerem mais água para a sua produção e emitem mais gases de estufa.

Alimentos industrializados também têm um grande impacto ambiental. O chocolate, por exemplo, consome e gasta muita energia para ser produzido. Falo mais sobre este tema neste vídeo.

O potencial de efeito de estufa é calculado com base no dióxido de carbono, óxido nitroso e metano. Além destes três gases, também podem ser considerados, no cálculo do potencial de efeito de estufa, os hidrofluorcarbonetos, os perfluorcarbonetos e o hexafluoreto de enxofre. Este valor é determinado de acordo com um intervalo de tempo específico, sendo neste caso de 100 anos.

Modos de produção sustentáveis

  • MODO DE PRODUÇÃO BIOLÓGICO

  • PRODUÇÃO QUE RESPEITA A NATUREZA

  • PRODUTOS SÃO PRODUZIDOS DE FORMA SUSTENTÁVEL

  • CONTROLE DOS OPERADORES DE PRODUÇÃO BIOLÓGICA, UMA VEZ POR ANO

  • OS ANIMAIS DE CRIAÇÃO VIVEM LIVREMENTE E SÃO CUIDADOS EM CONDIÇÕES QUE ASSEGURAM O BEM-ESTAR ANIMAL

  • USO LIMITADO DE PESTICIDAS, FERTILIZANTES QUÍMICOS E ANTIBIÓTICOS

  • RESTRIÇÃO NO USO DE ADITIVOS ALIMENTARES,

  • AUXILIARES TECNOLÓGICOS E OUTROS PRODUTOS SIMILARES ADAPTADOS AOS MEIOS DO PRÓPRIO CAMPO E AOS CONHECIMENTOS LOCAIS

  • CUMPRIMENTO DE REGRAS ESPECÍFICAS, DESTINADAS AO RESPEITO PELO BEM-ESTAR AMBIENTAL E ANIMAL DOS PRODUTOS

  • LIVRES DE ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS (OGM’S)

  • CUMPRIMENTO DE REGULAMENTOS ALUSIVOS À PRODUÇÃO DE PRODUTOS BIOLÓGICOS, DE DEFESA DO CONSUMIDOR E DE SAÚDE

5 EIXOS PARA A SUSTENTABILIDADE ALIMENTAR E AGRICULTURA

  1. Melhorar a eficiência na utilização dos recursos;

  2. Ter uma ação direta para conservar, proteger e melhorar os recursos naturais;

  3. Proteger os meios rurais de subsistência e melhorar a equidade e o bem-estar social;

  4. Melhorar a resiliência das pessoas, comunidades e ecossistemas, especialmente as alterações climáticas e a volatilidade dos mercados;

  5. Promover a boa governação para uma melhor sustentabilidade dos sistemas naturais e humanos.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

MUFFINS DE CHOCOLATE SEM FARINHA (MASSA DE MAÇÃ) PARA PACIENTES ONCOLÓGICOS

Um estudo mostrou que o consumo de chocolate amargo (50g/dia) durante 3 dias reduz significativamente sintomas de ansiedade e depressão em pacientes oncológicos. Muitos pacientes com câncer apresentam alterações de paladar, dificuldades de alimentação e alterações de humor. Querem comer os alimentos favoritos e, ao mesmo tempo, desejam estar bem nutridos. Não desejam inflamar mais ainda e frequentemente solicitam receitas de bolos sem farinhas.

A maçã é uma ótima opção nestas receitas, especialmente para aqueles que não podem consumir glúten. Mas por que usar maçãs em receitas sem glúten?

  1. Umidade e textura: Maçãs podem adicionar umidade e uma textura agradável a produtos assados ​​sem glúten, como muffins, bolos e pães. Isso é especialmente importante porque farinhas sem glúten tendem a absorver mais umidade do que farinha de trigo, tornando os produtos assados ​​secos e quebradiços sem fontes de umidade adicionadas, como compota de maçã ou maçãs raladas.

  2. Doçura natural: Maçãs fornecem doçura natural a receitas sem a necessidade de açúcar excessivo. Isso pode ajudar a reduzir o teor geral de açúcar em sobremesas sem glúten, ao mesmo tempo em que fornece um sabor satisfatório.

  3. Agente de ligação: Compota de maçã ou maçãs finamente raladas podem atuar como um agente de ligação em receitas sem glúten, ajudando a manter os ingredientes juntos na ausência de glúten, o que normalmente fornece elasticidade e estrutura aos produtos assados.

  4. Realce de sabor: Maçãs podem adicionar um sabor agradável a vários pratos sem glúten, melhorando o perfil geral do sabor. Sua doçura e acidez naturais podem complementar outros ingredientes na receita.

  5. Benefícios nutricionais: Maçãs são uma boa fonte de vitaminas, minerais e fibras alimentares. Adicioná-las a receitas sem glúten pode aumentar o valor nutricional do prato, tornando-o uma opção mais saudável.

  6. Adequado para alérgicos: Maçãs são geralmente bem toleradas pela maioria das pessoas e são menos propensas a causar alergias ou sensibilidades em comparação a alguns outros ingredientes comumente usados ​​em assados ​​sem glúten.

  7. Versatilidade: Maçãs são versáteis e podem ser usadas em receitas doces e salgadas sem glúten. Elas podem ser usadas em tortas, salgadinhos, panquecas, saladas e até mesmo como cobertura para aveia ou iogurte sem glúten.

  8. Variações de sabor: Diferentes variedades de maçã têm sabores e texturas únicos, permitindo que você experimente e crie uma ampla variedade de receitas sem glúten com gostos distintos.

Muffins de Chocolate e Maçã Sem Glúten

  • 2 maçãs

  • Cacau em Pó

  • 2 ovos

  • 1 colher de chá de agente de fermentação

Para decoração (opcional):

  • 110g de chocolate amargo

  • Cobrir com gotas de chocolate

Método de preparo

Misture todos os ingredientes em um processador de alimentos. Despeje em formas e leve ao forno a 180oC por 20-30 minutos. Depois que os muffins esfriarem, regue-os com chocolate amargo e decore com gotas de chocolate.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/