Hemoglobina A1c (HbA1c): Um Guia para o Controle do Diabetes Tipo 2 (T2D)

A hemoglobina A1c (HbA1c) é um exame amplamente utilizado para monitorar o controle da glicose no sangue a longo prazo em pessoas com diabetes tipo 2 (T2D). Valores elevados de HbA1c indicam controle inadequado da glicose e são usados para diagnosticar pré-diabetes (5,7%-6,4%) e diabetes (acima de 6,4%). Contudo, as metas para reduzir a HbA1c em pacientes com diabetes são motivo de debate.

Metas de Tratamento para HbA1c: Um Debate em Evolução

As metas para o controle da HbA1c variam entre as organizações médicas:

  • A American Diabetes Association (ADA) recomenda manter HbA1c abaixo de 7% para reduzir complicações.

  • A American College of Physicians (ACP) propôs uma meta mais flexível, entre 7%-8%, argumentando que o uso intensivo de medicamentos pode trazer mais riscos do que benefícios, como efeitos colaterais e custos elevados.

No entanto, é importante destacar que essas diretrizes se baseiam principalmente no uso de medicamentos, ignorando o potencial de intervenções como a dieta e mudanças no estilo de vida.

Por que a HbA1c Importa?

Valores elevados de HbA1c estão associados a danos:

  • Microvasculares: Afetam vasos pequenos, levando a perda de visão, insuficiência renal e amputações.

  • Macrovasculares: Afetam vasos grandes, aumentando o risco de ataques cardíacos e AVCs.

Além disso, o aumento crônico da HbA1c pode:

  • Alterar a expressão genética (epigenética), contribuindo para inflamação e resistência à insulina.

  • Aumentar o risco de certos tipos de câncer, como colorretal, gástrico, hepático e pancreático.

Tratamento Nutricional: Um Novo Caminho

O tratamento tradicional com medicamentos pode ser eficaz, mas apresenta desafios, incluindo o risco de hipoglicemia. Em contraste, a abordagem baseada em cetose nutricional oferece uma alternativa promissora.

Principais benefícios da cetose nutricional:

  • Redução significativa da HbA1c sem o uso intensivo de medicamentos.

  • Melhora da resistência à insulina e redução da inflamação.

  • Menores custos com medicamentos e menos efeitos colaterais.

Estudo Virta: Em um ano, pacientes reduziram em média a HbA1c de 7,6% para 6,3%, com muitos eliminando ou reduzindo os medicamentos (Hallberg et al., 2018).

Conclusão

Manter a HbA1c abaixo de 7% é crucial para minimizar complicações associadas ao diabetes tipo 2, desde danos vasculares até o risco de câncer. Embora o controle intensivo com medicamentos exija cautela, abordagens como a cetose nutricional oferecem um método seguro e eficaz para atingir esses objetivos, melhorando a saúde metabólica de forma abrangente.

Se você busca transformar sua saúde e gerenciar o diabetes de maneira sustentável, considere uma abordagem integrada que priorize a nutrição e o estilo de vida.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Tioglitazona trata diabetes mas aumenta peso e risco de osteoporose

A tioglitazona, que pertence à classe dos tiazolidinedionas (TZDs), é um medicamento usado no tratamento do diabetes mellitus tipo 2. Ela atua como um agonista dos receptores PPAR-γ (receptores ativados por proliferadores de peroxissomas gama), promovendo o aumento da sensibilidade à insulina em tecidos periféricos, como músculos e tecido adiposo.

Contudo, o uso da tioglitazona está associado a alguns efeitos adversos relevantes:

Benefícios no Diabetes:

  • Melhora da sensibilidade à insulina: Reduz a resistência à insulina, um dos principais mecanismos do diabetes tipo 2.

  • Redução da glicemia: Diminui os níveis de glicose no sangue ao aumentar a captação de glicose nos tecidos periféricos e reduzir a produção hepática de glicose.

  • Proteção potencial cardiovascular: Alguns estudos sugerem que pode melhorar o perfil lipídico e reduzir a inflamação, embora o risco de insuficiência cardíaca limite seu uso em certos pacientes.

Efeitos Adversos:

  1. Aumento de peso:

    • A tioglitazona estimula o armazenamento de gordura no tecido adiposo subcutâneo.

    • Pode haver retenção de líquidos, contribuindo ainda mais para o ganho de peso.

    • Este efeito pode ser indesejável, especialmente em pacientes obesos ou com insuficiência cardíaca.

  2. Risco de osteoporose e fraturas:

    • A tioglitazona reduz a formação óssea ao inibir a atividade dos osteoblastos (células formadoras de osso).

    • O uso prolongado pode levar à perda de densidade mineral óssea, aumentando o risco de fraturas, especialmente em mulheres pós-menopáusicas.

  3. Risco de retenção hídrica e insuficiência cardíaca:

    • O aumento da retenção de líquidos pode descompensar pacientes com insuficiência cardíaca preexistente.

    • Este é um dos motivos pelos quais o uso das TZDs é contraindicado em pacientes com insuficiência cardíaca grave (classe funcional III-IV da NYHA).

  4. Outros efeitos adversos:

    • Hepatotoxicidade: Embora raro, o uso de TZDs exige monitoramento da função hepática.

    • Anemia: A retenção de líquidos pode diluir os níveis de hemoglobina.

A tioglitazona pode ser eficaz em melhorar o controle glicêmico em pacientes com diabetes tipo 2, mas sua utilização requer uma análise cuidadosa do perfil de risco/benefício. Para pacientes em risco de osteoporose ou com histórico de insuficiência cardíaca, outras classes de medicamentos (como GLP-1 RAs ou inibidores de SGLT2) podem ser mais adequadas. A escolha do tratamento deve sempre ser individualizada.

Embora o ganho de peso seja um efeito colateral comum do uso de tioglitazona, estratégias de estilo de vida podem ajudar a mitigar esse efeito. Essas abordagens são focadas em promover um equilíbrio energético saudável, minimizar a retenção de líquidos e melhorar a composição corporal. Aqui estão algumas sugestões práticas:

1. Controle Alimentar

  • Evite excesso calórico:

    • Monitore a ingestão de calorias para evitar ganho de peso causado por um balanço energético positivo.

    • Consuma porções adequadas e evite alimentos ultraprocessados ricos em açúcar e gorduras saturadas.

  • Priorize alimentos ricos em fibras:

    • Frutas, vegetais, grãos integrais e leguminosas promovem saciedade e ajudam no controle glicêmico.

  • Controle o consumo de sódio:

    • Reduzir o sódio na dieta pode minimizar a retenção de líquidos associada ao uso de tioglitazona.

2. Atividade Física Regular

  • Exercícios aeróbicos:

    • Caminhada, corrida, natação ou ciclismo ajudam a queimar calorias e melhorar a sensibilidade à insulina.

    • Objetivo: pelo menos 150 minutos de exercício aeróbico moderado por semana.

  • Treinamento de força/resistência:

    • Ajuda a preservar a massa muscular, combater o acúmulo de gordura e melhorar o metabolismo basal.

    • Inclua exercícios de peso corporal ou com pesos livres 2-3 vezes por semana.

  • Atividades diárias adicionais:

    • Aumente a movimentação no dia a dia, como subir escadas ou caminhar em vez de usar o carro.

3. Monitoramento do Peso e da Composição Corporal

  • Acompanhe o peso regularmente:

    • O monitoramento frequente ajuda a identificar e corrigir tendências de ganho de peso precocemente.

  • Foque na composição corporal:

    • Mantenha ou aumente a massa magra (músculos) e reduza a massa gorda.

4. Hidratação Adequada

  • Beba água suficiente:

    • Manter-se hidratado ajuda a evitar confusão entre sede e fome.

    • A hidratação também ajuda a combater a retenção de líquidos, especialmente se combinada com baixo consumo de sódio.

5. Gestão do Estresse e Sono Adequado

  • Reduza o estresse:

    • O estresse pode levar a comportamentos alimentares descontrolados e ganho de peso. Técnicas como meditação, yoga e terapia comportamental podem ser úteis.

  • Durma bem:

    • O sono insuficiente está associado a alterações hormonais que promovem o ganho de peso e a resistência à insulina.

Uso de Medicamentos e Suplementos (com orientação médica)

  • Diuréticos leves, se necessário:

    • Para retenção significativa de líquidos, o médico pode recomendar diuréticos.

  • Suplementação de cálcio e vitamina D:

    • Se houver risco aumentado de osteoporose, a suplementação pode ser recomendada para proteger a saúde óssea.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Sulfa trata diabetes mas aumenta peso

Medicamentos contendo sulfas, como a sulfonilureia, são usados no tratamento de diabetes tipo 2 para ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue. No entanto, um dos efeitos colaterais associados ao uso de sulfonilureias é o ganho de peso.

Como a sulfa trata o diabetes

  • As sulfonilureias estimulam o pâncreas a produzir mais insulina, mesmo quando os níveis de glicose estão baixos.

  • Isso ajuda a reduzir os níveis de glicose no sangue, melhorando o controle glicêmico.

Por que pode causar ganho de peso?

  1. Aumento da insulina:

    • A insulina estimula o armazenamento de glicose como gordura no tecido adiposo. Portanto, níveis mais altos de insulina podem contribuir para o ganho de peso.

  2. Redução de glicose urinária:

    • Ao melhorar o controle do açúcar no sangue, menos glicose é perdida na urina. Isso significa que o corpo retém mais calorias.

  3. Episódios de hipoglicemia:

    • As sulfonilureias podem causar hipoglicemia (queda do açúcar no sangue). Isso leva algumas pessoas a comerem mais para evitar ou tratar esses episódios, resultando em ganho de peso.

Como minimizar o ganho de peso?

  • Dieta balanceada: Manter uma alimentação saudável, rica em fibras e proteínas, pode ajudar a evitar o acúmulo de gordura.

  • Atividade física: O exercício regular ajuda a queimar calorias extras e controla o peso.

  • Acompanhamento médico: Converse com seu médico sobre ajustar a dose ou considerar alternativas que não causem ganho de peso, como inibidores da DPP-4, GLP-1 ou inibidores de SGLT2.

Se você notar um aumento significativo de peso enquanto usa sulfonilureias, consulte o médico. Existem muitas opções terapêuticas disponíveis para gerenciar o diabetes e minimizar os efeitos colaterais.

Anormalidades fisiopatológicas do diabetes

O "octeto ominoso" refere-se às oito principais anormalidades fisiopatológicas que contribuem para o desenvolvimento e a progressão do diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Esses fatores foram identificados pelo Dr. Ralph A. DeFronzo e representam uma expansão significativa além do "triumvirato" tradicional (resistência à insulina no músculo, aumento da produção hepática de glicose e disfunção das células beta). Compreender o octeto ominoso fornece uma visão detalhada dos mecanismos complexos subjacentes ao DM2 e tem implicações para as estratégias de tratamento.

Omnous Octet

Omnous Octet e drogas usadas no tratamento (Umanzor, Santos-Gallego, & Badimón, 2018)

Aqui está um resumo dos oito componentes:

  1. Disfunção das células beta:

    Secreção insuficiente de insulina devido ao esgotamento ou apoptose das células beta. Fatores contribuintes incluem glucotoxicidade, lipotoxicidade e deposição de amiloide. Estratégias de Estilo de Vida:

    • Controle glicêmico rigoroso: Manter os níveis de glicose no sangue dentro da faixa normal pode ajudar a reduzir a sobrecarga nas células beta, que são responsáveis pela produção de insulina. Dietas com baixo índice glicêmico e refeições mais frequentes, com menor carga glicêmica, podem ser benéficas.

    • Exercício regular: O exercício ajuda a melhorar a sensibilidade à insulina e reduz a necessidade de grandes quantidades de insulina, o que pode aliviar a carga sobre as células beta do pâncreas.

    • Dieta balanceada: A alimentação equilibrada, rica em proteínas, fibras e gorduras saudáveis, contribui para a manutenção do controle glicêmico e alivia a pressão sobre as células beta, promovendo sua função ideal.

  2. Resistência à insulina no músculo:

    Diminuição da captação de glicose pelos músculos esqueléticos, levando à hiperglicemia pós-prandial. Estratégias de Estilo de Vida:

    • Exercício de resistência (musculação): O treinamento de força aumenta a captação de glicose pelos músculos, melhorando a resistência à insulina. Isso ocorre porque o exercício de resistência aumenta a quantidade de transportadores de glicose (GLUT-4) nas células musculares.

    • Exercício aeróbico (como caminhada, corrida ou natação): O exercício aeróbico também aumenta a sensibilidade à insulina nos músculos, além de melhorar a capacidade cardiovascular, o que pode ser benéfico para a gestão geral do diabetes.

    • Controle de peso e composição corporal: Reduzir o excesso de gordura corporal, especialmente a gordura visceral (ao redor dos órgãos), pode melhorar a utilização de glicose pelos músculos e diminuir a resistência à insulina.

  3. Aumento da produção hepática de glicose:

    Excesso de gliconeogênese e glicogenólise no fígado, contribuindo para a hiperglicemia em jejum. Estratégias de Estilo de Vida:

    • Redução do consumo de carboidratos refinados: A ingestão excessiva de carboidratos simples (açúcares refinados e farinhas processadas) estimula a produção de glicose pelo fígado. Controlar a ingestão de carboidratos e focar em fontes mais saudáveis (como grãos integrais e vegetais) pode reduzir essa produção excessiva.

    • Exercício físico regular: O exercício físico pode reduzir a produção hepática de glicose, ajudando a controlar os níveis de glicose no sangue. Além disso, o exercício melhora a sensibilidade à insulina, reduzindo a quantidade de glicose necessária para manutenção do metabolismo.

    • Perda de peso: A redução do peso corporal, particularmente da gordura abdominal, pode melhorar a função hepática e reduzir a produção excessiva de glicose no fígado.

  4. Disfunção do tecido adiposo:

    Aumento da lipólise e liberação de ácidos graxos livres (AGL). Os AGL prejudicam a sinalização da insulina e contribuem para a resistência à insulina no fígado e nos músculos. Estratégias de Estilo de Vida:

    • Dieta anti-inflamatória: A resistência à insulina no tecido adiposo é frequentemente associada à inflamação. Dietas ricas em antioxidantes e anti-inflamatórios (como peixes ricos em ômega-3, frutas, vegetais e azeite de oliva) podem reduzir a inflamação e melhorar a sensibilidade à insulina no tecido adiposo.

    • Controle de peso: Reduzir o excesso de gordura abdominal (especialmente a gordura visceral) é crucial, pois o acúmulo de gordura na região abdominal está diretamente relacionado à resistência à insulina.

    • Exercício físico regular: Tanto o exercício aeróbico quanto o treinamento de resistência ajudam a reduzir a gordura visceral e a melhorar a utilização de glicose pelo tecido adiposo, melhorando assim a resistência à insulina.

  5. Redução do efeito incretínico:

    Secreção ou atividade reduzida de hormônios incretínicos intestinais, como GLP-1 e GIP. Prejudica a secreção de insulina e aumenta os níveis de glucagon após a refeição. Estratégias:

    • Redução de carboidratos de rápida absorção: Alimentos com alto índice glicêmico, como pães e doces refinados, podem aumentar rapidamente os níveis de glicose no sangue, estimulando a secreção de incretinas em excesso. A redução desses carboidratos na dieta ajuda a controlar o pico de glicose e a atividade das incretinas.

    • Dietas com baixo índice glicêmico: Optar por alimentos com baixo índice glicêmico, como grãos integrais, legumes e vegetais, pode ajudar a reduzir o aumento rápido de glicose no sangue, diminuindo assim a estimulação das incretinas. Essa modulação da glicose contribui para um controle mais equilibrado da liberação de insulina.

    • Aumento da ingestão de fibras: Fibras alimentares (como as encontradas em frutas, vegetais e leguminosas) retardam a absorção de glicose no intestino e, assim, podem reduzir o pico de glicose pós-prandial, diminuindo a resposta incretínica.

    • Proteínas e gorduras saudáveis: A ingestão de proteínas magras (como peixes, ovos e carnes magras) e gorduras saudáveis (como abacate e azeite de oliva) pode ajudar a regular os níveis de glicose no sangue e modular a secreção de incretinas. As gorduras ajudam a desacelerar o esvaziamento gástrico, contribuindo para um controle mais gradual dos níveis de glicose.

    • Perda de peso: O excesso de peso e a obesidade podem afetar a sensibilidade à insulina e a função das incretinas, levando a uma resposta exagerada. A perda de peso pode ajudar a reduzir a resistência à insulina e melhorar o controle glicêmico. Isso pode reduzir a necessidade de uma resposta aumentada das incretinas.

    • Aumento da atividade física: A prática regular de exercícios, especialmente exercícios aeróbicos e de resistência, ajuda a melhorar a sensibilidade à insulina e o controle glicêmico. Isso pode reduzir a necessidade de secreção excessiva de insulina e, consequentemente, ajudar a regular a resposta incretínica.

    • Redução do estresse: O estresse crônico pode aumentar os níveis de glicose no sangue e alterar a resposta das incretinas. Técnicas de relaxamento, como meditação, yoga, respiração profunda e mindfulness, podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar o controle glicêmico, o que pode, por sua vez, diminuir a atividade incretínica excessiva.

    • Sono adequado: A privação de sono ou distúrbios do sono podem afetar negativamente a secreção de insulina e a resposta das incretinas. Manter uma rotina regular de sono e garantir 7-9 horas de descanso por noite pode ajudar a regular os processos hormonais envolvidos na secreção de incretinas.

  6. Aumento da secreção de glucagon:

    A hiperglucagonemia estimula a produção hepática de glicose, exacerbando a hiperglicemia. Estratégias de Estilo de Vida:

    • Controle glicêmico rigoroso: O aumento da secreção de glucagon geralmente ocorre quando os níveis de glicose no sangue estão baixos, o que é comum em diabetes mal controlado. O controle rigoroso dos níveis glicêmicos ajuda a evitar flutuações de glicose, reduzindo a necessidade de secreção excessiva de glucagon.

    • Evitar jejum prolongado: O jejum prolongado pode desencadear a secreção de glucagon. Manter uma dieta balanceada com refeições regulares pode ajudar a controlar os níveis de glicose e prevenir aumentos excessivos na secreção de glucagon.

    • Exercício físico: O exercício pode melhorar o controle glicêmico e reduzir a necessidade de glucagon, promovendo uma utilização mais eficiente da glicose pelos músculos e fígado.

  7. Aumento da reabsorção renal de glicose:

    A regulação positiva dos transportadores SGLT2 nos rins reduz a excreção de glicose, elevando os níveis plasmáticos de glicose. Estratégias:

    • Redução do consumo de carboidratos refinados: Alimentos ricos em carboidratos de rápida digestão (açúcares refinados e farinhas processadas) causam picos rápidos de glicose no sangue, o que pode sobrecarregar a capacidade de reabsorção dos rins. Dietas com baixo índice glicêmico podem ser mais benéficas, promovendo um aumento mais gradual dos níveis de glicose, permitindo melhor controle renal.

    • Fibras alimentares: Alimentos ricos em fibras solúveis (como aveia, legumes, frutas e legumes) ajudam a retardar a absorção de glicose no intestino e a controlar os níveis glicêmicos, evitando picos elevados que possam exceder o limiar renal.

    • Controle de porções e calorias: Manter um peso saudável e evitar o excesso de peso é importante, pois a obesidade está frequentemente associada à resistência à insulina e ao aumento da glicose no sangue. Uma alimentação balanceada pode ajudar a evitar a hiperglicemia e, consequentemente, a excreção de glicose nos rins.

  8. Disfunção do sistema nervoso central:

    Prejuízo na regulação hipotalâmica do apetite e do gasto energético. Pode levar ao aumento da ingestão alimentar e à redução da sensibilidade à insulina, além de déficit cognitivo.

    • Dieta rica em fibras: Alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais, grãos integrais e leguminosas, promovem uma microbiota intestinal saudável. As fibras alimentares ajudam a aumentar a diversidade bacteriana benéfica e reduzem as bactérias prejudiciais. Elas também promovem a produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs), que têm efeitos neuroprotetores.

    • Ingestão de probióticos e prebióticos: Além de alimentos fermentados, como iogurte, kefir, kimchi e chucrute, incluir prebióticos (como alho, cebola, banana e alcachofra) na dieta pode ajudar a promover o crescimento de bactérias benéficas no intestino, melhorando a microbiota intestinal e, potencialmente, o estado cognitivo.

    • Evitar alimentos processados e ricos em açúcares: Alimentos ricos em açúcares refinados e gorduras trans alteram negativamente a microbiota intestinal, favorecendo o crescimento de bactérias patogênicas. A redução do consumo de alimentos processados e açúcares refinados ajuda a equilibrar a microbiota.

    • Exercício físico regular: A prática de atividades físicas, como caminhada, corrida, ciclismo e musculação, tem efeito anti-inflamatório. O exercício regular pode reduzir a produção de citocinas pró-inflamatórias, melhorar a sensibilidade à insulina e diminuir a inflamação sistêmica.

    • Dieta anti-inflamatória: Alimentos ricos em antioxidantes e anti-inflamatórios, como peixes ricos em ômega-3 (salmão, sardinha), azeite de oliva extra virgem, frutas vermelhas, nozes, sementes e vegetais de folhas verdes, podem ajudar a reduzir a inflamação no corpo e no cérebro.

    • Gerenciamento do estresse: O estresse crônico aumenta a inflamação no corpo. Técnicas de relaxamento como meditação, yoga, respiração profunda e mindfulness ajudam a reduzir o estresse, com impacto positivo na inflamação e na saúde cognitiva.

    • Dieta rica em antioxidantes: A ingestão de alimentos ricos em antioxidantes pode reduzir o estresse oxidativo. Exemplos incluem frutas e vegetais como brócolis, couve, espinafre, cenoura, frutas vermelhas, abacate e nozes. Esses alimentos ajudam a neutralizar os radicais livres e protegem as células, incluindo as neurais.

    • Interação social: A interação social e o engajamento em atividades comunitárias têm efeitos positivos na saúde cognitiva. Manter um círculo social ativo pode ajudar a prevenir o isolamento, um fator de risco para o declínio cognitivo.

    • Evitar o consumo excessivo de álcool e tabaco: O abuso de substâncias como álcool e tabaco está associado a um aumento do risco de danos cerebrais, inflamação e redução da função cognitiva. Limitar ou eliminar essas substâncias é essencial para manter a saúde cerebral.

Para cada alteração, diferentes medicamentos também podem ser prescritos pelo endocrinologista.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/