Nutrição e displasia neuromuscular

A displasia neuromuscular (DNM) é um grupo de condições genéticas que afetam os músculos e o sistema nervoso. Ela pode causar fraqueza muscular progressiva, alterações nos reflexos e, em alguns casos, comprometimento de outras funções do corpo.

A adequada nutrição é fundamental para melhorar a qualidade de vida e controlar os sintomas da condição. Aqui estão alguns pontos importantes sobre nutrição e DNM:

1. Necessidades Energéticas e Nutricionais

Pessoas com displasia neuromuscular podem ter maior ou menor necessidade calórica, dependendo do grau de atividade muscular e da presença de atrofia muscular. A fraqueza muscular pode diminuir o gasto calórico, mas, ao mesmo tempo, o esforço para se mover e realizar atividades cotidianas pode aumentar o consumo de energia.

  • Hipocaloria ou Hipercaloria: Em alguns casos, a pessoa pode precisar de uma dieta hipocalórica (se houver perda de peso significativa) ou hipercalórica (se houver gasto energético elevado devido a movimentos involuntários, como espasmos musculares).

  • Macronutrientes: O equilíbrio de proteínas, carboidratos e gorduras é importante. A proteína é fundamental para a manutenção muscular, enquanto carboidratos e gorduras fornecem energia.

2. Suporte à Função Muscular e Prevenção de Deficiências

A deficiência de certos nutrientes pode agravar os sintomas da displasia neuromuscular. Alguns nutrientes são especialmente importantes:

  • Proteínas: Essenciais para o reparo muscular e para prevenir a perda de massa muscular. Fontes de alta qualidade incluem carnes magras, ovos, laticínios e legumes.

  • Ácidos graxos essenciais: Como o ômega-3, encontrado em peixes e óleos vegetais, podem ajudar a reduzir a inflamação muscular.

  • Vitaminas e Minerais:

    • Vitamina D: Importante para a saúde óssea e muscular. A deficiência pode contribuir para a fraqueza muscular.

    • Cálcio e magnésio: Cruciais para a função muscular.

    • Vitaminas do complexo B: Essenciais para o metabolismo energético e saúde nervosa.

3. Controle de Peso e Mobilidade

A manutenção de um peso saudável é importante para reduzir a sobrecarga das articulações e ajudar na mobilidade. O ganho de peso excessivo pode ser um problema devido à falta de atividade física, enquanto a perda de peso excessiva pode resultar em perda de massa muscular e fraqueza.

4. Hidratação

A hidratação é essencial para todas as funções corporais, incluindo a saúde muscular e nervosa. Pessoas com DNM podem ter dificuldades para beber líquidos de forma adequada, portanto, o monitoramento da ingestão de líquidos pode ser necessário.

5. Suporte Terapêutico e Dieta Personalizada

Como as necessidades nutricionais podem variar muito de acordo com o tipo de displasia neuromuscular e os sintomas específicos, é fundamental contar com uma abordagem personalizada, orientada por um nutricionista especializado, que pode ajustar a dieta de acordo com a evolução da condição.

  • Dietas enterais podem ser necessárias em casos de dificuldades significativas de deglutição, que podem surgir à medida que a doença progide.

6. Considerações Específicas

  • Função respiratória: Em algumas condições neuromusculares, a função respiratória pode ser afetada, e uma dieta rica em antioxidantes (como frutas e vegetais) pode ajudar a proteger os pulmões de danos.

  • Comorbidades associadas: As comorbidades, como problemas cardíacos ou metabólicos, podem exigir modificações adicionais na dieta.

O tratamento nutricional da displasia neuromuscular deve ser individualizado e considerar a condição clínica específica do paciente. A nutrição adequada pode ajudar a reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida, além de proporcionar um suporte essencial à função muscular e nervosa.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Nutrição no enfisema pulmonar

O enfisema pulmonar é uma condição crônica que faz parte do espectro da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), caracterizada pela destruição progressiva dos alvéolos pulmonares (pequenos sacos de ar nos pulmões onde ocorre a troca de oxigênio e dióxido de carbono). Essa destruição reduz a capacidade pulmonar de absorver oxigênio e eliminar CO₂, dificultando a respiração.

Causas do Enfisema Pulmonar

  1. Tabagismo: É a principal causa. Substâncias químicas no cigarro danificam os alvéolos e os bronquíolos.

  2. Exposição ambiental: Poluentes do ar, fumaça de lenha, poeiras e produtos químicos.

  3. Deficiência de alfa-1 antitripsina (AAT): Uma condição genética que pode levar ao enfisema, mesmo em não fumantes.

  4. Idade: O risco aumenta com o envelhecimento natural dos pulmões.

  5. Infecções respiratórias recorrentes: Podem agravar o dano pulmonar.

Sintomas

  • Falta de ar (dispneia): Inicialmente ao realizar esforço físico, podendo evoluir para dificuldade em repouso.

  • Tosse crônica: Frequentemente acompanhada de produção de muco.

  • Sibilos: Som de "chiado" ao respirar.

  • Sensação de aperto no peito.

  • Cansaço excessivo: Mesmo com atividades simples.

  • Perca de peso involuntária: Especialmente em estágios avançados.

  • Tórax em barril: Alteração anatômica devido ao aprisionamento de ar nos pulmões.

Tratamento do enfisema pulmonar

Embora não haja cura para o enfisema pulmonar, os tratamentos ajudam a controlar os sintomas e retardar a progressão da doença:

1. Mudanças no estilo de vida

  • Parar de fumar: O passo mais importante para interromper a progressão.

  • Exercícios físicos: Fortalecem os músculos respiratórios e aumentam a tolerância ao esforço.

  • Evitar poluentes: Minimizar a exposição a poeira, fumaça e produtos químicos.

2. Medicamentos

  • Broncodilatadores: Relaxam os músculos ao redor das vias aéreas, facilitando a respiração.

  • Corticosteroides inalados: Reduzem a inflamação nos pulmões.

  • Oxigenoterapia: Para casos de deficiência grave de oxigênio no sangue.

  • Antibióticos: Para tratar infecções respiratórias que podem piorar o quadro.

3. Reabilitação pulmonar

  • Programas que combinam exercícios físicos, educação sobre a doença e apoio nutricional.

4. Dieta cetogênica

A dieta cetogênica pode ser uma abordagem interessante para pacientes com enfisema pulmonar e outros tipos de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), devido à sua característica de reduzir a produção de dióxido de carbono (CO₂) durante o metabolismo.

Por que a dieta cetogênica pode ser benéfica no enfisema?

  1. Menor produção de CO₂:

    • A metabolização de gorduras, que é a base da dieta cetogênica, tem um coeficiente respiratório (QR) de aproximadamente 0,7, o que significa que produz menos CO₂ por unidade de energia gerada em comparação aos carboidratos (QR ≈ 1,0) e proteína (QR ≈ 0,8). Isso alivia o esforço respiratório.

  2. Energia eficiente:

    • A gordura é uma fonte de energia densa e sustentável, o que pode beneficiar pacientes que apresentam perda de peso ou caquexia (perda de massa muscular associada a doenças crônicas).

  3. Redução da inflamação:

    • A dieta cetogênica tem efeitos anti-inflamatórios, potencialmente benéficos para reduzir a inflamação crônica presente no enfisema pulmonar.

  4. Controle do peso:

    • A dieta pode ajudar a estabilizar o peso corporal, evitando tanto o ganho excessivo quanto a desnutrição.

Como adaptar a dieta cetogênica para pacientes com enfisema pulmonar?

1. Macronutrientes típicos da cetogênica:

  • Gorduras: 70–75% das calorias (priorize gorduras saudáveis, como abacate, azeite de oliva, nozes, sementes, óleo de coco e peixes ricos em ômega-3, como salmão e sardinha).

  • Proteínas: 20–25% das calorias (foco em proteínas magras, como frango, ovos, tofu e peixes).

  • Carboidratos: 5–10% das calorias (principalmente de vegetais de baixo índice glicêmico, como brócolis, espinafre, abobrinha e couve).

2. Alimentos recomendados:

  • Fontes de gordura: Azeite de oliva, óleo de coco, manteiga ghee, abacate, castanhas e sementes.

  • Vegetais de baixo amido: Brócolis, couve-flor, espinafre, abobrinha, aspargos.

  • Proteínas magras: Frango, peru, peixes gordurosos, ovos.

  • Laticínios com baixo carboidrato: Queijos duros, creme de leite, iogurte natural integral.

  • Suplementos cetogênicos (se necessário): Triglicerídeos de cadeia média (MCT oil) para energia rápida.

3. Alimentos a evitar:

  • Carboidratos refinados: Pães, massas, arroz, açúcar.

  • Alimentos processados: Evite alimentos industrializados com gorduras trans.

  • Frutas ricas em açúcar: Manga, banana, uvas, etc.

4. Cuidados especiais:

  • Hidratação: A dieta cetogênica pode levar à desidratação e perda de eletrólitos. É essencial ingerir bastante água e monitorar os níveis de sódio, potássio e magnésio.

  • Monitoramento da função renal e hepática: Pacientes com disfunções nesses órgãos devem ser avaliados antes de iniciar a dieta, já que a cetogênica pode sobrecarregá-los.

  • Evitar desnutrição: O foco em proteínas e calorias adequadas é fundamental, especialmente em pacientes com perda de massa muscular.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

DIETA DASH NA PREVENÇÃO DO ALZHEIMER

A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) foi inicialmente desenvolvida para combater a hipertensão, mas também possui benefícios comprovados para a saúde cerebral. Quando combinada com a dieta mediterrânea, surge o protocolo MIND (Mediterranean-DASH Intervention for Neurodegenerative Delay), que é altamente recomendado para a prevenção do Alzheimer e outras condições neurodegenerativas.

Aqui estão os princípios básicos da dieta DASH voltada para a prevenção do Alzheimer, com foco nos alimentos que promovem a saúde cerebral:

Alimentos Recomendados

  1. Vegetais de folhas verdes

    • Espinafre, couve, rúcula e alface romana são ricos em antioxidantes como luteína e vitaminas do complexo B.

    • Consuma pelo menos 6 porções por semana.

  2. Outros vegetais

    • Priorize variedade, especialmente vegetais crucíferos como brócolis e couve-flor.

    • Meta: 1 porção ou mais por dia.

  3. Frutas vermelhas

    • Morango, mirtilo, amora e framboesa são antioxidantes potentes.

    • Consuma pelo menos 2 porções por semana.

  4. Grãos integrais

    • Aveia, arroz integral, quinoa e pão integral fornecem energia e melhoram o fluxo sanguíneo.

    • Meta: 3 porções por dia. Porções maiores apenas para atletas.

  5. Oleaginosas

    • Nozes, amêndoas e castanhas são fontes de vitamina E, que protege os neurônios.

    • Consuma 5 porções por semana (cerca de 28g por porção).

  6. Azeite de oliva

    • Use como principal fonte de gordura, preferindo-o no lugar de óleos refinados.

  7. Peixes

    • Ricos em ômega-3 (salmão, sardinha, atum), que protegem contra inflamações cerebrais.

    • Consuma 1 porção por semana.

  8. Leguminosas

    • Feijão, lentilha, grão-de-bico e ervilha são ricos em fibras e proteínas.

    • Meta: 4 porções por semana.

  9. Aves

    • Carne magra de frango ou peru.

    • Consuma 2 porções por semana.

Alimentos a Evitar

  1. Manteiga e gorduras saturadas

    • Limite a menos de 1 colher de sopa por dia.

  2. Doces e açúcares refinados

    • Evite sobremesas processadas e reduza ao mínimo.

  3. Carne vermelha

    • Restrinja a 3 porções por semana ou menos.

  4. Alimentos ultraprocessados

    • Evite fast food, salgadinhos e alimentos congelados ricos em sódio.

  5. Queijos

    • Consuma com moderação (não mais do que 1 porção por semana).

Dicas Gerais

  • Controle de sódio: Consuma menos de 2.300 mg de sal por dia para proteger a saúde vascular.

  • Hidratação: Beba bastante água, pois a desidratação pode prejudicar a função cognitiva.

  • Exercícios: Combine a dieta com exercícios regulares e atividades cognitivas (como leitura e quebra-cabeças).

  • Planejamento: Prepare as refeições com antecedência para garantir o consumo adequado dos alimentos recomendados.

    Ebook: Nutrição no Alzheimer

Adotar a dieta DASH com esses ajustes é uma abordagem eficiente e saborosa para promover a saúde cerebral e reduzir o risco de Alzheimer! PRECISA DE AJUDA? MARQUE AQUI SUA CONSULTA DE NUTRIÇÃO ONLINE.

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