A esclerose múltipla é uma condição desmielinizante autoimune com uma etiologia complexa. Interações entre predisposições genéticas, exposição a tóxicos ou infecções e fatores alimentares e de estilo de vida culminam para contribuir para a fisiopatologia da esclerose múltipla (EM). O alelo de suscetibilidade genética mais forte para o desenvolvimento de EM é um gene de antígeno leucocitário humano classe II, mas mais de 200 outros polimorfismos de nucleotídeo único, principalmente relacionados às respostas imunes adaptativas ou inatas, foram identificados.
Os fatores de risco ambientais mais fortes são tabagismo e infecção prévia pelo vírus Epstein Barr. Associações moderadas entre risco de EM e baixa exposição à luz solar, baixa vitamina D e obesidade infantil também foram documentadas, enquanto alta ingestão de peixe ou ácidos graxos poliinsaturados (especialmente DHA) e gravidez são considerados como diminuindo a suscetibilidade.
Vários outros fatores de risco propostos que são menos bem estabelecidos incluem lesão cerebral traumática, poluição do ar e solventes orgânicos. Certas combinações de suscetibilidade genética e fatores ambientais, ou infecção pelo vírus Epstein Barr, aumentam ainda mais as chances de desenvolver EM.
A composição calórica e nutricional geral da dieta impacta vários fatores metabólicos e vasculares que podem influenciar a saúde geral e o risco de EM ou o curso da doença.
Nutrientes para neurogênese e mielinazação são fundamentais, incluindo:
A neurogênese, o processo pelo qual novos neurônios são formados no cérebro, é influenciada por uma variedade de fatores, incluindo genética, condições ambientais e nutrição. Para os adultos, manter ou promover a neurogênese envolve apoiar a saúde cerebral por meio de nutrientes específicos. Alguns nutrientes-chave que são conhecidos por apoiar a neurogênese incluem:
1. Ácidos Graxos Ômega-3 (DHA e EPA)
Fontes: Peixes gordos (salmão, cavala, sardinha), sementes de linhaça, chia, nozes.
Função: Os ácidos graxos ômega-3, particularmente o ácido docosahexaenoico (DHA), demonstraram apoiar o crescimento e a sobrevivência dos neurônios. O DHA é fundamental para a integridade das membranas celulares cerebrais e a plasticidade sináptica, que são essenciais para a neurogênese.
2. Polifenóis (Resveratrol, Curcumina e Flavonoides)
Fontes: Frutas vermelhas, chocolate amargo, chá verde, cúrcuma (curcumina), vinho tinto (resveratrol), frutas cítricas.
Função: Os polifenóis possuem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que ajudam a proteger os neurônios e estimular a neurogênese. A curcumina (encontrada na cúrcuma) e o resveratrol (encontrado em uvas e frutas vermelhas) são particularmente conhecidos por sua capacidade de promover o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), uma proteína crucial para a neurogênese.
3. Vitaminas do Complexo B (B6, B9, B12)
Fontes: Grãos integrais, vegetais de folhas verdes, leguminosas, ovos, carne, produtos lácteos.
Função: As vitaminas B, especialmente B6 (piridoxina), B9 (ácido fólico) e B12, desempenham um papel essencial no apoio à criação e função de novos neurônios. Elas ajudam na síntese de neurotransmissores e na proteção do cérebro contra o declínio relacionado à idade. O ácido fólico, em particular, está associado à neurogênese no hipocampo.
4. Vitamina D
Fontes: Exposição ao sol, alimentos fortificados, peixes gordos, gemas de ovos.
Função: A vitamina D tem efeitos neuroprotetores e apoia a função cerebral, incluindo a neurogênese. Ela demonstrou aumentar a proliferação e diferenciação de células-tronco neurais.
5. Magnésio
Fontes: Vegetais de folhas verdes escuras, nozes, sementes, leguminosas, grãos integrais.
Função: O magnésio desempenha um papel na plasticidade sináptica e pode melhorar a neurogênese. Foi associado à melhoria da aprendizagem e memória, especialmente em populações mais velhas.
6. Zinco
Fontes: Carne, frutos do mar, produtos lácteos, leguminosas, sementes, nozes.
Função: O zinco é essencial para manter a integridade da barreira hematoencefálica e apoiar a neurogênese no hipocampo. Ele também desempenha um papel no funcionamento dos neurotransmissores.
7. Antioxidantes (Vitamina E, Vitamina C)
Fontes: Frutas (especialmente cítricas), vegetais (brócolis, pimentões), nozes, sementes.
Função: Os antioxidantes protegem os neurônios do estresse oxidativo, que pode inibir a neurogênese. A vitamina E é particularmente importante para proteger os lipídios cerebrais, e a vitamina C ajuda na manutenção de tecidos cerebrais saudáveis.
8. L-Teanina
Fontes: Chá verde.
Função: A L-teanina, um aminoácido encontrado no chá verde, demonstrou ter efeitos neuroprotetores, promover o relaxamento e potencialmente apoiar a neurogênese.
9. Creatina
Fontes: Carne, peixe e suplementos.
Função: A creatina é importante para a produção de energia dentro das células e demonstrou ter efeitos neuroprotetores, particularmente em situações de estresse ou lesão cerebral. Ela também apoia a função cerebral e o desempenho cognitivo.
10. Colina
Fontes: Ovos, fígado, soja, vegetais crucíferos.
Função: A colina é um precursor da acetilcolina, um neurotransmissor envolvido na memória e aprendizagem. A ingestão adequada de colina apoia a saúde das membranas neuronais e pode estimular a neurogênese.
11. N-Acetilcisteína (NAC)
Fontes: Suplementos (precursor do glutation).
Função: A NAC é um potente antioxidante que ajuda a reduzir o estresse oxidativo no cérebro e promove a saúde dos neurônios, potencialmente apoiando a neurogênese.
12. Acetil-L-Carnitina (ALCAR)
Fontes: Carne vermelha, aves, peixe, suplementos.
Função: O ALCAR apoia a função mitocondrial e acredita-se que tenha propriedades neuroprotetoras que podem promover a neurogênese, especialmente em cérebros envelhecidos.
Incorporar esses nutrientes e hábitos de vida à sua rotina diária pode ajudar a apoiar a neurogênese e promover a saúde cerebral geral.