Sopa cetogênica de frango

A dieta cetogênica (ou dieta keto) é um plano alimentar de baixo carboidrato e alto teor de gordura, que visa forçar o corpo a entrar em um estado chamado cetose. Nessa condição, o corpo começa a queimar gordura como fonte primária de energia, em vez de carboidratos. Isso ocorre porque, ao consumir poucos carboidratos, os níveis de glicose no sangue diminuem, e o fígado começa a produzir corpos cetônicos a partir da gordura, que então são usados como combustível.

Princípios básicos da dieta cetogênica:

  1. Baixo carboidrato: Normalmente, a ingestão de carboidratos é reduzida para cerca de 20 a 50 gramas por dia, dependendo do objetivo.

  2. Alto teor de gordura: Cerca de 70-80% das calorias diárias vêm de gorduras saudáveis.

  3. Proteínas moderadas: Aproximadamente 20-25% das calorias vêm de proteínas.

  4. Alimentos permitidos: Carnes, peixes, ovos, laticínios integrais, vegetais de baixo carboidrato, óleos saudáveis, abacates, nozes e sementes.

  5. Alimentos a evitar: Açúcares, pães, massas, arroz, batatas, legumes ricos em amido, doces, cereais, frutas (exceto algumas frutas com baixo teor de carboidrato como morangos, mirtilos).

Benefícios da dieta cetogênica:

  • Perda de peso: Ao reduzir a ingestão de carboidratos, o corpo começa a queimar gordura, o que pode levar a uma perda de peso significativa.

  • Maior energia: Como o corpo começa a queimar gordura para obter energia, algumas pessoas relatam maior energia e clareza mental.

  • Controle de glicemia: Pode ser útil para pessoas com diabetes tipo 2, pois reduz a necessidade de insulina.

As sopas cetogênicas são uma excelente opção para quem segue a dieta cetogênica, pois podem ser preparadas com ingredientes ricos em gordura saudável, proteínas e vegetais de baixo carboidrato. Essas sopas são ideais para refeições quentes e nutritivas, mantendo os carboidratos baixos e ajudando a manter o corpo em cetose. Aprenda mais no curso dieta cetogênica passo a passo

Sopa de frango cetogênica

  • 5 pimentas suaves ou pimentões

  • 2 colheres de sopa de manteiga

  • 1/4 xícara de cebola picada

  • 2 dentes de alho picados

  • 1 colher de chá de cominho em pó

  • 4 xícaras de caldo de osso de galinha

  • Sal e pimenta a gosto

  • 1 kg de peito de frango desossado e sem pele, cortado em pedaços de 1/2 polegada

  • 8 onças de cream cheese, cortado em cubos

  • 3 1/2 xícaras de queijo cheddar ralado, dividido

  • Opcional: couve ou espinafre

Asse os pimentões até que a pele fique carbonizada e com bolhas. Você pode fazer isso sobre a chama aberta de um fogão a gás ou aquecendo a grelha bem alto e colocando poblanos a alguns centímetros da grelha (girando para que todos os lados fiquem carbonizados).

Coloque os pimentões em uma tigela e cubra com filme plástico. Deixe esfriar e esfregue a pele para remover o máximo possível. Corte as sementes e coloque no processador de alimentos ou liquidificador para picar finamente. Deixe de lado.

Em uma panela grande em fogo médio, derreta a manteiga. Adicione a cebola e cozinhe, mexendo sempre, até ficar translúcida, cerca de 5 minutos. Adicione o alho, o cominho e os poblanos e mexa até ficar perfumado, cerca de 1 minuto.

Junte o caldo de galinha e tempere a gosto com sal e pimenta. Deixe ferver e reduza o fogo para ferver. Adicione os pedaços de frango e continue cozinhando até que o frango esteja cozido, cerca de 10 minutos.

Adicione o cream cheese e duas xícaras de queijo cheddar e bata até ficar homogêneo.

Para servir, divida em 6 tigelas e polvilhe cada uma com 1/4 xícara de queijo cheddar ralado. Sente-se brevemente sob a grelha até que o queijo derreta e doure (esta etapa é opcional).

Serve 6 porções

Informação nutricional

  • Energia alimentar: 575kcal

  • Gordura total: 37,99g

  • Calorias provenientes de gordura: 341

  • Colesterol: 183 mg

  • Carboidrato: 4,24g

  • Fibra alimentar total: 0,17g

  • Proteína: 39,77g

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Metabolismo da cafeína

O metaboloma é um conjunto de metabólitos e suas interações dentro de um sistema biológico. Um exame metabolômico nos dá informações sobre o momento. É como uma fotografia do que está acontecendo agora no corpo.

Conhecer este quadro ajuda o nutricionista a planejar dietas ou intervenções para corrigir alterações metabólicas. Por exemplo, suplementos podem ser usados para melhorar o processo de eliminação de toxinas pelo fígado. Já quando há falta de um metabólito celular importante, nutrientes podem ser administrados para ajudar o corpo a formá-lo.

Podemos estudar estes metabólicos no plasma, no soro, na urina. Estes exames nos fornecem biomarcadores de ingestão dietética de curto prazo. Análise do eritrócito ou do tecido adiposo nos dá dados sobre a ingestão a médio prazo e a avaliação de tecidos como cabelos, unhas ou mesmo dentes fornece dados sobre a ingestão de longo prazo.

Exemplos de Biomarcadores Nutricionais e Metabolismo da Cafeína

Os biomarcadores nutricionais são ferramentas valiosas para monitorar a saúde e a função dos genes, ajudando a identificar o estado bioquímico de um organismo em resposta a fatores ambientais e mudanças na expressão genética. Alguns exemplos incluem:

  • Nitrogênio urinário: indica a ingestão de proteínas.

  • Homocisteína: reflete o metabolismo do folato.

  • Colesterol e triglicerídeos no sangue: associados ao risco cardiovascular.

  • Metabólitos como adipato, suberato, metilmalonato, lactato e isocitrato: indicam a função mitocondrial e o metabolismo de carboidratos.

  • Glicina urinária: pode sinalizar desequilíbrios na microbiota intestinal.

Esses biomarcadores ajudam a avaliar de forma funcional como o organismo responde a mudanças genéticas ou ambientais.

No caso da cafeína, ela é rapidamente absorvida (99% em 45 minutos), com uma parte sendo metabolizada no fígado. Sua principal metabolização envolve a formação da paraxantina, um metabólito que tem efeitos semelhantes à cafeína, especialmente no bloqueio de receptores de adenosina. A cafeína é distribuída uniformemente pelos fluidos corporais e pode atravessar a placenta e a barreira hematoencefálica, atingindo até o leite materno. Sua excreção ocorre principalmente pela urina (cerca de 70%) e, em menor quantidade, pelas fezes.

A farmacocinética da cafeína pode variar entre indivíduos, com fatores como genética, dieta e condições de saúde influenciando sua metabolização. O CYP1A2, uma enzima hepática, é fundamental no metabolismo da cafeína, transformando-a principalmente em paraxantina. Isso ressalta a importância de considerar os metabólitos da cafeína ao avaliar seus efeitos biológicos.

Principais Vias e Enzimas Envolvidas na Degradação da Cafeína

A imagem anterior mostra que a degradação da cafeína no organismo segue diversas vias metabólicas, cada uma envolvendo enzimas específicas. Durante o processo, a cafeína é convertida principalmente em três metabólitos principais: paraxantina, teofilina e teobromina.

  • Paraxantina (verde) é o principal metabólito da cafeína, e possui potentes efeitos biológicos, representando cerca de 84% do metabolismo da cafeína.

  • Teofilina (laranja) e teobromina (laranja) são metabólitos secundários, com a teofilina representando cerca de 12% e a teobromina 4%.

A degradação da cafeína ocorre principalmente no fígado, mediada por várias enzimas, incluindo:

  • CYP (Citocromo P450), especialmente as isoenzimas CYP1A2, CYP2E1 e CYP3A4, responsáveis por desmetilar a cafeína.

  • NAT2 (N-acetiltransferase-2) e XO (Xantina oxidase) também desempenham papéis no processo metabólico.

O resultado dessa metabolização inclui compostos como AAMU (5-acetilamino-6-amino-3-metiluracil) e AFMU (5-acetilamino-6-formilamino-3-metiluracil), que são formas mais modificadas dos metabólitos da cafeína.

Essas vias e enzimas são essenciais para entender os efeitos biológicos da cafeína e seus metabólitos, como a paraxantina, que tem um impacto biológico significativo, especialmente em relação ao bloqueio de receptores de adenosina.

Fatores que afetam o metabolismo da cafeína

  1. Idade: Em recém-nascidos, o metabolismo da cafeína é lento devido à imaturidade hepática, com meia-vida que pode ultrapassar 65 horas. Em adultos, essa duração reduz para 2,5 a 5 horas. Em idosos, a farmacocinética da cafeína é semelhante à de adultos jovens.

  2. Sexo e hormônios:

    • Homens tendem a apresentar maior atividade do CYP1A2. Entretanto, fatores como contraceptivos orais e gravidez diminuem a velocidade de metabolização da cafeína em mulheres, elevando sua meia-vida de 6 para até 18 horas no terceiro trimestre gestacional.

    • Os estrogênios podem inibir o metabolismo da cafeína, interferindo em efeitos neuroprotetores potenciais da cafeína em doenças como Parkinson. Em mulheres, os benefícios cognitivos da cafeína são mais evidentes, especialmente em idades avançadas.

  3. Etnia: Diferenças metabólicas foram identificadas entre grupos étnicos. Por exemplo, a combinação de CYP1A2 lento com NAT2 rápido é mais comum em africanos do que em caucasianos.

  4. Obesidade: Em indivíduos obesos, o volume de distribuição da cafeína aumenta em 60%, prolongando sua meia-vida em até 69%. Contudo, estudos recentes apontam que a obesidade grave impacta minimamente a taxa de eliminação da cafeína, com efeito mais pronunciado em mulheres. Assim, ajustes na dosagem de medicamentos contendo cafeína não são necessários.

  5. Doença hepática: A metabolização da cafeína é significativamente prejudicada por doenças hepáticas, como cirrose e hepatite. Na cirrose alcoólica, sua meia-vida pode chegar a 160 horas, com redução na depuração plasmática e síntese de metabólitos, dificultando a eliminação da substância.

  6. Tabagismo: O tabagismo acelera o metabolismo da cafeína, dobrando sua taxa de eliminação devido à indução de enzimas hepáticas. Após parar de fumar, a depuração diminui em 36%, dobrando os níveis plasmáticos de cafeína e alterando seu padrão de metabolização.

  7. Dieta e álcool: A dieta afeta o metabolismo da cafeína. Bebês alimentados com fórmula têm maior depuração, enquanto alimentos como brócolis e vitamina C aumentam a eliminação. Em contrapartida, suco de toranja e álcool prolongam sua meia-vida. O consumo regular de cafeína pode aumentar a atividade metabólica, mas isso depende de fatores individuais. Combinar álcool e cafeína pode criar um estado de alerta, mas não reduz os efeitos negativos do álcool.

  8. Medicamentos: Medicamentos que inibem ou induzem a atividade do CYP1A2 podem alterar significativamente a metabolização da cafeína. Antidepressivos, antibióticos quinolonas, contraceptivos orais e alguns anti-inflamatórios afetam sua depuração, podendo exigir ajustes na dosagem. Por outro lado, a cafeína também pode intensificar os efeitos de drogas estimulantes, como anfetaminas, gerando riscos cardiovasculares e neurológicos.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Epigenética como uma ligação entre fatores ambientais e o risco de demência

A epigenética desempenha um papel crucial na compreensão de como os fatores ambientais podem influenciar o risco de demência. Diferente das mutações genéticas, que alteram a sequência do DNA, as mudanças epigenéticas envolvem modificações na expressão dos genes, como a metilação do DNA e a modificação das histonas, sem alterar o código genético subjacente.

Fatores ambientais como dieta, poluição, atividade física e estresse podem desencadear essas mudanças epigenéticas, potencialmente aumentando ou diminuindo o risco de desenvolver demência. Por exemplo, uma dieta saudável e o exercício regular podem promover modificações epigenéticas protetoras, enquanto o estresse crônico ou a exposição a toxinas podem levar a mudanças prejudiciais que aumentam o risco de demência.

Ao estudar a epigenética, os pesquisadores estão obtendo insights sobre como as escolhas de estilo de vida e as exposições ambientais influenciam a saúde cerebral, oferecendo novas possibilidades para intervenções precoces e estratégias de tratamento personalizadas na prevenção da demência.

A relação entre nutrição e demência é um campo de crescente interesse na pesquisa, pois a alimentação pode influenciar significativamente o risco de desenvolver doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e outras formas de demência. Aqui estão os aspectos mais importantes que conectam a nutrição ao risco de demência:

1. Dieta Mediterrânea e Proteção Cerebral

A dieta mediterrânea, rica em frutas, vegetais, grãos integrais, peixes, azeite de oliva e nozes, tem sido associada a um menor risco de demência. Esses alimentos contêm antioxidantes, ácidos graxos essenciais (como o ômega-3) e anti-inflamatórios que podem proteger as células cerebrais contra o dano oxidativo e a inflamação, fatores cruciais no desenvolvimento de demência.

2. Ácidos Graxos Ômega-3

O consumo de ômega-3, encontrado em peixes gordurosos como salmão e sardinha, é fundamental para a saúde cerebral. Estudos sugerem que esses ácidos graxos podem ajudar a reduzir a inflamação no cérebro e melhorar a função cognitiva, além de reduzir o risco de demência. Eles são essenciais para a formação de membranas celulares no cérebro e podem desempenhar um papel na prevenção do declínio cognitivo.

3. Antioxidantes e Neuroproteção

Alimentos ricos em antioxidantes, como frutas vermelhas, vegetais verde-escuros e cacau, ajudam a combater o estresse oxidativo, um fator importante no envelhecimento cerebral e na progressão da demência. O estresse oxidativo danifica as células cerebrais e está associado ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. Vitaminas como a C e a E desempenham papéis importantes na proteção das células do cérebro.

4. Vitamina B e Saúde Cognitiva

As vitaminas do complexo B, especialmente B6, B12 e ácido fólico, são essenciais para a função cerebral. Elas ajudam na produção de neurotransmissores e na manutenção da saúde das células nervosas. Deficiências de vitamina B podem levar a problemas cognitivos e aumentar o risco de demência. A suplementação de vitamina B12, por exemplo, pode ser útil em idosos com baixos níveis dessa vitamina.

5. Alimentos com Baixo Índice Glicêmico

Dietas com baixo índice glicêmico (como as que evitam carboidratos refinados) podem ser benéficas para a saúde cerebral. Altos níveis de glicose no sangue e a resistência à insulina estão associados a um risco maior de doenças como Alzheimer, que é às vezes chamada de "tipo 3 diabetes". A ingestão de alimentos com baixo índice glicêmico ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue, o que pode proteger o cérebro contra o declínio cognitivo.

6. Inflamação e Saúde Cerebral

A inflamação crônica tem sido implicada no desenvolvimento da demência. Alimentos com propriedades anti-inflamatórias, como azeite de oliva, cúrcuma e gengibre, podem ajudar a reduzir a inflamação no cérebro e proteger as células nervosas. A dieta ocidental, rica em alimentos processados e açúcares, pode promover inflamação e aumentar o risco de doenças neurodegenerativas.

7. Hidratação Adequada

A hidratação adequada também desempenha um papel importante na função cognitiva. A desidratação pode afetar negativamente o desempenho mental, causar confusão e prejudicar a memória. Beber líquidos adequados, como água e chá verde, pode ajudar a manter a função cerebral.

8. Prevenção de Deficiências Nutricionais

Deficiências nutricionais podem acelerar o declínio cognitivo. A falta de nutrientes essenciais, como a vitamina D, pode estar relacionada a um risco maior de demência. A vitamina D ajuda a manter a saúde do cérebro e regula processos que afetam a memória e a função cognitiva.

9. Dieta Anti-inflamatória

Uma dieta focada em reduzir a inflamação geral do corpo pode ser crucial para a prevenção de doenças como a demência. Isso inclui a ingestão de alimentos com ácidos graxos ômega-3, antioxidantes e alimentos ricos em fibras, ao mesmo tempo em que se evita alimentos processados, açúcares refinados e gorduras saturadas.

10. Controle do Peso e Metabolismo

Manter um peso saudável e evitar a obesidade é fundamental para reduzir o risco de demência. A obesidade está associada ao aumento da inflamação e ao risco de diabetes tipo 2, que, por sua vez, pode elevar as chances de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.

Uma alimentação balanceada e rica em nutrientes essenciais pode ter um impacto significativo na saúde cerebral e na prevenção da demência. Dietas anti-inflamatórias, ricas em antioxidantes, ácidos graxos essenciais e vitaminas, são fundamentais para proteger o cérebro e reduzir os riscos associados ao envelhecimento cognitivo. Além disso, a adesão a um estilo de vida saudável, que inclua uma boa alimentação, exercício físico e controle de fatores de risco, pode ser crucial para manter a saúde mental ao longo do tempo.
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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/