A Relação entre TNF-α e a Disfunção Cognitiva no Transtorno Depressivo Maior

A Figura abaixo ilustra o mecanismo pelo qual o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) influencia as funções cognitivas em pessoas com transtorno depressivo maior (TDM). Este esquema visual conecta os aspectos biológicos e funcionais da depressão com as alterações cognitivas observadas nesses pacientes.

A figura representa uma cadeia de eventos interconectados que demonstram como o TNF-α impacta o funcionamento cerebral e contribui para prejuízos cognitivos em pacientes com TDM. Os principais pontos da figura incluem:

  • Aumento do TNF-α Sistêmico

    O estresse crônico, comum em TDM, estimula a produção de TNF-α. O aumento desta citocina promove inflamação sistêmica e cerebral.

  • Barreira Hematoencefálica (BHE) Comprometida

    Altos níveis de TNF-α podem prejudicar a integridade da BHE, permitindo que moléculas inflamatórias entrem no cérebro.

    Microglia Ativada

    Dentro do sistema nervoso central (SNC), o TNF-α ativa as células da microglia, que são células imunes residentes no cérebro. A ativação da microglia no sistema nervoso central (SNC) aumenta a produção de quinurenina a partir do triptofano.

    • A enzima indoleamina 2,3-dioxigenase (IDO), induzida por citocinas pró-inflamatórias como TNF-α, IL-6 e interferon-gama, catalisa esse processo.

    • O ácido quinolínico é gerado como um produto final nesta via metabólica e age principalmente como um agonista dos receptores de glutamato do tipo NMDA (N-Metil-D-Aspartato), provocando: (1) excesso de excitação neural (excitotoxicidade), (2) aumento de espécies reativas de oxigênio, contribuindo para estresse oxidativo. (3) dano a neurônios e sinapses, especialmente em regiões críticas para a cognição, como o hipocampo.

    Essa ativação resulta em um ciclo inflamatório que intensifica o estresse oxidativo e prejudica a plasticidade sináptica.

  • Impacto no Hipocampo

    O hipocampo, uma região crucial para a memória e o aprendizado, é altamente sensível à inflamação.

    O TNF-α reduz a neurogênese (formação de novos neurônios) e interfere nas conexões sinápticas, contribuindo diretamente para déficits cognitivos.

  • Prejuízo Cognitivo

    Os efeitos combinados incluem:

    • Déficits na memória de trabalho.

    • Redução da velocidade de processamento mental.

    • Dificuldades na tomada de decisão.

  • Depressão

    Ao desviar o metabolismo do triptofano para a produção de quinureninas, menos triptofano está disponível para a síntese de serotonina. Isso pode agravar os sintomas depressivos, criando um ciclo de baixa serotonina e inflamação.

Compreender o papel do TNF-α abre oportunidades para tratamentos direcionados, como o uso de medicamentos anti-inflamatórios ou intervenções que protejam o hipocampo. Estratégias personalizadas podem focar especificamente em reduzir os níveis de TNF-α e, assim, melhorar os sintomas cognitivos sem interferir nos demais sintomas depressivos.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Papel da colina na Fertilização natural e in vitro

A colina é um nutriente essencial para a saúde, particularmente importante para o desenvolvimento do cérebro e a função hepática. Embora não seja amplamente discutida no contexto da inseminação artificial, a colina tem um papel significativo em várias fases da saúde reprodutiva, especialmente em mulheres que estão passando por tratamentos como a inseminação artificial (IA).

Aqui estão algumas razões pelas quais a colina pode ser importante para uma mulher que vai realizar inseminação artificial:

1. Desenvolvimento Fetal

Durante a gravidez, a colina desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do cérebro do bebê, sendo essencial para a formação do sistema nervoso central. Ela auxilia na síntese de fosfolipídios, que são componentes importantes das membranas celulares, e é crucial para a formação de estruturas como o cérebro e a medula espinhal. Um nível adequado de colina pode ajudar a prevenir defeitos do tubo neural, como a espinha bífida. A colina é crucial para o desenvolvimento do sistema nervoso central, o que pode influenciar a saúde mental do bebê a longo prazo.

2. Saúde Hepática

A colina tem um papel importante na função hepática, ajudando a metabolizar gorduras e prevenindo o acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática). Para mulheres que estão passando por tratamentos de fertilização, a saúde do fígado é essencial para garantir que o corpo tenha um bom funcionamento geral e uma resposta ideal ao tratamento.

3. Equilíbrio Hormonal

A colina pode ajudar no equilíbrio hormonal e na regulação de processos inflamatórios no corpo. Isso pode ser especialmente importante durante a inseminação artificial, pois as flutuações hormonais são comuns durante esse processo. A colina pode ajudar a melhorar a resposta ovariana durante a estimulação ovariana, que é uma parte crítica da IA.

4. Saúde Reprodutiva Geral

Estudos sugerem que a colina pode ter um efeito positivo na saúde reprodutiva geral, incluindo a qualidade dos óvulos e a função ovariana. Como a fertilização e a implantação dependem de uma saúde reprodutiva otimizada, a ingestão adequada de colina pode ajudar nesse processo.

5. Redução de Riscos de Defeitos Congênitos

Pesquisas indicam que a suplementação de colina durante o período de concepção e a gravidez pode reduzir o risco de defeitos congênitos e melhorar a saúde geral da gestação. A colina tem uma função importante na metilação, um processo que afeta a expressão genética e pode impactar a saúde reprodutiva. As principais fontes de colina são o fígado e a gema do ovo.

A Recomendação de Colina para Gestantes

Estudos sugerem que muitas mulheres grávidas não consomem colina suficiente em suas dietas. A ingestão recomendada para gestantes varia, mas estudos indicam que o consumo de 450 a 550 mg por dia é ideal para apoiar a saúde da mãe e do bebê. Contudo, para a fertilização in vitro (FIV) podem ser indicadas ingestões de até 2g ao dia. Contudo, antes é preciso que a qualidade do intestino esteja muito boa. Explico no vídeo:

Considerações Importantes

Embora a colina seja um nutriente essencial, é importante que mulheres que estão realizando inseminação artificial consultem um médico ou nutricionista especializado. A quantidade necessária de colina pode variar dependendo da saúde geral, da dieta e de outros fatores, como a presença de condições pré-existentes (como síndrome dos ovários policísticos ou outras condições que possam afetar a fertilidade).

A suplementação de colina deve ser cuidadosamente monitorada, pois o consumo excessivo de colina também pode trazer efeitos colaterais, como um aumento na produção de um odor corporal forte, disbiose intestinal ou distúrbios digestivos.

Em resumo, a colina é importante para a saúde reprodutiva feminina e pode contribuir para o sucesso de tratamentos de fertilização, como a inseminação artificial. Uma dieta equilibrada, que inclua fontes adequadas desse nutriente, pode apoiar as funções corporais durante o processo de concepção e gravidez. Precisa de ajuda? Marque aqui sua consulta de nutrição online.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Falta de norepinefrina e fibromialgia

A fibromialgia é uma condição crônica caracterizada por dor muscular difusa e fadiga intensa. Embora a causa exata ainda seja desconhecida, a inflamação crônica e a falta de norepinefrina desempenham um papel importante no desenvolvimento dos sintomas.

A falta de norepinefrina tem uma ligação relevante com a fibromialgia, pois essa condição está relacionada a alterações nos sistemas de neurotransmissores, incluindo a norepinefrina, serotonina e dopamina. Esses neurotransmissores desempenham papéis cruciais no controle da dor, no humor e no sono, que são áreas frequentemente comprometidas em pessoas com fibromialgia.

Norepinefrina e sua função

A norepinefrina é um neurotransmissor e hormônio envolvido em várias funções no corpo, como:

  • Regulação da dor: Atua no sistema nervoso central, modulando a percepção da dor.

  • Estado de alerta e energia: Está envolvida na resposta de "luta ou fuga", aumentando a energia e a atenção.

  • Regulação do humor: Contribui para a estabilidade emocional e o bem-estar.

  • Qualidade do sono: Participa no equilíbrio entre vigília e sono reparador.

Falta de norepinefrina na fibromialgia

Na fibromialgia, acredita-se que haja uma deficiência ou desequilíbrio nos níveis de norepinefrina no sistema nervoso central. Isso pode levar a:

  1. Sensibilidade aumentada à dor:

    • A norepinefrina ajuda a bloquear sinais de dor no cérebro e na medula espinhal. Sua falta pode amplificar os sinais de dor, contribuindo para a hiperalgesia (aumento da percepção da dor).

  2. Fadiga e baixa energia:

    • A redução da norepinefrina pode diminuir a energia e a capacidade de enfrentar atividades do dia a dia.

  3. Distúrbios de sono:

    • A falta de regulação adequada pode levar a problemas como insônia ou sono não reparador, comum em quem tem fibromialgia.

  4. Alterações emocionais:

    • Pode estar associada a sintomas como depressão e ansiedade, frequentemente relatados em pessoas com fibromialgia.

Abordagens terapêuticas

A gestão desse desequilíbrio frequentemente envolve medicamentos que aumentam os níveis de norepinefrina ou modulam seus efeitos. Entre as opções estão:

  • Inibidores da recaptação de norepinefrina e serotonina (IRNS):

    • Medicamentos como duloxetina e milnaciprano são eficazes tanto no alívio da dor quanto na melhora do humor e do sono.

  • Terapias não farmacológicas:

    • Exercícios físicos regulares: Aumentam a produção de neurotransmissores, incluindo norepinefrina.

    • Terapia cognitivo-comportamental (TCC): Ajuda a melhorar a capacidade de lidar com a dor e reduzir o estresse.

  • Suplementação e estratégias naturais:

    • Alimentação equilibrada: Nutrientes como tirosina (encontrada em carnes magras, ovos e produtos lácteos) são precursores da norepinefrina.

    • Redução de estresse: Técnicas como meditação e ioga podem melhorar a produção de neurotransmissores.

A abordagem da medicina integrativa para pacientes com fibromialgia foca em uma combinação de dieta, suplementação, e outras práticas que ajudam a reduzir a inflamação, melhorar a função mitocondrial, e aumentar a resiliência ao estresse. Aqui está um guia de dieta e suplementação para pacientes com fibromialgia:

1. Dieta Anti-inflamatória

Foque em alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3 (como salmão, sementes de chia e nozes), frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras. Hidrate-se bem para apoiar a saúde geral e reduzir a fadiga.

Alimentos a Priorizar:

- Vegetais e Frutas: Opte por alimentos ricos em antioxidantes, como frutas vermelhas, brócolis, espinafre e outros vegetais de folhas verdes.

- Gorduras Saudáveis: Azeite de oliva extra virgem, abacate, nozes e sementes, como chia e linhaça.

- Proteínas de Qualidade: Peixes ricos em ômega-3, como salmão e sardinha, além de carnes magras e ovos orgânicos.

- Grãos Integrais: Quinoa, aveia, arroz integral e trigo sarraceno.

- Especiarias: Açafrão, gengibre e alho, devido às suas propriedades anti-inflamatórias.

Alimentos a Evitar:

- Açúcares e Carboidratos Refinados: Reduzir a ingestão de açúcar, pão branco, bolos e alimentos processados.

- Alimentos Industrializados: Evitar alimentos ricos em conservantes, corantes e aditivos químicos.

- Glúten e Laticínios: Algumas pessoas com fibromialgia são sensíveis ao glúten e aos laticínios, e a eliminação pode reduzir os sintomas.

2. Suplementação

Embora a pesquisa esteja em andamento, certos suplementos podem oferecer benefícios potenciais para a fibromialgia. O ideal é a individualização, mas em termos gerais:

- Magnésio (Bisglicinato): 200-400 mg de magnésio por dia (2 a 4 cápsulas).

Benefícios: Ajuda a reduzir a dor muscular e melhorar o sono. Conhecido por seu papel no relaxamento muscular e alívio da dor.

- Coenzima Q10 com vitamina E: 100-300 mg por dia.

Benefícios: Melhora a função mitocondrial, reduz o estresse oxidativo e aumenta os níveis de energia.

- Vitamina D: 2000-5000 UI por dia ou mais, ajustada com base nos níveis sanguíneos.

Benefícios: Reduz a dor crônica e melhora a função imunológica. Muitas pessoas com fibromialgia têm baixos níveis de vitamina D, o que pode contribuir para a dor e a fadiga.

- Ômega-3 (EPA/DHA): 1000-3000 mg de EPA/DHA combinados por dia.

Benefícios: Reduz a inflamação sistêmica e melhora o humor.

- 5-HTP (5-Hidroxitriptofano): 50-100 mg duas vezes ao dia.

Benefícios: Aumenta os níveis de serotonina, ajudando a melhorar o humor e o sono.

- Melatonina: 0,2-3 mg antes de dormir, a depender da necessidade.

Benefícios: Pode auxiliar no sono, um problema comum para aqueles com fibromialgia.

- Curcumina com Piperina: 500-1000 mg por dia de curcumina com piperina para aumentar a absorção.

Benefícios: O composto ativo na cúrcuma, possui propriedades anti-inflamatórias.

Para aumento de norepinefrina gosto de associar tirosina, vitaminas B3, B6, B9, C, minerais zinco, magnésio, ferro, cobre e outros compostos como ômega-3, cafeína, resveratrol, teanina… Mas o ideal é sempre individualizar a partir dos exames bioquímicos e nutrigenéticos. Aprenda mais sobre este tema na plataforma do cérebro.

3. Outras Abordagens Integrativas

- Exercício Físico Moderado: Atividades como yoga, tai chi, e caminhadas podem reduzir a dor e melhorar a mobilidade.

- Terapias de Relaxamento: Meditação, mindfulness, e acupuntura podem ajudar a reduzir o estresse, que muitas vezes exacerba os sintomas da fibromialgia.

Essas abordagens devem ser adaptadas individualmente, pois a fibromialgia afeta cada pessoa de maneira diferente. É essencial trabalhar com um profissional de saúde experiente em medicina integrativa para garantir uma abordagem personalizada e segura.

Lembre-se de que as respostas individuais à dieta, aos suplementos e outras terapias podem variar. É essencial trabalhar em estreita colaboração com um profissional de saúde para desenvolver um plano personalizado que atenda às suas necessidades e objetivos específicos.

Precisando de ajuda, marque aqui sua consulta de nutrição online.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/