As fases do sono

O sono é uma parte vital da boa saúde e da função ideal durante as horas de vigília. À medida que você obtém seu tão necessário descanso revitalizante à noite, seu corpo passa por vários ciclos de sono. Cada fase do sono é importante e benéfica para o corpo e a mente, mas o sono REM é especialmente fascinante porque aumenta a atividade cerebral, promove o aprendizado e cria sonhos.

Qual é a diferença entre sono REM e não-REM?

À medida que você dorme à noite, você passa por períodos de sono REM e não REM. O sono não REM ocorre em três estágios:

Fase 1: Quando você adormece pela primeira vez, está entrando na fase 1 do sono não REM. Você está relaxado, mas pode se mexer ou acordar facilmente por cerca de cinco a dez minutos.

Fase 2: A Fase 2 prepara seu corpo para o sono profundo. Sua frequência cardíaca e temperatura corporal diminuirão à medida que você começar a dormir levemente.

Fase 3: O sono profundo começa na fase 3, e você não será acordado facilmente, pois seu corpo trabalha para reparar tecidos e ossos e fortalecer seu sistema imunológico.

O sono REM

REM significa Movimento Ocular Rápido (Rapid Eye Movement). Durante este ciclo do seu sono, seus olhos se moverão rapidamente sob suas pálpebras. Durante o sono REM, sua atividade cerebral aumenta, seu pulso acelera e você tem sonhos. O sono REM ocorre primeiro depois que você dorme por cerca de 90 minutos. O primeiro ciclo geralmente dura cerca de 10 minutos, e cada tempo de ciclo aumentará para até uma hora na última fase antes de você acordar.

O sono REM é importante para o seu ciclo de sono porque estimula as áreas do cérebro que são essenciais para aprender e criar ou reter memórias. De acordo com o Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame, um estudo que privou ratos de sono REM reduziu significativamente sua expectativa de vida, de dois ou três anos para cinco semanas. Ratos privados de todos os ciclos de sono viveram apenas três semanas. A importância do sono REM, em particular, é atribuída ao fato de que, durante essa fase do sono, seu cérebro exerce importantes conexões neurais que são fundamentais para o bem-estar e a saúde mental e geral.

Benzodiazepínicos, álcool, cigarro e cafeína prejudicam a entrada no sono REM. As três principais classes de medicamentos antidepressivos, inibidores da monoaminoxidase (IMAO), antidepressivos tricíclicos (TCA) e inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), podem diminuir também o sono REM.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

ALTERAÇÕES DO DNA MITOCONDRIAL NO TDAH E TEA

Pesquisadores identificaram uma “relação significativa” entre o maior número de cópias de DNA mitocondrial (mtDNA-cn) e a ocorrência de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro autista (TEA). Os resultados da revisão sistemática e meta-análise foram publicados no periódico Frontiers in Psychiatry (Al-Kafaji et al., 2023).

Em estudos anteriores, tanto o aumento quanto a diminuição do mtDNA-cn no sangue e outros tecidos foram associados a transtornos do neurodesenvolvimento, sugerindo um papel diverso e complicado do mtDNA-cn alterado nesses transtornos. Neste estudo, os autores realizaram uma meta-análise para resumir as evidências atuais sobre a relação entre o mtDNA-cn e o TEA/TDAH.

Os pesquisadores identificaram 14 estudos nos bancos de dados MEDLINE-PubMed, Scopus e EMBASE que abrangem 666 casos de TDAH e TEA e 585 controles. Buscando uma avaliação mais precisa do mtDNA-cn no TDAH e TEA, os autores reuniram os resultados por meio de meta-análise de efeitos aleatórios, relatados como uma média geométrica da taxa de resposta média estimada e intervalo de confiança de 95%.

A análise geral revelou diferenças no mtDNA-cn em amostras de sangue (k=10) e tecido cerebral e amostras orais (k=4), o que sugere mtDNA-cn significativamente maior em pacientes com TDAH/TEA em comparação aos controles (p=0,0275). A análise estratificada de acordo com o tipo de tecido não exibiu aumento significativo no mtDNA-cn em amostras de sangue entre pacientes e controles (p=0,284), enquanto mtDNA-cn maior foi encontrado em amostras não sanguíneas em pacientes do que em controles (p=0,0122).

A estratificação com base na composição das células sanguíneas (p=0,074), bem como a correspondência por idade para amostras de sangue (p=0,214) não revelou diferenças significativas entre pacientes e controles. Em amostras não sanguíneas com correspondência por idade, no entanto, os pesquisadores identificaram um aumento significativo no mtDNA-cn entre pacientes e controles (p<0,001). Finalmente, a análise com correspondência por idade e estratificação entre TDAH e TEA não mostrou diferença significativa no mtDNA-cn entre pacientes com TEA e controles (p=0,385), enquanto houve um aumento significativo no mtDNA-cn entre pacientes com TDAH e controles (p=0,033).

Nesta primeira meta-análise da avaliação do mtDNA-cn em TEA/TDAH, os resultados mostraram mtDNA-cn elevado em TEA e TDAH, enfatizando ainda mais a implicação da disfunção mitocondrial em distúrbios do neurodesenvolvimento, escreveram os autores na conclusão do estudo. No entanto, os resultados indicam que o mtDNA-cn no sangue não se reflete em outros tecidos no TEA/TDAH, e a verdadeira relação entre o mtDNA-cn derivado do sangue e o TEA/TDAH ainda precisa ser definida em estudos futuros.

Pesquisas sugerem que a disfunção mitocondrial pode contribuir para a fisiopatologia do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), ligando déficits no metabolismo energético a sintomas neurológicos e comportamentais comumente observados no TDAH. Aqui está um resumo da conexão e das evidências que apoiam essa relação:

O Papel das Mitocôndrias na Função Neuronal

As mitocôndrias são essenciais para a produção de ATP e para o fornecimento de energia celular, especialmente em órgãos que demandam muita energia, como o cérebro. A função mitocondrial impacta processos como a transmissão sináptica, a plasticidade e a saúde dos neurônios, todos cruciais para o funcionamento cognitivo normal.

No contexto do TDAH, a disfunção mitocondrial pode levar a um déficit energético, afetando a taxa de disparo neuronal, a liberação de neurotransmissores e a função cerebral geral, que estão diretamente relacionadas à atenção, ao foco e ao controle de impulsos.

Estresse Oxidativo e TDAH

A disfunção mitocondrial frequentemente acompanha um aumento do estresse oxidativo, que pode danificar componentes celulares e comprometer ainda mais a produção de energia. Marcadores elevados de estresse oxidativo foram encontrados em indivíduos com TDAH, sugerindo que o comprometimento mitocondrial pode desempenhar um papel nos desequilíbrios oxidativos observados neste transtorno.

Ligações Genéticas e TDAH

Estudos genéticos apontam possíveis vínculos entre o TDAH e genes mitocondriais ou genes que regulam a função mitocondrial. Variações em genes associados à função mitocondrial, como aqueles envolvidos no metabolismo energético e na regulação do estresse oxidativo, foram associadas aos sintomas de TDAH e podem contribuir para a hereditariedade do transtorno.

As mitocôndrias desempenham um papel na síntese de neurotransmissores, como a dopamina e a serotonina, que frequentemente estão desregulados no TDAH. O desequilíbrio de dopamina é uma característica central do TDAH, e a disfunção mitocondrial pode contribuir para a redução na síntese, liberação ou recaptação da dopamina, levando aos déficits de atenção e à hiperatividade observados em indivíduos afetados.

Estudos de neuroimagem mostraram uma redução no metabolismo energético cerebral e alterações na atividade de enzimas mitocondriais em alguns indivíduos com TDAH. Alguns estudos também relataram níveis anormais de lactato no cérebro, um marcador de disfunção mitocondrial, em pacientes com TDAH, indicando problemas no metabolismo energético em regiões específicas do cérebro associadas à atenção e ao controle de impulsos.

Abordagens Terapêuticas Potenciais

Há um crescente interesse em terapias que visam a função mitocondrial, como suplementos destinados a apoiar a saúde mitocondrial, além de protocolos de dieta cetogênica no caso de resistência insulínica cerebral.

APRENDA TUDO NO CURSO: NUTRIÇÃO NO TDAH

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/