Crianças com autismo possuem mais problemas com caseína e glúten?

O maior estudo até o momento, realizado na Suécia, descobriu que as pessoas com TEA tinham três vezes mais probabilidade de ter anticorpos positivos para glúten, mesmo na ausência de doença celíaca. Ou seja, possuem mais sensibilidade não celíaca ao glúten.

Outro estudo, liderado por pesquisador da Universidade de Columbia, concluiu que o sistema imunitário de algumas crianças autistas parece reagir ao glúten, mas não da mesma forma que o sistema imunitário das pessoas com doença celíaca reage ao glúten.

Outro estudo publicado no Journal of Autism and Developmental Disorders descobriu que crianças com autismo tinham níveis mais elevados de anticorpos contra caseína (proteína encontradas em laticínios) em comparação com crianças sem autismo. No entanto, é essencial interpretar estes resultados com cautela, uma vez que os mecanismos específicos subjacentes à relação entre os laticínios e os sintomas do autismo ainda não são totalmente compreendidos.

Referências

  • Psiquiatria JAMA. 2013;70(11):1224-30. doi: 10.1001/jamapsiquiatria.2013.2048

  • PLoS UM. 2013;8(6):e66155. doi:10.1371/journal.pone.0066155

  • J Allergy Clin Immunol Pract. 2019; 7(7): 2481–2483.e1.
    doi: 10.1016/j.jaip.2019.04.013

  • Journal of Autism and Developmental Disorders 2:374-401. DOI:10.1007/s40489-015-0059-4

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Intestino e neuroplasticidade

A neuroplasticidade refere-se à capacidade dos circuitos cerebrais de reorganizar e alterar as propriedades da rede, resultando em alterações na função e no comportamento cerebral. Tradicionalmente, acredita-se que a neuroplasticidade é influenciada por estímulos externos, aprendizagem e experiência. Curiosamente, há novas evidências que sugerem que os sinais endógenos da periferia do corpo podem desempenhar um papel. A microbiota intestinal, uma comunidade diversificada de microrganismos que vivem em harmonia com o seu hospedeiro, pode ser capaz de influenciar a plasticidade através da sua modulação do eixo intestino-cérebro.

Curiosamente, a maturação da microbiota intestinal coincide com períodos críticos do neurodesenvolvimento, durante os quais os circuitos neurais são altamente plásticos e potencialmente vulneráveis. Como tal, a disbiose (um desequilíbrio na composição da microbiota intestinal) durante o início da vida pode contribuir para a perturbação das trajetórias normais de desenvolvimento, levando a distúrbios do neurodesenvolvimento.

Existem várias maneiras pelas quais as mudanças na microbiota podem influenciar a plasticidade cerebral. Alguns dos mecanismos incluem a regulação da expressão genética, a produção de moléculas neuroativas e a modulação da atividade microglial.

As bactérias intestinais sintetizam uma variedade de moléculas neuroativas, incluindo GABA, triptofano e serotonina, que potencialmente influenciam a produção e/ou concentração de neurotransmissores no cérebro. A microbiota intestinal também pode afetar a plasticidade neuronal, regulando a maturação e função da microglia, num mecanismo que envolve a ação dos ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e/ou modulação de moléculas neuroativas.

Os AGCC um produto da fermentação microbiana de fibras alimentares não digeríveis, pode participar na remodelação epigenética da cromatina em uma variedade de células cerebrais, como demonstrado para a microglia. A expressão de microRNA cerebral foi recentemente proposta para ser regulada pela microbiota intestinal.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

BICARBONATO E EXERCÍCIO DE ALTA INTENSIDADE

O bicarbonato de sódio melhora o desempenho nos exercícios em homens e mulheres. 4Para protocolos de suplementação de dose única, 0,2 g/kg de bicarbonato de sódio parece ser a dose mínima necessária para obter melhorias no desempenho do exercício.

A dose ideal de bicarbonato de sódio para efeitos ergogênicos parece ser de 0,3 g/kg. Doses mais altas (por exemplo, 0,4 ou 0,5 g/kg) podem não ser necessárias em protocolos de suplementação de dose única, porque não proporcionam benefícios adicionais (em comparação com 0,3 g/kg) e estão associadas a uma maior incidência e gravidade de efeitos colaterais adversos.

Para protocolos de suplementação de dose única, o momento recomendado para a ingestão de bicarbonato de sódio é entre 60 e 180 minutos antes do exercício ou competição.

Protocolos de vários dias de suplementação de bicarbonato de sódio podem ser eficazes na melhoria do desempenho nos exercícios. A duração desses protocolos é geralmente entre 3 e 7 dias antes do teste ergométrico.

A dose diária total é comumente dividida em doses menores, ingeridas em vários momentos ao longo do dia (por exemplo, 0,1 a 0,2 g/kg de bicarbonato de sódio consumido no café da manhã, almoço e jantar). O benefício dos protocolos de vários dias é que eles podem ajudar a reduzir o risco de efeitos colaterais induzidos pelo bicarbonato de sódio no dia da competição.

O uso prolongado de bicarbonato de sódio (por exemplo, antes de cada sessão de treinamento físico) pode melhorar as adaptações ao treinamento, como aumento do tempo até a fadiga e produção de energia.

Os efeitos colaterais mais comuns da suplementação de bicarbonato de sódio são inchaço, náusea, vômito e dor abdominal. A incidência e a gravidade dos efeitos colaterais variam entre e dentro dos indivíduos, mas geralmente são baixas.

O melhor é a suplementação do bicarbonato com carboidratos. Além disso, o uso do bicarbonato com creatina ou beta-alanina pode produzir efeitos aditivos no desempenho do exercício. Não está claro se a combinação de bicarbonato de sódio com cafeína ou nitratos produz benefícios aditivos.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/