Para que serve a serralase/serraptase?

Serralase, mais comumente referida como serrapeptase ou serratiopeptidase, é uma enzima derivada da bactéria Serratia marcescens. Esta enzima é conhecida pelas suas propriedades proteolíticas (digestão de proteínas) e é frequentemente utilizada como suplemento dietético pelos seus vários benefícios para a saúde.

Embora seja uma enzima proteolítica, ou seja, que quebra proteínas em peptídeos menores ou aminoácidos, seus principais usos não estão relacionados à digestão. Em vez disso, a serrapeptase é tipicamente usada por suas propriedades anti-inflamatórias, mucolíticas e de cicatrização.

Principais usos da serraptase

- Anti-inflamatório: a serrapeptase é frequentemente usada para reduzir a inflamação e a dor em condições como artrite, sinusite e inchaço pós-operatório. Para reduzir o inchaço e a dor, uma dosagem típica de serrapeptase é de 10 mg, 3 vezes ao dia por até 1 semana. Em estudos de pacientes com dor e inchaço após remoção cirúrgica de terceiros molares, as dosagens de serrapeptase variaram de 20 a 60 mg (40 a 120.000 SPU) por dia, por períodos de 3 a 7 dias.

- Mucolítico: ajuda a quebrar o muco no trato respiratório, facilitando sua expulsão e beneficiando condições como bronquite crônica e sinusite. Para reduzir sintomas de distúrbios otorrinolaringológicos ou crônicos bronquite, a serrapeptase é usada na dose de 10 mg (20.000 SPU), 3 vezes ao dia, durante 1 a 2 semanas.

Serraptase não é enzima digestiva

Ao contrário de enzimas como pepsina, amilase ou lipase, que estão diretamente envolvidas na digestão de proteínas, carboidratos e gorduras, o papel da serrapeptase no corpo humano está mais relacionado à sua capacidade de reduzir a inflamação e promover a quebra de tecidos não vivos.

Os suplementos de serrapeptase são frequentemente revestidos de forma entérica para garantir que a enzima passe pelo ambiente ácido do estômago e seja absorvida no intestino delgado. Esse revestimento entérico protege a enzima de ser degradada no estômago, garantindo que ela possa atingir a corrente sanguínea onde pode exercer seus efeitos sistêmicos.

Assim, a serrapeptase é considerada uma enzima sistêmica, o que significa que ela funciona em todo o corpo, e não apenas no sistema digestivo. Uma vez absorvida, ela viaja pela corrente sanguínea e age em vários tecidos para reduzir a inflamação e promover a cicatrização.

Cuidados no uso da serraptase

Não deve ser usada na gravidez e lactação por falta de estudos sobre segurança e eficácia durante a gravidez e a lactação. A serrapeptase pode aumentar o risco de sangramento se co-administrada com anticoagulantes ou medicamentos antiplaquetários. Usos prolongados podem gerar hipersensibilidade e dor gástrica. No Japão, pelo menos 4 casos de pneumonia eosinofílica foram relatados com o uso prolongado e o suplemento foi retirado do mercado.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

NÃO SE TRATA O AUTISMO E A SÍNDROME DE DOWN

Nós não tratamos o autismo e a trissomia do cromossomo 21 (síndrome de Down). O que tratamos são os atrasos por meio das terapias, as co-morbidades, com estratégias de estilo de vida adequadas, boa alimentação e suplementação. A pessoa que veio ao mundo de forma diferente precisa que nós possamos criar espaços de inclusão, amor, respeito e saúde.

A nutrição e a medicina de precisão é uma vertente que busca melhorar a capacidade de prevenção, diagnóstico e tratamento que possam acometer qualquer pessoa. Olhamos o perfil genético de cada um e, a partir disso, criamos estratégias que evitam desperdícios de recursos, de tempo, de dinheiro.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Creatina para concussão e lesão cerebral traumática (TCE)

Embora o atual corpo de pesquisa seja limitado, a utilização de creatina na proteção e tratamento de concussão e traumatismo cranioencefálico leve (mTBI) foi apontada como uma área particular de interesse. As opções atuais de tratamento para tratar a disfunção fisiológica após concussão e mTBI são limitadas ao tratamento com exercícios aeróbicos; no entanto, postula-se que a creatina é outra opção que poderia abordar aspectos da cascata neurometabólica associada a uma concussão ou mTBI.

Imediatamente após uma concussão ou TBI ocorre um estado de hipermetabolismo que é seguido por um estado de hipometabolismo. Após o mTBI, o conteúdo de creatina no cérebro diminui e, portanto, a suplementação de creatina pode ser benéfica neste cenário.

A suplementação de creatina (300 mg a 400 mg/kg/dia em suspensão oral administrada por sonda nasogástrica ou colher) foi associada à diminuição da duração da amnésia pós-traumática, intubação e internação hospitalar, e provocou melhorias nos aspectos neurofísicos, cognitivos, de personalidade/comportamento e sociais dentro de 3 meses e, além disso, melhorou o autocuidado em 6 meses em comparação com o controle. A suplementação de creatina resultou em melhorias nas dores de cabeça pós-traumáticas, tonturas e fadiga, bem como disartria e problemas linguais de compreensão.

A suplementação de creatina também pode desempenhar um papel protetor quando consumida profilaticamente. A neuroproteção ocorre pela inibição do ácido láctico e do acúmulo de ácidos graxos livres encontrado no grupo suplementado com creatina.

A concussão e o TCE estão associados à liberação indiscriminada do aminoácido excitatório glutamato, que ativa excessivamente o receptor N-metil-D-asparato (NMDA), resultando em aumento do cálcio celular (Ca2 +), que causa morte, danos e disfunção neuronal. A creatina pode mitigar a excitotoxicidade induzida por um glutamato. A segurança da suplementação de creatina em humanos está bem estabelecida, mas uma exploração mais aprofundada da suplementação de creatina, antes e após o TCE, é necessária para determinar um protocolo de consumo ideal.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/