FODMAP das bananas

Neste vídeo avaliei minha tolerância a alimentos fermentáveis (FODMAPs):

Fatores agrícolas e ambientais influenciam os níveis de FODMAPs em alimentos e acreditamos que as mudanças em nossos resultados de FODMAP podem refletir isso.

As plantas tendem naturalmente a acumular frutanos em resposta a estressores ambientais, como baixas temperaturas e seca. Os frutanos fornecem às células vegetais maior integridade estrutural, tornando-as mais resistentes e resistentes a danos de mudanças ambientais e doenças.

Estudos que investigam especificamente bananas descobriram que seu conteúdo de frutanos aumenta quando são armazenadas e amadurecidas em armazenamento refrigerado, o que agora é uma prática relativamente comum em redes de supermercados para evitar a deterioração e garantir o amadurecimento.

Os agricultores também podem cultivar seletivamente variedades com maior teor de frutanos, pois tendem a ser mais resistentes a pragas e doenças.

Banana madura = alto teor de FODMAPs (oligo-frutanos)

Banana verde = baixo teor de FODMAPs (oligo-frutanos)

Mesmo pessoas com dificuldades digestivas em geral conseguem consumir pequenas porções de banana madura (1/3 unidade). E, se você tolerar bem bananas maduras, mesmo em maiores quantidades, obviamente não haverá necessidade de removê-las de sua dieta. Lembre-se de que sua dieta só precisa ser rigorosa se os seus sintomas exigirem!

Tenha também muito cuidado com suplementos pois eles podem conter ainda maiores teores de FODMAPs. Falo sobre o tema no vídeo abaixo:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Dieta cetogênica deveria ser aplicada nos centros de recuperação de usuários de drogas?

Medicamentos opiáceos e também drogas como a heroína geram vício, overdoses e alto número de mortes em todo o ano. O vício em várias substâncias químicas geram um impacto negativo enorme na saúde física e emocional, prejudica o convívio social, piora as relações familiares, sobrecarrega o sistema de saúde e de apoio social.

O tratamento dos vícios é muito complexo. Neste outro artigo falei do uso da dieta cetogênica no tratamento do alcoolismo. Em estudo publicado em 2023 no Journal of Psychiatry Neuroscience, Long Jin e colaboradores mostraram que o vício em heroína afeta negativamente o metabolismo da glicose e a conectividade metabólica no cérebro.

Durante o estudo, 36 indivíduos com dependência de heroína e 30 indivíduos controles saudáveis passaram por tomografia por emissão de pósitrons/ressonância magnética (PET/MRI). Aqueles com dependência de heroína exibiram reduções significativas no metabolismo da glicose na ínsula anterior bilateral (IA) e no lóbulo parietal inferior (LPI), além de diminuição acentuada na conectividade metabólica entre a IA direita e o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo (Jin et al., 2023).

O cérebro é um órgão que consome muita energia e depende de processos metabólicos eficientes para funcionar na sua potencialidade máxima. Os tratamentos tradicionais para a dependência de heroína concentram-se principalmente no controle dos sintomas de abstinência e na prevenção de recaídas. No entanto, estes resultados sugerem que visar os distúrbios metabólicos subjacentes pode ser uma abordagem nova e adicional.

Um caminho promissor é o uso das terapias metabólicas. Estas poderiam incluir intervenções destinadas a optimizar o metabolismo cerebral, tais como modificações dietéticas (como exclusão de carboidratos simples ou dieta com baixo teor de carboidrato ou mesmo cetogênica), suplementos que apoiam a produção de energia neuronal ou medicamentos que melhoram a eficiência metabólica no cérebro. Falo mais sobre estas terapias na plataforma https://t21.video/browse. Assine para acessar todo o conteúdo.

A expectativa é de que com a integração de estratégias de tratamento metabólico, possamos melhorar o controlo cognitivo e reduzir as taxas de recaída em indivíduos que lutam contra a dependência. Caso necessite de acompanhamento nutricional clique aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Insuficiência cardíaca

A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença caracterizada por sinais e sintomas como baixa tolerância ao exercício, congestão pulmonar, edema periférico e pressão venosa elevada. As causas da IC são variadas e sua prevalência parece estar aumentando constantemente em todo o mundo. Com isso vem a importância do cuidado e detecção de risco precoce.

Os eritrócitos, também conhecidos como glóbulos vermelhos ou hemácias, são elementos corpusculares do sangue com a principal função de transportar oxigênio. Um eritrócito maduro típico aparece com volume corpuscular médio (VCM) entre 80-100 fL. 

A largura de distribuição de glóbulos vermelhos (RDW) é um parâmetro hematológico simples, rápido, barato que reflete o grau de anisocitose quando em níveis aumentados. Embora um valor RDW reduzido não tenha significância clínica, um aumento tem muitas consequências importantes sobre o risco futuro de eventos cardiovasculares adversos e mortalidade na população geral, bem como em pacientes em risco de IC.

O desarranjo parcial ou completo de muitas vias biológicas como envelhecimento, inflamação, estresse oxidativo, deficiências nutricionais e função renal prejudicada, tem sido diretamente associado com eritropoiese interrompida resultando em graus variáveis de anisocitose.

As evidências científicas sugerem que a avaliação da RDW não apenas prevê o risco de desfechos adversos (mortalidade cardiovascular e de todas as causas, internação por descompensação aguda ou piora da função ventricular esquerda) em pacientes com IC aguda e crônica, mas também é um preditor significativo e independente de desenvolvimento de IC em pacientes livres dessa condição.

O aumento de RDW reflete verdadeiramente o grau de anisocitose, podendo ser usado para decisões diagnósticas, prognósticas e até terapêuticas. Em conclusão, a avaliação longitudinal das mudanças de RDW ao longo do tempo pode ser considerada uma medida eficiente para ajudar a prever o risco de desenvolvimento e progressão do IC (Lippi et al., 2018).

Mas SUPLEMENTO não é mágica!!

Para obter o máximo benefício, você precisa consumir uma variedade de alimentos anti-inflamatórios, idealmente ao longo de vários anos. Com isso, você modula positivamente a expressão de genes e processos como a metilação. Para evitar doenças tente manter os marcadores bioquímicos abaixo dentro dos valores recomendados:

- Insulina (< 7 microUI/mL)

- Ácido úrico (< 6 mg/dL) - PCR (< 0,1 mg/L)

- Ferritina (70 a 150 ng/mL)

- VHS (< 5 mm/h)

- 25-OH-D (> 50 ng/ml)

- GGT (< 20 U/L)

- Homocisteína (< 7 µmol/L)

- B12 (300 a 700 pmol/L)

- B9 (> 10 a 30 ng/mL)

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/