O projeto blueprint de Bryan Johnson

Bryan Johnson é um empresário americano, nascido em 1977. Sua empresas foram vendidas por bilhões de dólares e desde então dedica-se a investir em uma série de empresas, muitas delas ligadas à longevidade. Fundou a Kernel em 2016, investindo US$ 100 milhões.

Em 2020, Kernel demonstrou um par de dispositivos semelhantes a capacetes que podem ver e registrar a atividade cerebral durante o envelhecimento, lesões, meditação ou em doenças como o Alzheimer.

Em 13 de outubro de 2021, Johnson anunciou uma tentativa antienvelhecimento que ele chama de "Projeto Blueprint". Johnson afirma ter melhorado certos biomarcadores por meio de práticas que incluem restrição calórica e jejum intermitente, grande número de suplementos e medicamentos, um horário de sono rigoroso e testes diagnósticos frequentes, entre outros métodos.

Suas tentativas foram recebidas com críticas por parte de alguns especialistas em áreas relacionadas ao envelhecimento. Moshe Szyf, professor de farmacologia e terapêutica na Universidade McGill, expressou cepticismo quanto ao facto de a ciência ainda ser capaz de alcançar os resultados notáveis que Johnson afirma estar a alcançar. Andrew Steele, um cientista e autor da longevidade, afirmou que a genética desempenha o papel mais importante na determinação da expectativa de vida de uma pessoa e que nenhuma das práticas que Johnson está fazendo pode mudar a genética.

Bryan Johnson toma mais de 50 suplementos e medicamentos por dia para retardar o envelhecimento. Dentre eles estão ômega-3, curcumina, rapamicina, taurina e outros compostos anti-envelhecimento. Os principais estudos foram feitos com camundongos. A suplementação de rapamicina aumentou a expectativa de vida dos ratos em 23% nos machos e 26% nas fêmeas. Estes valores de extensão da vida útil fazem da rapamicina um dos medicamentos anti-envelhecimento mais robustos até à data.

A taurina é um tipo de aminoácido (bloco de construção da proteína) chamado ácido amino sulfônico que nosso corpo sintetiza naturalmente. No entanto, os níveis de taurina tendem a diminuir com a idade em humanos, macacos e ratos. Foi demonstrado que a suplementação de taurina aumenta a expectativa de vida dos camundongos em 10% nas fêmeas e 12% nos machos. Em humanos, os baixos níveis de taurina têm sido associados a um maior risco de mortalidade por doenças cardíacas.

Foi demonstrado que algumas das pílulas da lista de Johnson aumentam a expectativa de vida dos ratos em alguns estudos, mas não em outros. Por exemplo, foi demonstrado que a melatonina aumenta a expectativa de vida em alguns estudos, mas diminui a expectativa de vida dos ratos em outros estudos. Existem também resultados positivos e negativos para a fisetina, resultados positivos e negativos para o ribosídeo de nicotinamida (NR) e resultados contraditórios para a coenzima Q10.

Para conferir a lista completa de suplementos utilizada por Bryan Johnson, clique aqui. Para individualização, marque sua consulta de nutrição.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Obesidade e transtornos alimentares

Transtornos alimentares são doenças psiquiátricas que geram uma perturbação persistente na alimentação e/ou nos comportamentos voltados para o controle do peso corporal, resultando não apenas em danos significativos à saúde física, mas em um enorme prejuízo psicossocial.

A obesidade não é um transtorno alimentar e sim uma doença metabólica, influenciada pela combinação de aspectos genéticos, metabólicos, hormonais e comportamentais. Mesmo assim, muitas pessoas com obesidade possuem comportamentos alimentares disfuncionais ou transtornos alimentares, como o transtorno de compulsão alimentar (TCA), a síndrome do comer noturno (SCN) ou a bulimia nervosa (BN).

Episódios de compulsão alimentar caracterizam-se pela ingestão de uma grande quantidade de calorias em um intervalo curto de tempo. A pessoa tem a sensação de perda de controle sobre o que e o quanto ela está comendo. Às vezes ocorrem episódios de compulsão que não estão associados a um transtorno alimentar. No entanto, estes episódios fazem parte dos critérios diagnósticos do TCA e da BN.

O TCA afeta ambos os sexos, acometendo aproximadamente 3,5% das mulheres e 2% dos homens ao longo da vida. É o mais frequente de todos os transtornos alimentares. Em pacientes com obesidade, há um aumento significativo de sua ocorrência, em comparação com a população geral. Os índices podem chegar até 30% ou 50%, dependendo do grau de obesidade. Para diagnosticar o TCA, os episódios desse transtorno devem se repetir pelo menos uma vez por semana pelo período mínimo de três meses, segundo o DSM-5-TR.

Os ECAs estão associados a um sofrimento marcante, em virtude da compulsão alimentar. Também estão presentes três ou mais das seguintes características associadas à perda de controle:

  1. comer mais rapidamente que o normal;

  2. comer até se sentir desconfortavelmente cheio;

  3. comer grandes porções na ausência de sensação física de fome;

  4. comer sozinho por vergonha do quanto está comendo

  5. e/ou sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida.

No caso do TCA, não há métodos compensatórios inadequados, que são característicos da bulimia nervosa. Métodos compensatórios inadequados também são comuns em indivíduos com transtornos alimentares. Podem incluir métodos purgativos, como vômitos, uso de diuréticos, laxativos, enemas (substâncias para promover lavagem intestinal). Métodos não purgativos incluem restrição alimentar, os jejuns e o exercício físico em exagero, de forma prejudicial e muito associados à culpa.

A restrição alimentar é comum quando qualquer pessoa deseja perder peso. No contexto de um transtorno alimentar, ele se apresenta de forma exagerada, patológica, podendo resultar em uma perda de peso não saudável e até precipitar episódios de compulsão alimentar.

Tratamento dos Transtornos Alimentares

O tratamento dos transtornos alimentares é composto por várias abordagens concomitantes. Idealmente, ele deve ser conduzido por uma equipe multidisciplinar, que inclua ao menos psiquiatras, endocrinologistas, psicólogos e nutricionistas.

A terapia cognitivo comportamental (TCC) é o tratamento de primeira escolha para o TCA. O tratamento farmacológico (lisdexanfetamina) é considerado adjuvante e só é indicado para casos moderados e graves.

Já para a Síndrome do Comer Noturno (SCM) indica-se a terapia associada a um antidepressivo da classe dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (como sertralina) ou com o topiramato (anticonvulsivante). No manual diagnóstico DSM-5-TR, a SCN é caracterizada por episódios recorrentes de comer após despertares no meio da madrugada e/ou por uma alimentação excessiva após o jantar.

O paciente come acordado, de forma consciente, e costuma relatar que tem necessidade de se alimentar para conciliar o sono. A quantidade de calorias ingeridas nesses episódios costuma ser menor do que aquela consumida em episódios de compulsão alimentar. Mesmo assim, a alimentação noturna representa pelo menos 25% do valor energético total da ingestão alimentar diária e isso impacta a qualidade de vida e de sono.

A BN é caracterizada pela presença de compulsões recorrentes associados a métodos compensatórios inadequados na sequência. A autoindução de vômitos é a prática disfuncional mais frequentemente adotada e pela qual essa condição se tornou mais conhecida. Mas os indivíduos que sofrem de BN também podem praticar jejuns, atividade física extenuante e/ou usar medicações para compensar a ingestão exagerada de alimentos.

A fluoxetina é o único agente farmacológico aprovado para o tratamento da BN. No caso, a dose recomendada é de 60 mg. Além disso, devido à elevada comorbidade da BN com alguns sintoma de transtorno do controle do impulso, transtorno depressivo e o transtorno bipolar do humor, muitas vezes o uso de outros psicofármacos se faz necessário.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Magnésio na prevenção da dor crônica

A dor é uma sensação universal que pode se apresentar de diversas formas, desde aguda até crônica. A dor aguda é momentânea. Acontece, por exemplo, quando você bate o dedinho do pé na mesa da sala. Muita dor, mas passa logo.

A dor crônica é persistente, dura pelo menos três meses, muitas vezes estimulada pela amplificação da dor central. A dor regional crônica localizada pode estar presente em 20-25% da população e a dor crônica generalizada atinge até 10% da população.

Uma forma de reduzir a dor é pelo bloqueio dos receptores NMDA, limitando o influxo de cálcio. Portanto, doses moderadas de magnésio podem reduzir o risco de excitotoxicidade. Propõe-se que os efeitos do magnésio no alívio da dor possam depender do bloqueio dos receptores NMDA na medula espinhal.

A pesquisa que explora o uso analgésico do magnésio em distúrbios de dor crônica é limitada pelo tipo e gravidade da dor crônica avaliada. Além disso, os resultados entre estudos são conflitantes, apesar de tenderem a serem positivos.

A fibromialgia foi inicialmente considerada um distúrbio reumático, mas agora é conhecida como uma condição neurológica, com intensa dor e sensibilidade generalizadas, juntamente com outros sintomas chatos, como fadiga intensa, disfunção cognitiva, alterações da memória, dor de cabeça e problemas de sono.

Um estudo examinou os efeitos de 300 mg de citrato de magnésio e 10 mg de amitriptilina, isoladamente e em combinação, em 60 mulheres com fibromialgia e 20 controles pareados por idade e sexo durante oito semanas. Os níveis de magnésio eritrocitário e sérico foram significativamente mais baixos no grupo com fibromialgia. Além disso, o grupo que recebeu a combinação de magnésio e amitriptilina relatou diminuição significativa da dor em vários índices de dor e sensibilidade, enquanto o magnésio sozinho resultou em uma melhora no número de pontos sensíveis e na intensidade da dor da fibromialgia (Bagis et al., 2012).

PARA DOR INDICO O MAGNÉSIO DIMALATO

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/