Síndrome pós-covid e colite microscópica

A colite microscópica é uma inflamação do intestino grosso (cólon) que causa diarreia aquosa persistente. O paciente pode ter diarreia há anos, mas quando faz a colonoscopia está tudo bem. O distúrbio recebe esse nome porque é necessário examinar o tecido do cólon ao microscópio para identificá-lo. Ou seja, é necessário fazer uma biópsia, exame invasivo, em que um pedacinho do intestino será retirado. Se na microscopia observa-se um infiltrado inflamatório o diagnóstico é de colite microscópica.

Tipos de colite microscópica

  • Colite colágena: uma espessa camada de proteína (colágeno) se desenvolve no tecido do cólon

  • Colite linfocítica: glóbulos brancos (linfócitos) aumentam no tecido do cólon

  • Colite microscópica incompleta: há características mistas de colite colágena e linfocítica.

O diagnóstico é feito pelo gastroenterologista ou coloproctologista.

Principais sintomas da colite microscópica

Os sintomas podem ir e vir. Podem desaparecer por conta própria ou não.

  • Diarréia aquosa crônica

  • Dor abdominal, cólicas ou distensão abdominal

  • Perda de peso

  • Náusea

  • Incontinência fecal

  • Desidratação

Causas da colite microscópica

As causas da colite microscópica não são muito claras. Mulheres a partir dos 50 anos são mais propensas ao desenvolvimento da doença. Outros fatores de risco incluem:

  • Proliferação de bactérias que produzem toxinas capazes de irritar o revestimento do cólon.

  • Vírus que desencadeiam inflamação, incluindo síndrome pós-COVID.

  • Doenças autoimunes (artrite reumatóide, doença celíaca, psoríase, diabetes tipo 1, tireoidite de Hashimoto).

  • Tabagismo.

  • Uso crônico de medicamentos que podem irritar o revestimento do cólon, incluindo:

    • Analgésicos, como aspirina, ibuprofeno e naproxeno sódico.

    • Inibidores da bomba de prótons, incluindo lansoprazol, esomeprazol, pantoprazol, rabeprazol, omeprazol e dexlansoprazol.

    • Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), como a sertralina (Zoloft)

    • Hipoglicemiantes como acarbose.

    • Antiandrógeno indicados no tratamento do câncer de próstata, como flutamida.

    • Antiácidos como ranitidina.

    • Anticonvulsivantes como carbamazepina e topiramato.

    • Antipsicóticos como clozapina.

    • Anti-Parkinsonianos, como entacapona.

    • Antidepressivos como paroxetina.

    • Sinvastatina, medicação para tratamento de dislipidemias.

Tratamento da colite microscópica

A maioria das pessoas é tratada com sucesso para colite microscópica. O tratamento geralmente começa com mudanças na dieta e medicamentos que podem ajudar a aliviar a diarreia persistente.

A dieta inicial terá baixo teor de gordura e fibras. Idealmente, suspenda laticínios e alimentos contendo glúten ou ambos, pois podem piorar os sintomas. Evite cafeína e açúcar.

Se os sinais e sintomas persistirem, seu médico poderá recomendar:

  • Medicamentos antidiarreicos, como loperamida (Imodium) ou subsalicilato de bismuto (Pepto-Bismol).

  • Esteróides como budesonida (Entocort EC).

  • Medicamentos que bloqueiam os ácidos biliares (que podem contribuir para a diarreia), como colestiramina/aspartame ou colestiramina (Prevalite) ou colestipol (Colestid).

  • Medicamentos antiinflamatórios, como mesalamina (Delzicol, Apriso, outros) para ajudar a controlar a inflamação do cólon.

  • Medicamentos que suprimem o sistema imunológico para ajudar a reduzir a inflamação no cólon, como mercaptopurina (Purinethol) e azatioprina (Azasan, Imuran).

  • Inibidores de TNF, como infliximabe (Remicade) e adalimumabe (Humira), que podem reduzir a inflamação ao neutralizar uma proteína do sistema imunológico conhecida como fator de necrose tumoral (TNF).

  • Substituição de medicamentos que aumentam o risco de diarreia.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

O que é diabulimia?

Diabulimia é um termo que combina diabetes e bulimia. Caracteriza-se por uma preocupação excessiva com o peso e com a imagem corporal em indivíduos com Diabetes Mellitus tipo 1. Esta condição traduz-se em comportamentos que comprometem um adequado controle da glicemia, principalmente a omissão intencional de insulina como uma estratégia de controle do peso. Entenda melhor:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Como diagnosticar a doença de Alzheimer?

A demência Afeta cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo e estima-se que este número atinja 152 milhões em 2050. O impacto da demência na saúde, na qualidade de vida e nas finanças dos pacientes e familiares é gigantesco. Por isso, a demência é reconhecida como uma das prioridade de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde.

O que é demência?

A demência é uma síndrome clínica que cursa com prejuízo cognitivo e funcional. A causa principal de demência é a doença de Alzheimer (DA), uma doença neurodegenerativa progressiva, caracterizada pela presença de placas β-amilóide (βA) e emaranhados neurofibrilares de proteína tau.

O comprometimento gradual da memória pode progredir, com prejuízos da linguagem, capacidade de tomada de decisões, das funções executivas e visuoespaciais.

Diagnóstico da doença de Alzheimer

Grandes avanços no desenvolvimento de neuroimagem e biomarcadores fluidos permitiram a detecção in vivo dos processos fisiopatológicos da DA, mesmo em estágios assintomáticos ou iniciais.

Um dos exames realizados para o diagnóstico da demência é a punção lombar com análise do líquor – líquido que reveste o sistema nervoso central (SNC). Dentre os exames de imagem usados para o diagnóstico no estágio inicial estão o PET SCAN (tomografias por emissão de pósitrons), testes nucleares que identificam o hipometabolilsmo glicolítico cerebral, além da ressonância magnética estrutural [MRI], que mostra a atrofia de áreas do cérebro. Como estes exames são muito caros, a tendência é a de uso de biomarcadores sanguíneos.

Já o exame PrecivityAD analisa, a partir de uma amostra de sangue, a presença das 3 proteínas que estão relacionadas à doença de Alzheimer, a βA, tau e tau fosforilada. O exame, feito por meio de espectometria de massa, sendo bastante sensível e específico para detectar mínimas variações nessas proteínas que facilmente acumulam-se no paciente com Alzheimer (Kirmess et al., 2021).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/