A colite microscópica é uma inflamação do intestino grosso (cólon) que causa diarreia aquosa persistente. O paciente pode ter diarreia há anos, mas quando faz a colonoscopia está tudo bem. O distúrbio recebe esse nome porque é necessário examinar o tecido do cólon ao microscópio para identificá-lo. Ou seja, é necessário fazer uma biópsia, exame invasivo, em que um pedacinho do intestino será retirado. Se na microscopia observa-se um infiltrado inflamatório o diagnóstico é de colite microscópica.
Tipos de colite microscópica
Colite colágena: uma espessa camada de proteína (colágeno) se desenvolve no tecido do cólon
Colite linfocítica: glóbulos brancos (linfócitos) aumentam no tecido do cólon
Colite microscópica incompleta: há características mistas de colite colágena e linfocítica.
O diagnóstico é feito pelo gastroenterologista ou coloproctologista.
Principais sintomas da colite microscópica
Os sintomas podem ir e vir. Podem desaparecer por conta própria ou não.
Diarréia aquosa crônica
Dor abdominal, cólicas ou distensão abdominal
Perda de peso
Náusea
Incontinência fecal
Desidratação
Causas da colite microscópica
As causas da colite microscópica não são muito claras. Mulheres a partir dos 50 anos são mais propensas ao desenvolvimento da doença. Outros fatores de risco incluem:
Proliferação de bactérias que produzem toxinas capazes de irritar o revestimento do cólon.
Vírus que desencadeiam inflamação, incluindo síndrome pós-COVID.
Doenças autoimunes (artrite reumatóide, doença celíaca, psoríase, diabetes tipo 1, tireoidite de Hashimoto).
Tabagismo.
Uso crônico de medicamentos que podem irritar o revestimento do cólon, incluindo:
Analgésicos, como aspirina, ibuprofeno e naproxeno sódico.
Inibidores da bomba de prótons, incluindo lansoprazol, esomeprazol, pantoprazol, rabeprazol, omeprazol e dexlansoprazol.
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), como a sertralina (Zoloft)
Hipoglicemiantes como acarbose.
Antiandrógeno indicados no tratamento do câncer de próstata, como flutamida.
Antiácidos como ranitidina.
Anticonvulsivantes como carbamazepina e topiramato.
Antipsicóticos como clozapina.
Anti-Parkinsonianos, como entacapona.
Antidepressivos como paroxetina.
Sinvastatina, medicação para tratamento de dislipidemias.
Tratamento da colite microscópica
A maioria das pessoas é tratada com sucesso para colite microscópica. O tratamento geralmente começa com mudanças na dieta e medicamentos que podem ajudar a aliviar a diarreia persistente.
A dieta inicial terá baixo teor de gordura e fibras. Idealmente, suspenda laticínios e alimentos contendo glúten ou ambos, pois podem piorar os sintomas. Evite cafeína e açúcar.
Se os sinais e sintomas persistirem, seu médico poderá recomendar:
Medicamentos antidiarreicos, como loperamida (Imodium) ou subsalicilato de bismuto (Pepto-Bismol).
Esteróides como budesonida (Entocort EC).
Medicamentos que bloqueiam os ácidos biliares (que podem contribuir para a diarreia), como colestiramina/aspartame ou colestiramina (Prevalite) ou colestipol (Colestid).
Medicamentos antiinflamatórios, como mesalamina (Delzicol, Apriso, outros) para ajudar a controlar a inflamação do cólon.
Medicamentos que suprimem o sistema imunológico para ajudar a reduzir a inflamação no cólon, como mercaptopurina (Purinethol) e azatioprina (Azasan, Imuran).
Inibidores de TNF, como infliximabe (Remicade) e adalimumabe (Humira), que podem reduzir a inflamação ao neutralizar uma proteína do sistema imunológico conhecida como fator de necrose tumoral (TNF).
Substituição de medicamentos que aumentam o risco de diarreia.