Estresse oxidativo no autismo

O estresse oxidativo ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e a capacidade do corpo de neutralizá-las com antioxidantes. ROS são subprodutos naturais do metabolismo celular, mas níveis excessivos podem levar a danos e disfunções celulares.

Estresse oxidativo no Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Numerosos estudos científicos investigaram a ligação potencial entre estresse oxidativo e autismo. Um dos primeiros artigos sobre o tema foi publicado por Chauhan e Chauhan (2006). Os pesquisadores descobriram níveis aumentados de marcadores de estresse oxidativo, como peroxidação lipídica e oxidação de proteínas, sugerindo uma possível associação entre estresse oxidativo e autismo.

Na mesma época, Ming e colaboradores exploraram o papel do estresse oxidativo no autismo analisando os níveis de glutationa, um dos mais importante antioxidante do organismo. Os investigadores descobriram níveis reduzidos desta molécula, apoiando ainda mais a hipótese de que o estresse oxidativo pode desempenhar um papel no autismo. Senão como causa, pelo menos como gatilho. Posteriormente, um artigo de revisão de Rose et al. (2012) destaca estas e outras pesquisas que mostraram esta presença de marcadores de estresse oxidativo e inflamação em indivíduos autistas.

A presença de estresse oxidativo no autismo levanta possibilidades intrigantes para possíveis intervenções terapêuticas. O grupo de pesquisa do neurologista Richard Friye tem estudado o tema ao longo da última década, com várias publicações na área. Em suas pesquisas mostraram que insultos no início da vida (pré e pós-natais) como exposição a metais pesados contribuem para a disfunção mitocondrial e estresse oxidativo. E quanto mais cedo ocorrem estes insultos, maior é o risco de regressão e prejuízo no neurodesenvolvimento.

A disfunção mitocondrial pode significar para alguns uma mitocôndria hipofuncionante. Em outros casos pode ser hiperfuncionante. Vários genes têm sido associados aos prejuízos na função mitocondrial e, a depender, da alteração genética os desfechos serão distintos. Algumas doenças mitocondriais primárias e secundárias estão associadas ao TEA (Singh et al., 2020).

Nestes casos, uma esperança seria a edição de genes. Contudo, ainda há uma incapacidade de manipulação da sequência do DNA mitocondrial de forma eficaz. Enquanto isto, vários grupos de pesquisa testam medicamentos e suplementos que possam melhorar a função mitocondrial e reduzir o estresse oxidativo.

Na nutrição, estes compostos podem atuar em vias distintas, incluindo:

  • Suporte à cadeia transportadora de elétrons: coenzima Q10

  • Suporte aos carreadores de elétrons: vitamina B3 (niacina) e B2 (riboflavina)

  • Estoque de energia (creatina monohidratada)

  • Suporte à oxidação de ácidos graxos: L-carnitina ou acetil-L-carnitina, vitamina B7 (biotina)

  • Cofatores para enzimas mitocondriais: vitamina B1 (tiamina), ácido pantotênico (vitamina B5), vitamina B6 (piridoxina), vitamina B7 (biotina), ácido alfa-lipóico

  • Antioxidantes: coenzima Q10, L-carnitina, vitamina E, vitamina C

  • Suporte ao sistema Redox: vitamina B12 (metilcobalamina), vitamina B9 (metilfolato), N-acetil-cisteína (NAC), Zinco

  • Suporte ao ciclo do 1-carbono: ácido folínico ou leucovorina cálcica (B9 reduzida)

Pesquisas foram iniciadas em 2019 com o intuito de determinar a eficácia e segurança de tais intervenções. Contudo, a pandemia e outras contingências prejudicaram o andamento do estudo, que ainda não foi publicado.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Disfunção mitocondrial e autismo

O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição complexa do neurodesenvolvimento que afeta igualmente indivíduos em todo o mundo, em todas as classes sociais. Embora as causas exatas do autismo permaneçam indefinidas, a contribuição genética é inegável. Dentre os genes investigados estão aqueles que afetam o metabolismo das mitocôndrias.

Além da genética, vários fatores podem afetar o funcionamento mitocondrial, como a exposição à toxinas, determinados medicamentos, infecções, o próprio envelhecimento, dieta inadequada e carente em nutrientes essenciais ao metabolismo e doenças crônicas, incluindo diabetes.

O que são as mitocôndrias?

As mitocôndrias são organelas cuja principal função é a geração de energia na forma de adenosina trifosfato (ATP). Quando as mitocôndrias não funcionam adequadamente, isso pode aumentar a geração de radicais livres e levar a uma ciclo vicioso de estresse oxidativo, problemas imunes, inflamatórios, além de alterações genéticas e epigenéticas.

Como as mitocôndrias geram energia e o cérebro consome grande parte dela, faz sentido alterações nas mitocôndrias estarem envolvidas na forma como o sistema nervoso funciona e se desenvolve. Vários estudos sugerem, de fato, uma ligação entre a disfunção mitocondrial e o TEA, indicando que a função mitocondrial prejudicada pode contribuir para o desenvolvimento e a gravidade dos sintomas do autismo (Rossignol, & Frye, 2012).

Fatores Genéticos e Disfunção Mitocondrial

Mutações genéticas no DNA mitocondrial (mtDNA) e no DNA nuclear (nDNA) têm sido implicadas na disfunção mitocondrial associada ao TEA. Essas mutações podem interromper o funcionamento normal das mitocôndrias, levando a déficits de energia e estresse oxidativo (Giulivi C, et al., 2010). Doenças mitocondriais primárias e secundárias estão associadas à maior incidência de TEA (Singh, 2020).

Estresse Oxidativo e Disfunção Mitocondrial

A disfunção mitocondrial pode resultar em aumento do estresse oxidativo, que ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e os mecanismos de defesa antioxidante do organismo. O estresse oxidativo foi observado em indivíduos com autismo e pode contribuir para as anormalidades do neurodesenvolvimento associadas ao transtorno (Chauhan et al., 2004).

Partindo desta premissa vêm sendo investigadas técnicas para edição de genes mitocondriais. Contudo, estas pesquisas ainda encontram-se em sua infância e as técnicas ainda possuem eficiência e limitações variadas (Patananan et al., 2016).

Neste sentido, concomitantemente, estudos com medicamentos e suplementos capazes de melhorar a função mitocondrial vêm sendo realizados (Frye et al., 2013). Novas pesquisas foram iniciadas em 2019 com o intuito de determinar a eficácia e segurança de tais intervenções. Contudo, a pandemia e outras contingências prejudicaram o andamento dos estudos, cujos resultados ainda não foram publicados.

Aprenda mais sobre nutrição no TEA

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Como combater a candidíase?

Uma das coisas mais importantes que você precisa fazer para combater a cândida é manter o intestino em movimento. Quando a matéria fecal permanece parada muito tempo, patógenos começam a se multiplicar. O trânsito intestinal lento pode levar a inflamação, síndrome do intestino permeável e má digestão.

Se você tem intestino preso, beba mais água, consuma mais fibras, faça mais atividade física. Massagens também ajudam. Alguns suplementos com fibras ajudam bastante, como psyllium, farinha de banana verde, inulina.

Quando suplementos de fibras são tomados antes das refeições, ajudam também na saciedade e controle da fome. Isso é importante pois quem tem cândida deve cortar açúcar e consumir menos carboidrato simples.

A suplementação de probiótico também ajuda no tratamento da candidíase oral. Aprenda a tratar a disbiose aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/