Exame coprológico funcional

Este exame antigo (década de 1930) foi evoluindo com o tempo. Em primeiro lugar, quando falamos de um exame funcional queremos saber exatamente o funcionamento, neste caso de todo processo digestivo e absortivo. Inclui várias avaliações:

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  • Exame macroscópico - formato, consistência, cor, odor (cheiro), viscosidade, presença de larvas, pus ou muco

  • Exame microscópico - restos alimentares, flora iodófila (presença de Clostridium e outras bactérias fermentativas), amido, fibras musculares, gorduras,

  • Exame bioquímico - marcadores inflamatórios, presença de gordura, excesso de hidrogênio, amônia, pH fecal, presença de substâncias redutoras, IgA.

    • A deficiência de IgAs pode diminuir a resistência à infecção. Valores abaixo da referência mostram resposta imune da mucosa comprometida.

    • Valores altos podem estar relacionados a parasitas, neoplasias no TGI, inflamação intestinal e injúria bacteriana.

  • Exame microbiológico - detecção de microorganismos potencialmente patogênicos e parasitas

É usado para avaliarmos insuficiência gástrica, pancreática e biliar, além de síndromes intestinais e intolerâncias alimentares. Por exemplo, amido cru nas fezes pode ser falta de salivação, mastigação inadequada ou insuficiência pancreática.

O preparo depende do que se está pesquisando. Se preciso avaliar digestão de lactose, a pessoa precisará consumir laticínios. Se há necessidade de avaliação da digestão de amido, a pessoa precisar se expor a alimentos amiláceos e assim por diante.

O exame coprológico funcional completo não é barato por isso, em geral, pede-se apenas o parasitológico e, em relação ao formato das fezes, você pode avaliar em casa - leia aqui sobre a escala de Bristol.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Eosinófilos aumentados e Eosinófilos baixos

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Os eosinófilos são um tipo de glóbulo branco envolvidos principalmente na defesa contra parasitas e nas respostas alérgicas.

Eosinofilia é o aumento da concentração de eosinófilos no sangue, onde a contagem é maior que 350 células/mm3.

De acordo com Epstein (1998), pode ser classificada em:

  • Leve - 351 a 1500 células/mm3 de sangue

  • Moderada - 1500 a 5000 células/mm3 de sangue

  • Intensa - acima de 5000 células/mm3 de sangue.

As causas do aumento de eosinófilos podem ser divididas em diferentes categorias:

1. Doenças alérgicas

  • Asma: A inflamação das vias aéreas em pessoas com asma pode levar ao aumento dos eosinófilos.

  • Rinite alérgica: Reações alérgicas nas vias respiratórias superiores podem resultar em eosinofilia.

  • Dermatite atópica (eczema): Doenças de pele alérgicas, como eczema, frequentemente estão associadas a um aumento dos eosinófilos.

  • Alergia alimentar: Algumas alergias alimentares podem causar um aumento no número de eosinófilos.

2. Infecções parasitárias

  • Helmintíases: Infecções causadas por vermes parasitas (como ascaridíase, tricuríase, ancilostomíase) são causas comuns de eosinofilia.

  • Infecções por protozoários: Algumas infecções por protozoários também podem levar ao aumento de eosinófilos, como na toxoplasmose.

3. Doenças autoimunes e inflamatórias

  • Doença de Churg-Strauss (granulomatose eosinofílica com poliangeíte): Uma doença autoimune rara que envolve inflamação dos vasos sanguíneos e aumento dos eosinófilos.

  • Lúpus eritematoso sistêmico (LES): Algumas formas de lúpus podem resultar em eosinofilia.

4. Cânceres e doenças hematológicas

  • Leucemia eosinofílica: Uma forma rara de leucemia que se caracteriza pelo aumento persistente de eosinófilos.

  • Linfoma: Alguns tipos de linfoma, especialmente linfoma de Hodgkin, podem estar associados ao aumento de eosinófilos.

5. Reações medicamentosas

  • Medicamentos: Certos medicamentos podem desencadear uma reação imunológica que leva ao aumento dos eosinófilos, como antibióticos (por exemplo, penicilina), anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), e medicamentos usados para tratamento de parasitas.

6. Doenças pulmonares e respiratórias

  • Bronquiectasia: Condição pulmonar caracterizada por dilatação permanente das vias respiratórias, que pode causar aumento dos eosinófilos.

  • Pneumonia eosinofílica: Uma forma de pneumonia onde os eosinófilos são predominantes, levando ao aumento de suas quantidades no sangue.

7. Doenças do trato gastrointestinal

  • Gastrite eosinofílica: Inflamação do estômago ou do trato gastrointestinal que pode resultar no aumento de eosinófilos.

  • Esôfago eosinofílico: Doença caracterizada pela inflamação do esôfago e aumento dos eosinófilos devido a reações alérgicas.

8. Outras condições

  • Hipereosinofilia idiopática: Aumento inexplicado dos eosinófilos, sem uma causa identificável, mas que pode levar a danos em diferentes órgãos.

  • Eosinofilia pulmonar tropical: Uma condição associada a eosinofilia, que ocorre frequentemente em áreas tropicais e está relacionada a infecções parasitárias.

A eosinofilia leve por si só não causa sintomas, mas níveis ≥ 1500/mcL podem provocar lesões nos órgãos.

Causas da diminuição de eosinófilos (eosinopenia)

A diminuição nos níveis de eosinófilos (eosinopenia) pode ser causada por diversas razões, como:

1. Estresse fisiológico

  • Estresse agudo, como cirurgia, trauma ou dor intensa.

  • Exercício físico intenso.

  • Infecções bacterianas graves ou sepse.

2. Terapias e medicamentos

  • Corticosteroides (prednisona, dexametasona): Suprimem a produção de eosinófilos ao reduzir a inflamação e as respostas imunológicas.

  • Adrenalina ou epinefrina.

3. Doenças

  • Síndrome de Cushing (excesso de cortisol endógeno).

  • Infecções graves que provocam uma supressão do sistema imunológico.

  • Leucemia ou distúrbios hematológicos que afetam a produção normal de glóbulos brancos.

4. Alterações imunológicas ou nutricionais

  • Deficiência de nutrientes necessários para a produção de células imunológicas.

Nutrientes para manter ou aumentar os eosinófilos

Embora não existam nutrientes específicos para "aumentar" os eosinófilos diretamente, uma dieta equilibrada que apoie o sistema imunológico e a saúde dos glóbulos brancos em geral pode ser útil:

1. Proteínas

  • Fontes: Carnes magras, peixe, ovos, leguminosas, nozes.

  • Importância: Fornecem aminoácidos essenciais necessários para a produção de células imunológicas.

2. Vitamina A

  • Fontes: Cenouras, batatas-doces, espinafre, fígado.

  • Importância: Apoia a maturação e função dos glóbulos brancos.

3. Vitamina C

  • Fontes: Cítricos, morangos, kiwi, pimentões.

  • Importância: Estimula a produção de glóbulos brancos e reduz danos oxidativos.

4. Vitamina E

  • Fontes: Amêndoas, sementes de girassol, abacates.

  • Importância: Melhora a função imunológica ao atuar como antioxidante.

5. Ferro

  • Fontes: Carnes vermelhas, espinafre, lentilhas.

  • Importância: Essencial para a produção de todas as células sanguíneas, incluindo as imunológicas.

6. Zinco

  • Fontes: Ostras, carne de boi, grão-de-bico, nozes.

  • Importância: Essencial para o desenvolvimento e função de linfócitos e outros glóbulos brancos.

7. Ácidos graxos ômega-3

  • Fontes: Peixes gordos (salmão, sardinha), linhaça, nozes.

  • Importância: Modulam a inflamação e favorecem o equilíbrio do sistema imunológico.

8. Probióticos e prebióticos

  • Fontes: Iogurte, kefir, bananas, alho.

  • Importância: Mantêm um microbioma intestinal saudável, o que está relacionado com uma melhor função imunológica.

9. Ácido fólico (Vitamina B9)

  • Fontes: Vegetais de folhas verdes, feijões, laranjas.

  • Importância: Essencial para a formação de novas células sanguíneas.

Recomendações

Se os níveis baixos de eosinófilos persistirem, consulte um médico para avaliar possíveis causas subjacentes, como doenças ou efeitos colaterais de medicamentos. Manter uma dieta equilibrada e rica em nutrientes essenciais contribuirá para a saúde geral do sistema imunológico.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Metabolismo de 1 carbono

O metabolismo de um carbono (1C) compreende uma série de vias metabólicas interligadas que incluem os ciclos de metionina e folato. Estes ciclos são centrais para a função celular, fornecendo unidades 1C (grupos metil ou CH3) para a síntese de DNA, poliaminas, aminoácidos, creatina e fosfolipídios . A S-adenosilmetionina (SAM ou SAMe) é uma potente doadora de aminopropil e metil dentro desses ciclos e serve como o principal substrato para metilação do DNA, proteínas associadas e RNA. Vários genes controlam o metabolismo de 1 carbono, como MTR, MTRR, CBS, MTHFR, dentre outros. A figura abaixo mostra a importância do funcionamento adequado estes ciclo.

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Aprenda genômica nutricional e a modulação de genes do ciclo de 1 carbono aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/