Cobertura vacinal não é homogênea no Brasil

No último final de semana assisti ao X congresso internacional de saúde da criança e do adolescente e em uma das palestras me chamou a atenção as disparidades de acesso à vacinação pelo Brasil. Trabalho apresentado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O Brasil possui um programa nacional de imunizações que contribuiu para a redução da morbimortalidade por doenças transmissíveis, como varíola, tuberculose, difteria, tétano, coqueluche, poliomielite, hepatite, sarampo, caxumba e rubéola. A cobertura vacinal não tem sido perfeita ao longo dos anos nem entre as regiões:

Screen Shot 2020-11-21 at 11.35.40 AM.png

As regiões norte e nordeste são frequentemente as menos cobertas. O fato de sistematicamente estas regiões apresentarem cobertura insatisfatória gera maior vulnerabilidade nas crianças destes estados, principalmente aquelas dos estratos sociais mais pobres.

As vacinas com maior adesão foram BCG e hepatite B, ambas administradas logo após o nascimento.

As vacinas com maior adesão foram BCG e hepatite B, ambas administradas logo após o nascimento.

As disparidades na cobertura vacinal são um alerta para necessidade contínua de educação em saúde. São necessárias medidas como amplificação da oferta, mais campanhas de comunicação de massa, maior orientação por parte dos profissionais de saúde para adesão à puericultura, uso de lembretes aos pais, visitas domiciliares e outras ações de monitoramento e acompanhamento contínuo das crianças.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Dieta cetogênica é opção para a mulher que amamenta?

O aleitamento materno oferece benefícios tanto para a mãe quanto para seu bebê. Para que o aleitamento seja efetivo a mulher precisa de apoio e incentivo da família e dos profissionais de saúde e precisa ser educada no período pré-natal sobre os benefícios da prática.

breastfeeding-by-age.jpg

Vantagens para a mãe:

  • Reduz a incidência de câncer de mama

  • Reduz a incidência de diabetes

  • Protege a mulher contra a osteoporose

  • Aumenta o Vínculo entre a mãe e seu bebê

Vantagens para o bebê:

  • Reduz a incidência de doenças alérgicas, como alergias alimentares e asma

  • Reduz a ocorrência de diarréia

  • Reduz o número de internações hospitalares

  • Reduz a ocorrência de otite média

  • Previne obesidade futura

  • Reduz a ocorrência de infecções respiratórias

Quando a mulher recebe incentivos como intervenções e ajuda da instituição onde ocorreu o parto, visitas domiciliares de qualidade ou apoio do banco de leite ou instituições hospitalares (principalmente na primeira semana pós-parto) o aleitamento é facilitado. Após o quarto mês incentivos do local de trabalho são muito importantes para que a mulher continue amamentando. Além disso, ela precisa sentir-se emocionalmente apta, além de estar em boa saúde.

Após o nascimento do bebê as mulheres desejam voltar ao peso anterior à gravidez e podem querer adotar dietas hipocalóricas ou práticas como a dieta cetogênica. Contudo, esta não é indicada no período de amamentação. Para fabricar leite materno a mulher precisa de calorias, deve consumir uma dieta variada, natural, com frutas, verduras, cereais, leguminosas, fontes de proteína animais ou vegetais. O leite materno contém lactose (um tipo de açúcar), cerca de 30g ao dia. Assim, a dieta da lactante não precisa restringir carboidratos.

O aleitamento materno estimula a produção do hormônio prolactina, que por sua vez estimula a enzima que promove a diminuição do tecido adiposo (gordura). Adicionalmente a própria lactação também promove um gasto de calorias extra. O que a gestante não precisa é de doces e alimentos ultraprocessados. Uma dieta balanceada gera a perda de peso naturalmente, especialmente nos primeiros 3 a 4 meses de aleitamento. Para adaptação de sua dieta marque uma consulta.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

NUTRIEPIGENÉTICA, IGF-1 E SÍNDROME DE DOWN

O atraso no crescimento é uma característica com de pessoas com trissomia do cromossomo 21 (T21). Este atraso é mais pronunciado a partir dos 6 meses de vida, quando o crescimento passa a se tornar regulado pelo hormônio do crescimento (GH). O GH regula a produção de fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGFs), que atuam como hormônios de crescimento.

É comum que crianças com T21 apresentem níveis baixos de IGF1, uma das causas do comprometimento do crescimento. O interessante é que o IGF-1 também tem uma ação importante no cérebro, evitando a morte neuronal e melhorando o nascimento de neurônios e novas sinapses.

Alimentos contendo antocianinas aumenta peptídios no fluido cérebro-espinhal, regulando IGF-1. O IGF-1 circula ligado a uma proteína. As antocianinas possuem afinidade com esta proteína, liberando o IGF-1 para que ligue-se ao seu receptor, melhorando o efeito deste fator de crescimento.

A nutriepigenética é a ciência que estuda a relação entre a nutrição e nossos genes. Em outras palavras, é o impacto que nossas escolhas alimentares têm sobre nossos genes e suas ações no corpo. Cada um de nós tem aproximadamente 37 trilhões de células no corpo, a maioria das quais possui DNA dentro. Os alimentos que ingerimos não alteram nosso código de DNA, mas afetam como os genes que compõem nosso material genético se expressam em nossas células.

O açaí, o mirtilo, o cassis (blackcrurrant), o arroz preto, a casca da jaboticaba, as amoras, a cereja, o maracujá roxo, a berinjela, ameixas, repolho roxo, morango e cebola roxa são exemplos de alimentos que contém antocianinas e regulam a ação do IGF-1. Ótimas opções na T21 (Bonomo et al., 2014; Fan et al., 2018).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/