Dieta cetogênica é opção para a mulher que amamenta?

O aleitamento materno oferece benefícios tanto para a mãe quanto para seu bebê. Para que o aleitamento seja efetivo a mulher precisa de apoio e incentivo da família e dos profissionais de saúde e precisa ser educada no período pré-natal sobre os benefícios da prática.

breastfeeding-by-age.jpg

Vantagens para a mãe:

  • Reduz a incidência de câncer de mama

  • Reduz a incidência de diabetes

  • Protege a mulher contra a osteoporose

  • Aumenta o Vínculo entre a mãe e seu bebê

Vantagens para o bebê:

  • Reduz a incidência de doenças alérgicas, como alergias alimentares e asma

  • Reduz a ocorrência de diarréia

  • Reduz o número de internações hospitalares

  • Reduz a ocorrência de otite média

  • Previne obesidade futura

  • Reduz a ocorrência de infecções respiratórias

Quando a mulher recebe incentivos como intervenções e ajuda da instituição onde ocorreu o parto, visitas domiciliares de qualidade ou apoio do banco de leite ou instituições hospitalares (principalmente na primeira semana pós-parto) o aleitamento é facilitado. Após o quarto mês incentivos do local de trabalho são muito importantes para que a mulher continue amamentando. Além disso, ela precisa sentir-se emocionalmente apta, além de estar em boa saúde.

Após o nascimento do bebê as mulheres desejam voltar ao peso anterior à gravidez e podem querer adotar dietas hipocalóricas ou práticas como a dieta cetogênica. Contudo, esta não é indicada no período de amamentação. Para fabricar leite materno a mulher precisa de calorias, deve consumir uma dieta variada, natural, com frutas, verduras, cereais, leguminosas, fontes de proteína animais ou vegetais. O leite materno contém lactose (um tipo de açúcar), cerca de 30g ao dia. Assim, a dieta da lactante não precisa restringir carboidratos.

O aleitamento materno estimula a produção do hormônio prolactina, que por sua vez estimula a enzima que promove a diminuição do tecido adiposo (gordura). Adicionalmente a própria lactação também promove um gasto de calorias extra. O que a gestante não precisa é de doces e alimentos ultraprocessados. Uma dieta balanceada gera a perda de peso naturalmente, especialmente nos primeiros 3 a 4 meses de aleitamento. Para adaptação de sua dieta marque uma consulta.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

NUTRIEPIGENÉTICA, IGF-1 E SÍNDROME DE DOWN

O atraso no crescimento é uma característica com de pessoas com trissomia do cromossomo 21 (T21). Este atraso é mais pronunciado a partir dos 6 meses de vida, quando o crescimento passa a se tornar regulado pelo hormônio do crescimento (GH). O GH regula a produção de fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGFs), que atuam como hormônios de crescimento.

É comum que crianças com T21 apresentem níveis baixos de IGF1, uma das causas do comprometimento do crescimento. O interessante é que o IGF-1 também tem uma ação importante no cérebro, evitando a morte neuronal e melhorando o nascimento de neurônios e novas sinapses.

Alimentos contendo antocianinas aumenta peptídios no fluido cérebro-espinhal, regulando IGF-1. O IGF-1 circula ligado a uma proteína. As antocianinas possuem afinidade com esta proteína, liberando o IGF-1 para que ligue-se ao seu receptor, melhorando o efeito deste fator de crescimento.

A nutriepigenética é a ciência que estuda a relação entre a nutrição e nossos genes. Em outras palavras, é o impacto que nossas escolhas alimentares têm sobre nossos genes e suas ações no corpo. Cada um de nós tem aproximadamente 37 trilhões de células no corpo, a maioria das quais possui DNA dentro. Os alimentos que ingerimos não alteram nosso código de DNA, mas afetam como os genes que compõem nosso material genético se expressam em nossas células.

O açaí, o mirtilo, o cassis (blackcrurrant), o arroz preto, a casca da jaboticaba, as amoras, a cereja, o maracujá roxo, a berinjela, ameixas, repolho roxo, morango e cebola roxa são exemplos de alimentos que contém antocianinas e regulam a ação do IGF-1. Ótimas opções na T21 (Bonomo et al., 2014; Fan et al., 2018).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Desregulação autoimune em pais de crianças com síndrome de Down?

Esta é uma questão de pesquisa muito interessante e que sugiro para quem deseja entrar no mestrado ou doutorado. Tenho atendido um número cada vez maior de pais de indivíduos com trissomia do cromossomo 21. O interessante é que a frequência de pai ou mãe com doença autoimune é altíssima. Será um ocorrência mais comum do que no restante da população ou mera coincidência? Não encontrei nenhum trabalho neste sentido, mas é um mistério que precisamos desvendar.

Doenças autoimunes mais comuns

  • Hepatite autoimune

  • Polineuropatia dismielinizante

  • Psoríase

  • Miastenia gravis

  • Miocardite autoimune

  • Neutropenia

  • PANDAS (doença neuropsiquiátrica associada com Streptococcus)

  • Retinopatia autoimune

  • Sarcoidose

  • Síndrome de Sjôgren

  • Tireoidite de Hashimoto

  • Vasculite

  • Vitiligo

  • Alopécia areata

  • Anemia hemolítica

  • Artrite reumatóide

  • Colite ulcerativa

  • Diabetes tipo 1

  • Doença de Addison

  • Doença Celíaca

  • Doença de Crohn

  • Doença de Graves

  • Endometriose

  • Esclerose múltipla

  • Fibromialgia

  • Hipotireoidismo

  • Lúpus

Doenças autoimunes não tratadas geram outros e outros problemas de saúde. Por isso, dieta antiinflamatória, tratamento da disbiose, melhoria da função mitocondrial, cuidados com a imunidade, atividade física e estratégias de redução do estresse são fundamentais para a família toda!

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/