Nutrição integrativa como estratégia para prevenção e tratamento dos transtornos alimentares

A alimentação saudável nos dá vitalidade, prazer, saúde, energia. Sabemos disso, nunca foram divulgadas tantas informações sobre nutrição. Mesmo assim, muitas pessoas ainda mantém uma visão reducionista do que é e do que não é saudável, do que podem e do que não podem comer.

Uma pessoa com um comportamento alimentar saudável observa o próprio corpo, respeita suas necessidades mas também entende o porque desejar mais um alimento do que outro. Nossas atitudes em relação à alimentação depende do que aprendemos durante a vida, o que pensamos sobre nós mesmos e sobre a alimentação.

Pessoas que focam apenas na estética podem engajar em dietas malucas que não funcionam, causam frustração, ansiedade e até transtornos alimentares. A alimentação saudável não precisa de muitas regras, pode respeitar as sensações de fome e saciedade, os gostos pessoais, as condições socio-econômicas. É claro que o corpo possui necessidades e dietas monótonas aumentam o risco de carências nutricionais tranzendo sim consequências negativas para a saúde

Por exemplo, comer chocolate não é necessariamente ruim mas comer chocolate o dia inteiro não vai ser nada bom. Ter vontade de lanchar hamburguer de vez em quando não é ruim. O problema é trocar tudo quanto é refeição por hamburguer. Temos que entender de onde vem determinados hábitos, de onde surgem determinadas vontades. Pessoas que não gostam de frutas e verduras, provavelmente tiveram uma dieta muito monótona durante a vida. Podem também estar consumindo muitos alimentos ultraprocessados que deturpam o paladar. Mas hábitos novos podem ser criados, hábitos antigos podem ser trocados, inclusive, por outros mais prazeros ou mais condizentes com os valores, objetivos e estágio atual da vida de cada um.

O que são transtornos alimentares?

Transtornos Alimentares são doenças mentais que influenciam de modo negativo a saúde física e mental. O CID-11 define os transtornos ou desordens alimentares como comportamentos anormais que não apoiam o crescimento, o desenvolvimento e a saúde. Envolvem distúrbios comportamentais, preocupação excessiva com os alimentos, além de preocupações importantes com o peso e a forma do corpo. Bulimia, anorexia, transtorno da compulsão alimentar, Pica, transtorno da regurgitação e ruminação são algumas das questões que exigem acompanhamento multiprofissional.

O tratamento varia de caso a caso. Por exemplo, pacientes mais graves podem precisar de internação para tratamento, enquanto pacientes estáveis podem ser acompanhados fora do ambiente hospitalar. Combina uma série de intervenções e terapias, incluindo acompanhamento nutricional, psicoterápico e psiquiátrico e práticas integrativas e complementares, como yoga, meditação, massagem e acupuntura.

Uma abordagem mais integrativa, que olha o alimentação em toda a sua complexidade, questiona os padrões estéticos impostos, contribui para a compreensão de quem somos e aumenta o bem-estar deve ser a meta pois reduz o risco de transtornos alimentares como compulsão, bulimia, anorexia. Contribui também para menos neuroses com o “corpo perfeito”. O processo de respeitar mais a individualidade estabiliza o peso naturalmente, reduz as distorções geradas pela TV e pelas redes sociais, contribuem para uma cabeça mais saudável.

Sou nutricionista há mais de 20 anos e professora de yoga há mais de 10 anos. Em meu trabalho busco ajudar meus clientes a melhorarem a relação com a comida e com o corpo, minimizando medos, angústias e crenças disfuncionais que geram sofrimento. Durante as consultas vão sendo também definidas metas, com base nos sintomas apresentados como queda de cabelo, falta de energia, manchinhas nas unhas, problemas gástricos, má digestão, funcionamento intestinal irregular etc.

Se você está em uma roda vida, marque uma consultoria. Trabalho junto com uma psicóloga e isso é importante, principalmente se você está punindo seu corpo com dietas malucas que te impedem de viver a vida ao máximo. Iremos discutir com você suas crenças alimentares, suas dúvidas, e ajudaremos para que sinta-se menos anguistado, menos culpado e mais confiante em relação à alimentação. O acompanhamento psicológico contribui ainda para a reconstrução da autoetima e aumento da vitalidade em todas as áreas.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

A nutrição como ciência integrativa

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Há anos venho estudado nutrição, psicologia, meditação, medicina ayurvédica e yoga. Minhas pós-graduação (mestrado, doutorado e pós-doutorado) foram em áreas multidisciplinares pois acredito em uma forma integral de ver o ser humano e sua relação com o mundo.

Mas a nutrição por si só já é integrativa. O alimento está intimamente associado à terra. A comida automaticamente nos integra ao meio natural, ao meio social, à estrutura agrícola e fundiária do país, ao modelo econômico e político.

Ao comermos determinados alimentos estamos escolhendo, mesmo sem saber, o tipo de país onde queremos viver. Um com mais ou menos vegetação, com mais ou menos biodiversidade, com ou sem floresta, com ou sem cogumelos, castanhas, açaí, palmito…

A proposta da nutrição integrativa é também a de cuidar das pessoas em todas as suas dimensões (física, mental-emocional, social e espiritual), resgatando a humanização do comer, gerando novos recursos terapêuticos no atendimento nutricional. O nutricionista atuante na área é um tutor que oportuniza a modificações de hábitos, com base não só nos recursos bioquímicos, genéticos, clínicos e antropométricos de cada um, mas também em valores e crenças. Para tanto, pode apoiar-se em técnicas diversas:

Esta abordagem considera as dimensões corpo, mente, emoções e alma, através da utilização da intuição, meditação, práticas corporais e respiratórias originadas inclusive de práticas ancestrais, como o yoga. O objetivo é apoiar o bem-estar integral, estimular o autoconhecimento,  a autoeducação, a autoestima, a autocura,  a conquista de metas, objetivos e propósitos de vida. 

Vem para refletir novas formas de pensar, incluindo áreas ou filosofias não privilegiadas no ocidente, mas que ao se somarem às teorias e conceitos da nutrição convencional contribuem para o bem-estar, para a longevidade, para a conexão com a natureza. A nutrição integrativa ajuda também a resgatar conhecimentos milenares de diversos povos e culturas admitindo novas interpretações do papel e efeito do alimento na vida do ser humano em todas as suas dimensões.

Se nada disso é novidade, qual seria então a inovação? A inovação é justamente conseguir colocar tudo isso na prática. Em vários dos meus cursos ligo teoria e prática e clicando nas imagens abaixo terá acesso a cupons de desconto exclusivos aqui do site:

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Diagnóstico do autismo por meio de exames de sangue, saliva e urina

Cientistas vêm tentando desenvolver testes simples para o diagnóstico precoce do autismo (antes dos 2 anos de vida). Atualmente o diagnóstico é feito principalmente a partir de medidas comportamentais, mas o processo é subjetivo e demorado, comprometendo o início do tratamento.

Em 2015 um estudo mostrou que crianças autistas possuíam uma quantidade modificada de certas proteínas na saliva (Wetie et al., 2015). Os exames de saliva são promissores pois são indolores, podem ser feitos em casa (evitando o estresse de deslocamento para um laboratório ou hospital), a coleta pode ser feita por familiares. Contudo, todos os biomarcadores deveriam ser produzidos exclusivamente pelo cérebro para que que o diagnóstico fosse mais fidedigno. Isto ainda é um desafio mas pesquisas com marcadores como microRNAs continuam e esperamos que no futuro possam ser utilizados a um custo mais baixo.

Em 2018 foram publicados dois estudos e em 2019 mais um com novas técnicas para a identificação do autismo por meio de exames laboratoriais. O primeiro estudo identificou 22 metabólitos produzidos no ciclo da metionina que estariam alterados em indivíduos com autismo (Howsmon et al., 2018). De acordo com os autores as análises permitem o diagnóstico com 88% de precisão.

O segundo estudo avaliou outro grupo de substâncias (produtos finais de glicação avançada) em amostras de sangue e urina, de crianças entre 5 e 12 anos. Foi observado que as crianças com autismo possuíam concentrações mais altas de N-carboximetil-lisina, N-carboximetilarginina e ditirosina no sangue e maior quantidade de semialdeído glutâmico na urina (Anwar et al., 2018).

Um último artigo científico traz a análise do metabolismo de aminoácidos de cadeia ramificada. A desregulação metabólica também parece estar associada ao aumento dos casos de autismo. De acordo com os autores 17% das crianças com autismo teriam proporções incomuns de aminoácidos e a especificidade do teste seria de 96,3% (Smith et al., 2019).

Apesar dos avanços na área, estes exames ainda não podem ser utilizados como única ferramenta diagnóstica uma vez que os resultados dos estudos só puderam ser obtidos a partir de desenhos estatísticos não aplicáveis na clínica. Tais cálculos dependem muito da composição da amostra. Além disso, os testes parecem mais promissores para crianças com alto risco para o Transtorno do Espectro Autista. A validação dos marcadores biológicos ainda é necessária para que possam ser usados como ferramentas diagnósticas precisas. Mesmo assim, estes estudos abrem novas portas para a pesquisa e novas áreas para o diagnóstico e tratamento mais rápidos e adequados.

Enquanto isso, os passos para o diagnóstico continuam envolvendo a observação atenta da criança, a consulta ou entrevista com especialistas na área. Estes profissionais colherão depoimentos dos pais e pessoas que convivem com a criança, analisarão fotos e vídeos feitos pela família, utilizarâo escalas de avaliação (como a ATA e o M-CHAT), investigarão os antecedentes familiares. O importante é a busca de atendimento o quanto antes.

O profissional responsável pelo diagnóstico utiliza-se também das orientações do CID-11 e do DSM-5. CID (Classificação Internacional de Doenças) é o manual de diagnóstico da Organização Mundial de Saúde (OMS). Inclui todas as doenças e condições médicas reconhecidas oficialmente - incluindo uma seção sobre transtornos mentais e comportamentais. O mesmo encontra-se disponível gratuitamente on-line. O DSM-5 é a sigla inglesa para Diagnostic and Statistic Manual (Manual de Diagnóstico e Estatística). Abrange apenas os transtornos mentais e as desordens neurológicas (como o autismo) e tem sido bastante utilizado em ambiente de pesquisa. Foi elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria.

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Enquanto o DSM-5 fornece critérios diagnósticos (regras estritas usadas para determinar quais comportamentos qualificam clientes para diferentes diagnósticos), o CID-11 fornece apenas diretrizes de diagnóstico, que são um pouco menos rigorosas e permitem mais espaço para o julgamento clínico. Cada manual tenta harmonizar-se com o outro. Assim, para um grande número de diagnósticos, os manuais são bastante semelhantes.

Uma diferença bem divulgada entre o DSM-5 e o CID-10 era que o primeiro não incluía mais o transtorno de Asperger, mas o segundo sim. No CID-11 (aprovado em junho de 2018) esta classificação também desaparece.

Embora o DSM-5 seja considerado a “bíblia diagnóstica” dos transtornos mentais, o uso do CID-11 não é particularmente difícil ou radical. Para os profissionais que buscam outras abordagens diagnósticas indico a leitura do Manual de Diagnóstico Psicodinâmico (PDM-2) e da Taxonomia Hierárquica de Psicopatologia (HiTOP).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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