Por vários motivos tenho pacientes seguindo protocolo cetogênico. Alguns encontraram neste protocolo a melhor forma de livrarem-se do uso de hipoglicemiantes para controle do diabetes tipo 2. Outros possuem epilepsia ou diagnóstico de Alzheimer. Pacientes com doenças autoimunes também beneficiam-se de rodízios com a dieta cetogênica. Contudo, ela não é para todo mundo. Existem pessoas com genética que adapta-se muito bem ao protocolo cetogênico. Outras pessoas são o contrário. Além disso, pode não ser a melhor opção para pacientes com problemas na tireoide.
É certo que pessoas com hipotireoidismo tentam muita coisa para emagrecer e reduzir a resistência ao hormônio insulínica. À primeira vista, a dieta cetogênica seria uma opção. Só que ela (assim como outras estratégias com baixo teor de carboidratos) pode afetar negativamente a função da tireoide, especificamente os hormônios tireoidianos livres, como o T3. Portanto, mesmo que a dieta cetogênica possa ajudar na perda de peso, se isso custar a redução do T3, as consequências negativas podem superar os benefícios potenciais.
Além de seu impacto no T3 livre, a dieta cetogênica também pode causar desequilíbrios nos hormônios sexuais e no cortisol em certas pessoas. Mas essas consequências negativas não ocorrerão em todos os pacientes. Por isso, monitorar com um endocrino e acompanhar a dieta com um nutri é fundamental. Faça exames antes de iniciar a cetogênica e repita após 2 ou 3 meses. Agora, se você se sentir mal com a dieta, se os sintomas do hipotireoidismo ressurgirem, o ideal é adaptar logo, mesmo sem o resultado dos exames.Você tem hipotireoidismo? Já tentou essa dieta? Como foi para você?