A sobrevivência fetal é um grande enigma do ponto de vista imunológico. Como apresenta antígenos de origem paterna, o feto deveria ser reconhecido e rejeitado pelo organismo materno. Um deles é o Complexo principal de histocompatibilidade (MHC, em inglês). Os antígenos MHC de classe II e I, como HLA-A e HLA-B não são expressos nos trofoblastos de origem placentária. Em contraste, outras células embrionárias expressam tais antígenos.
Restos de células trofoblásticas são liberados para o sangue materno e ativam o sistema imunitário da mãe. Subsequentemente, células ativam TREG FOXP3+CD4+CD25 e induzem tolerância a antigénios fetais específicos suprimindo a ativação do sistema imunitário. Assim, ao invés de ser rejeitado o feto é tolerado.
Alguns fatores aumentam a exposição do feto a agentes que podem causar doenças ou infecções. Dependendo do momento de contato com certas substâncias aumenta o risco do bebê sofrer alterações no desenvolvimento do cérebro, o que aumenta o risco de esquizofrenia, autismo, transtorno bipolar e paralisia cerebral.
Infecções podem resultar em deficiências temporárias de macro e micronutrientes, que limitam a disponibilidade fetal de substâncias essenciais necessários para o desenvolvimento e crescimento fetal normais. A infecção materna durante a gravidez também pode modificar a composição microbiana da placenta, o que pode alterar o desenvolvimento do microbioma da prole e assim predispor o organismo em desenvolvimento a disbiose e outras anormalidades associadas ao microbioma (Labouesse et al., 2015)
O acompanhamento pré-natal é fundamental e reduz o risco para mãe e bebê. O acompanhamento nutricional também melhora o estado nutricional de gestantes e crianças, evita a disbiose e promove bom crescimento e desenvolvimento neuromotor.