Bebês que recebem antibióticos ou antiácidos na infância podem apresentar risco aumentado de alergias na infância. Em uma pesquisa foram acompanhados 792.130 bebês cobertos por um programa de seguro saúde. Destes, 131.708 receberam antibióticos, 60.209 receberam antagonistas do receptor de histamina-2 e 13.687 receberam inibidores da bomba de prótons para tratamento de refluxo gastroesofágico (Mitre et al., 2018). As crianças foram acompanhadas, em média, por 4,5 anos. Aquelas que utilizaram medicação anti-refluxo tiveram duas vezes mais chances de ter uma alergia alimentar do que aqueles que não receberam. O risco foi especialmente alto para alergia ao leite de vaca. Aqueles que receberam antibióticos tinham um risco 14% maior de alergia alimentar, um risco 51% maior de anafilaxia (um tipo de reação alérgica potencialmente fatal) e mais do que o dobro do risco de asma.
Os autores sugerem que tanto os antiácidos quanto os antibióticos afetam as bactérias intestinais normais e que isso pode explicar a associação. Bebês não devem usar medicações desnecessariamente. Existem formas mais adequadas e naturais de combate aos problemas. Estudos mostram, por exemplo, de que a suplementação de lactobacillus reuteri e a exclusão do leite de vaca da alimentação dos bebês são excelentes estratégias nesta fase da vida.