No exame de sangue comum (hemograma) observam-se valores como hemácias, hematócrito, RDW, VCM, HCM. Hoje ou falar do CHCM, sigla para Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média. No hemograma, os valores de CHCM servem para verificar a quantidade de hemoglobina presente nas hemácias, também conhecidas como eritrócitos ou glóbulos vermelhos.
A hemoglobina é uma proteína que se liga ao oxigênio, permitindo aos eritrócitos executar a sua função de transportar o oxigênio dos pulmões para os tecidos do corpo. Quando o valor de CHCM está alto, as células vermelhas ficam mais escuras. Os valores de referência de CHCM variam pouco, ficando entre 30 e 33 pg. Valores muito altos (acima de 36) são indicativos da esferocitose hereditária.
A esferocitose hereditária (icterícia familiar crônica; icterícia hemolítica congênita; esferocitose familiar; anemia esferocítica) é uma doença autossômica dominante com penetrância variável de genes. Cerca de 25% dos casos são esporádicos. Caracteriza-se por hemólise dos eritrócitos esferoidais e anemia leve, que geralmente aparece em casos de virose. Além do CHCM pode ser feito o teste de fragilidade eritrocitária, teste de auto-hemólise eritrocitária e teste direto de antiglobulina (Coombs). A suspeita é maior quando há esplenomegalia (aumento do baço), história familiar e CHCM muito alto. A remoção do baço (esplenectomia) raramente é necessária. Neste caso, embora a esferocitose persista após a esplenectomia, as células sobrevivem mais tempo na circulação. Normalmente, os sintomas são resolvidos e anemia e reticulose diminuem. No entanto, a fragilidade dos eritrócitos permanece alta e uma dieta antioxidante e antiinflamatória é super importante.
Doença falciforme e hemoglobinopatias podem também aumentar o CHCM. Se necessário, procure um hematologista.