Nutrição no autismo

A nutrição no autismo (Transtorno do Espectro Autista – TEA) é um aspecto essencial do cuidado integrado, pois pessoas com autismo frequentemente apresentam desafios alimentares e necessidades nutricionais específicas que impactam diretamente sua saúde física, comportamento e qualidade de vida.

Por que a nutrição é tão importante no autismo?

  1. Seletividade alimentar: Muitas crianças e adultos autistas têm hipersensibilidade sensorial, levando a rejeição de texturas, cores, cheiros e sabores, resultando em dietas muito restritas.

  2. Problemas gastrointestinais (GI): Prisão de ventre, diarreia, refluxo, distensão abdominal são comuns — e podem agravar comportamentos irritáveis e de autoagressão.

  3. Deficiências nutricionais: A dieta restrita e os problemas GI podem levar a deficiências de ferro, zinco, vitamina D, B12, ômega-3, entre outros.

  4. Conexão intestino-cérebro: O intestino influencia diretamente o cérebro via o eixo intestino-cérebro. Desequilíbrios na microbiota podem afetar humor, sono, foco e comportamento.

Principais alterações alimentares no autismo

Nutrientes que merecem atenção no TEA

Alimentos que podem agravar sintomas (em alguns casos)

  • Glúten (trigo, centeio, cevada): Em alguns autistas, pode gerar inflamação intestinal e comportamental. Estudos são mistos, mas há relatos de melhora com a exclusão.

  • Caseína (leite de vaca): Pode formar peptídeos tipo opiáceos (casomorfinas) em certos indivíduos sensíveis. Remoção da caseína pode melhorar sono, foco e comunicação em alguns.

  • Aditivos, corantes e conservantes: Alguns estudos sugerem que podem aumentar agitação, impulsividade e irritabilidade.

  • Açúcar em excesso e ultraprocessados: Afetam o humor, causam picos de glicose e pioram inflamação.

Estratégias práticas de nutrição no autismo

  1. Acompanhamento nutricional individualizado

  2. Introdução alimentar gradual e sensorial

    • Estratégias de “dessensibilização” para novas texturas e cores

    • Uso de terapias integradas (fonoaudiologia + TO + nutrição)

  3. Uso dos suplementos quando necessário

    • Sempre com orientação profissional, com o objetivo de corrigir carências ou tratar disbiose

    • Exemplos: ômega-3, probióticos, vitaminas D e B12

  4. Ambiente alimentar estruturado

    • Horários fixos, baixa estimulação visual/auditiva, utensílios adequados

    • Reforço positivo (sem pressões excessivas)

Para aprender mais

Curso online: Nutrição no TEA

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/