A nutrição no autismo (Transtorno do Espectro Autista – TEA) é um aspecto essencial do cuidado integrado, pois pessoas com autismo frequentemente apresentam desafios alimentares e necessidades nutricionais específicas que impactam diretamente sua saúde física, comportamento e qualidade de vida.
Por que a nutrição é tão importante no autismo?
Seletividade alimentar: Muitas crianças e adultos autistas têm hipersensibilidade sensorial, levando a rejeição de texturas, cores, cheiros e sabores, resultando em dietas muito restritas.
Problemas gastrointestinais (GI): Prisão de ventre, diarreia, refluxo, distensão abdominal são comuns — e podem agravar comportamentos irritáveis e de autoagressão.
Deficiências nutricionais: A dieta restrita e os problemas GI podem levar a deficiências de ferro, zinco, vitamina D, B12, ômega-3, entre outros.
Conexão intestino-cérebro: O intestino influencia diretamente o cérebro via o eixo intestino-cérebro. Desequilíbrios na microbiota podem afetar humor, sono, foco e comportamento.
Principais alterações alimentares no autismo
Nutrientes que merecem atenção no TEA
Alimentos que podem agravar sintomas (em alguns casos)
Glúten (trigo, centeio, cevada): Em alguns autistas, pode gerar inflamação intestinal e comportamental. Estudos são mistos, mas há relatos de melhora com a exclusão.
Caseína (leite de vaca): Pode formar peptídeos tipo opiáceos (casomorfinas) em certos indivíduos sensíveis. Remoção da caseína pode melhorar sono, foco e comunicação em alguns.
Aditivos, corantes e conservantes: Alguns estudos sugerem que podem aumentar agitação, impulsividade e irritabilidade.
Açúcar em excesso e ultraprocessados: Afetam o humor, causam picos de glicose e pioram inflamação.
Estratégias práticas de nutrição no autismo
Acompanhamento nutricional individualizado
Avaliação de exames laboratoriais
Monitoramento da ingestão real e comportamentos alimentares
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Introdução alimentar gradual e sensorial
Estratégias de “dessensibilização” para novas texturas e cores
Uso de terapias integradas (fonoaudiologia + TO + nutrição)
Uso dos suplementos quando necessário
Sempre com orientação profissional, com o objetivo de corrigir carências ou tratar disbiose
Exemplos: ômega-3, probióticos, vitaminas D e B12
Ambiente alimentar estruturado
Horários fixos, baixa estimulação visual/auditiva, utensílios adequados
Reforço positivo (sem pressões excessivas)