Compostos bioativos de origem vegetal (fitoquímicos) podem modular a expressão gênica em organismos, incluindo humanos. Esses compostos, presentes em frutas, verduras, grãos, ervas e especiarias, têm sido associados a diversos efeitos benéficos à saúde, como ação antioxidante, anti-inflamatória, anticancerígena e neuroprotetora.
O que são fitoquímicos?
Fitoquímicos são substâncias naturais encontradas em plantas que, embora não sejam nutrientes essenciais, exercem efeitos biológicos significativos. Alguns exemplos incluem:
Polifenóis (ex: resveratrol, quercetina, epigalocatequina)
Carotenoides (ex: licopeno, betacaroteno)
Alcaloides (ex: cafeína, capsaicina)
Glucosinolatos (ex: sulforafano)
Terpenos (ex: limoneno, curcumina)
Como fitoquímicos regulam a expressão gênica?
Fitoquímicos podem modular a expressão de genes através de diferentes mecanismos:
1. Modulação de fatores de transcrição
Eles podem ativar ou inibir fatores de transcrição, como:
NF-κB: envolvido em inflamação. Inibido por curcumina, resveratrol.
Nrf2: regula genes antioxidantes. Ativado por sulforafano e catequinas.
PPARs: reguladores do metabolismo lipídico. Ativados por ácido linoleico conjugado (CLA) e flavonoides.
2. Modificações epigenéticas
Alguns fitoquímicos afetam a epigenética, ou seja, modificações que controlam a expressão gênica sem alterar o DNA:
Metilação do DNA: ex: genisteína (soja) pode inibir enzimas de metilação (DNMTs)
Acetilação de histonas: ex: butirato (um ácido graxo de cadeia curta derivado da fibra alimentar) pode inibir HDACs
MicroRNAs: fitoquímicos podem alterar o perfil de microRNAs, modulando indiretamente a expressão gênica.
3. Sinalização celular
Ao interferirem em vias de sinalização como MAPK, PI3K/Akt, JAK/STAT, os fitoquímicos influenciam indiretamente a expressão de genes ligados à proliferação celular, apoptose e resposta ao estresse.
Exemplos de fitoquímicos e seus efeitos na expressão gênica:
Aplicações práticas e pesquisas
Prevenção de doenças crônicas: câncer, doenças cardiovasculares, neurodegenerativas.
Terapias adjuvantes: estudos avaliam fitoquímicos como coadjuvantes em terapias convencionais.
Nutrição personalizada: base para nutrigenômica e nutrigenética.