Metabolismo da glicose no TDAH

Pesquisas emergentes revelam uma relação complexa entre a dinâmica da glicose cerebral e a manifestação do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). A dependência do cérebro da glicose como sua principal fonte de energia interage com a regulação de neurotransmissores, déficits de energia cortical e desequilíbrios neuroquímicos observados no TDAH.

As principais descobertas indicam que interrupções no metabolismo da glicose prejudicam a sinalização de dopamina e norepinefrina, comprometem o fornecimento de energia mediado por astrócitos aos neurônios e exacerbam os sintomas centrais de desatenção e impulsividade. Estudos de neuroimagem e bioquímicos demonstram utilização reduzida de glicose em cérebros com TDAH, particularmente em regiões que controlam a função executiva e a regulação emocional (Todd, & Botteron, 2001).

Essas irregularidades metabólicas podem ser decorrentes de resistência à insulina, disfunção dos astrócitos ou fatores genéticos que afetam o transporte de glicose. Estratégias terapêuticas que visam a disponibilidade estável de glicose — como modificações dietéticas, insulina intranasal e agonistas de GLP-1 — mostram-se promissoras na mitigação dos sintomas de TDAH, restaurando o equilíbrio neuroquímico e otimizando a distribuição de energia em circuitos neurais críticos.

Principais Conclusões de estudos recentes

  • Redução do Metabolismo de Glicose: Estudos de neuroimagem e bioquímicos mostram que indivíduos com TDAH apresentam menor utilização de glicose em áreas cerebrais responsáveis por funções executivas e regulação emocional, como o córtex pré-frontal.

  • Impacto nos Neurotransmissores: A diminuição no metabolismo da glicose compromete a sinalização de dopamina e norepinefrina, neurotransmissores essenciais para atenção e controle de impulsos.

  • Papel dos Astrócitos: Os astrócitos, células gliais que fornecem energia aos neurônios, podem ter sua função prejudicada em casos de TDAH, afetando a disponibilidade de energia para a atividade neuronal (Nagai et al., 2019).

Implicações Terapêuticas

  • Estabilização da Glicose Cerebral: Intervenções que visam estabilizar os níveis de glicose no cérebro, como modificações na dieta e uso de agonistas do GLP-1 deveriam ser investigadas no TDAH (Gejl et al., 2013, Li et al., 2024).

  • Insulina Intranasal: Uma hipótese é de que a administração de insulina por via intranasal e outros medicamentos que melhoram a sensibilidade à insulina poderia melhorar a função executiva e a atenção em indivíduos com TDAH, possivelmente ao otimizar o metabolismo da glicose cerebral (Meyer, 2024).

Aprenda mais sobre o tema no curso Nutrição e TDAH

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/