A suicidalidade refere-se ao espectro de pensamentos e comportamentos relacionados ao suicídio, incluindo desde pensamentos suicidas até tentativas e o ato em si. O diagrama abaixo apresenta um modelo explicativo da suicidalidade, destacando os diferentes níveis de comportamento autolesivo e suicida.
1. Pensamentos Suicidas
Podem ser passivos (desejo de não estar vivo, mas sem um plano) ou ativos (ideação suicida com intenção e planejamento).
Esses pensamentos podem evoluir para comportamentos suicidas encobertos, como exposição a riscos ou falar sobre a própria morte de maneira indireta.
2. Autolesão Deliberada
Inclui qualquer tipo de autolesão intencional, que pode ou não ter uma intenção suicida.
Pode ser uma forma de lidar com sofrimento emocional sem necessariamente ter intenção de morrer.
3. Caminhos da Autolesão Deliberada
A partir da autolesão, podem surgir diferentes desfechos:
Autolesão sem intenção suicida → Pode estar ligada à regulação emocional, mas pode evoluir para um risco maior de suicídio.
Tentativa de suicídio → Quando há intenção de acabar com a própria vida, podendo ser:
De fato (resulta em danos sérios ou morte)
Abortada (a pessoa interrompe antes de concluir)
Interrompida (alguém ou algo impede a conclusão)
4. Espectro de Suicidalidade
O diagrama também menciona o "espectro", que inclui casos como overdoses ou suicídio assistido, indicando que a suicidalidade pode se manifestar de diferentes maneiras.
5. Resultado Final: Suicídio
Se os pensamentos e comportamentos suicidas não forem identificados e tratados, podem resultar no suicídio propriamente dito.
Esse modelo ajuda a entender que a suicidalidade é um processo que pode começar com pensamentos sutis e evoluir para tentativas. A intervenção precoce em qualquer etapa pode salvar vidas. Se você ou alguém que conhece está passando por isso, buscar ajuda profissional é essencial.
Por que a taxa de suicídio é tão alta na Groelândia?
A Groelândia tem uma das taxas de suicídio mais altas do mundo, e isso se deve a uma combinação de fatores históricos, sociais, culturais e ambientais. Possíveis causas serão discutidas abaixo.
Dados de 2023
1. História de Colonização e Mudança Cultural
A Groelândia passou por mudanças rápidas e drásticas desde que foi colonizada pela Dinamarca. A modernização forçada e a perda de tradições inuítes causaram um choque cultural profundo. Muitos jovens cresceram sem uma identidade cultural bem definida, o que gerou crises emocionais e sociais.
2. Isolamento e Condições Extremas
O clima frio e a escuridão prolongada no inverno podem afetar a saúde mental, contribuindo para depressão e outros transtornos. Além disso, muitas comunidades são extremamente isoladas, tornando difícil o acesso a apoio psicológico ou redes de suporte.
3. Abuso de Álcool e Problemas Sociais
O abuso de álcool é um problema sério na Groelândia e está frequentemente ligado a casos de violência doméstica, depressão e suicídio. Isso cria um ciclo de sofrimento que afeta especialmente os jovens.
4. Altas Taxas de Suicídio Entre Jovens
A maioria dos suicídios ocorre entre adolescentes e jovens adultos (15 a 29 anos). Muitas vezes, esses suicídios são impulsivos e estão relacionados a problemas familiares, abuso ou falta de perspectivas para o futuro.
5. Tabu e Falta de Apoio Psicológico
Embora o suicídio seja um problema conhecido, ainda há estigma em buscar ajuda psicológica. Além disso, os serviços de saúde mental são limitados, especialmente em áreas remotas.
Tentativas de Solução
O governo da Groelândia e a Dinamarca vêm implementando programas de prevenção, incluindo campanhas de conscientização, linhas de apoio e maior acesso a serviços de saúde mental. No entanto, mudar esse cenário leva tempo e exige um esforço contínuo.
A situação é complexa e reflete não apenas questões individuais, mas também problemas estruturais de longa data.
Aumento da taxa de suicídio no Brasil
O suicídio é uma questão de saúde pública no Brasil, apresentando um aumento significativo nos últimos anos. Entre 2010 e 2019, houve um crescimento de 43% nos casos de suicídio, passando de 9.454 para 13.523 ocorrências anuais.
Em 2019, a taxa de suicídios no país foi de 6,4 por 100 mil habitantes. O problema é maior entre idosos. Contudo, a taxa de crescimento é ainda mais alarmante entre adolescentes e jovens:
Adolescentes (10 a 19 anos): Houve um aumento de 81% na taxa de suicídio, passando de 3,5 para 6,4 por 100 mil adolescentes entre 2010 e 2019.
Jovens (15 a 29 anos): O suicídio é a quarta causa de morte nessa faixa etária.
Distribuição Geográfica
As taxas de suicídio variam entre as unidades federativas:
Rio Grande do Sul: Apresenta a maior taxa, com 10,2 suicídios por 100 mil habitantes.
Mato Grosso do Sul: Taxa de 8,66 por 100 mil habitantes.
Santa Catarina: Taxa de 8,58 por 100 mil habitantes.
Esses dados destacam a necessidade de políticas públicas eficazes e campanhas de conscientização, como o Setembro Amarelo, para prevenir o suicídio e promover a saúde mental no país. Uma importante discussão é o contato com agrotóxicos e o aumento das taxas de suicídio, especialmente nas populações rurais (Faria et al., 2014). Enquanto o mundo está arroxando cada vez mais o cerco aos agrotóxicos, no Brasil novos agrotóxicos são liberados todos os anos.