A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é um distúrbio funcional do intestino que afeta o funcionamento do trato digestivo, causando sintomas como dor abdominal, inchaço, gases e alterações no hábito intestinal. Mulheres têm 1,8 a 2,1 vezes mais chances de desenvolver SII do que homens, além de experienciarem sintomas mais severos (JohnBritto et al., 2024). A SII é classificado em três principais tipos, de acordo com o padrão das fezes:
SII-C (Síndrome do Intestino Irritável com Constipação predominante)
Fezes duras ou fragmentadas em mais de 25% das evacuações.
Fezes moles ou líquidas em menos de 25% das evacuações.
Sensação de evacuação incompleta, inchaço abdominal e dor.
Objetivo: Melhorar o trânsito intestinal e reduzir a dor abdominal.
Mudanças no estilo de vida e alimentação:
✅ Dar preferência a alimentos laxativos e aumentar a ingestão de fibras solúveis (aveia, frutas, sementes de chia).
✅ Beber bastante água para ajudar no trânsito intestinal.
✅ Praticar exercícios físicos regularmente.
Tratamentos específicos:
💊 Laxantes osmóticos (como polietilenoglicol ou lactulose) – ajudam a amolecer as fezes.
💊 Agentes procinéticos (como prucaloprida) – estimulam o movimento intestinal.
💊 Medicamentos para dor (como antiespasmódicos ou antidepressivos tricíclicos em baixas doses).
💊 Probióticos – podem ajudar na regulação da microbiota intestinal.
💊 Suplementos de fibras – ajudam a aumentar volume e melhorar a consistência das fezes.
SII-D (Síndrome do Intestino Irritável com Diarreia predominante)
Fezes moles ou líquidas em mais de 25% das evacuações.
Fezes duras ou fragmentadas em menos de 25% das evacuações.
Urgência para evacuar, aumento da frequência intestinal e cólicas.
Objetivo: Reduzir a frequência das evacuações e aliviar o desconforto abdominal.
Mudanças no estilo de vida e alimentação:
✅ Evitar alimentos irritantes (cafeína, álcool, comidas gordurosas, adoçantes artificiais).
✅ Reduzir lactose e glúten, caso agravem os sintomas.
✅ Comer refeições menores e mais frequentes.
✅ Dar preferência a alimentos constipantes.
Tratamentos específicos:
💊 Antidiarreicos (como loperamida) – reduzem a frequência das evacuações.
💊 Rifaximina – antibiótico para casos em que há supercrescimento bacteriano.
💊 Colestiramina – útil para quem tem diarreia por má absorção de ácidos biliares.
💊 Antidepressivos tricíclicos (como amitriptilina) – podem reduzir a dor abdominal e a hipersensibilidade do intestino.
SII-M (Síndrome do Intestino Irritável Misto ou Alternante)
Alternância entre episódios de constipação e diarreia.
Sintomas variáveis, dificultando o controle e tratamento.
Objetivo: Equilibrar o funcionamento intestinal.
Mudanças no estilo de vida e alimentação:
✅ Ajustar a dieta conforme a fase (mais fibras solúveis na constipação, evitar irritantes na diarreia).
✅ Manter um diário alimentar para identificar gatilhos.
✅ Técnicas de gerenciamento do estresse (meditação, ioga, terapia).
Tratamentos específicos:
💊 Probióticos – ajudam a equilibrar a flora intestinal.
💊 Antiespasmódicos – para alívio das dores e cólicas.
💊 Antidepressivos – em baixas doses, regulam a sensibilidade do intestino.
💊 Medicamentos específicos para evacuação ou controle da diarreia, conforme necessário.
Além desses, há um quarto grupo chamado SII não classificado (SII-U), usado quando os sintomas não se encaixam nos padrões acima.
Outras abordagens úteis para todos os tipos:
✔️ Dieta FODMAP – reduzir certos carboidratos fermentáveis pode melhorar os sintomas.
✔️ Psicoterapia – tratar ansiedade e estresse pode ajudar no controle da SII.
✔️ Fitoterápicos – óleo de hortelã-pimenta pode reduzir cólicas e desconforto.
✔️ Tratamento da disbiose intestinal - aprenda mais aqui.
Por que ansiolíticos e antidepressivos podem ser necessários?
A síndrome do intestino irritável é uma disfunção do eixo intestino-cérebro. Estima-se que sintomas ansiosos atinjam 39,1% das pessoas com SII e sintomas depressivos 28,8%. Indíviduos com SII têm 3 vezes mais chances de desenvolver sintomas depressivos e ansiosos quando comparados à indivíduos saudáveis (Zamani, Alizadeh-Tabari, & Zamani, 2019). Por isso, a medicação e/ou a psicoterapia e outras técnicas psicossomáticas são frequentemente recomendadas (Sasaki, Sutoh, & Abe, 1992). Se estiver sem psicólogo, procure a Julia Maciel para te ajudar a lidar com a parte emocional.
Uma dieta com alta densidade nutricional, rica em frutas e verduras, in natura, com alto consumo de gorduras mono e poliinsaturadas, correção de carências nutricionais faz parte do tratamento intestino-cérebro. A depender dos sintomas podem ser necessárias também enzimas digestivas, cAprenda mais em https://t21.video ou marque sua consulta de nutrição aqui.