Neurometabolômica é o estudo de metabólitos no cérebro e no sistema nervoso, usando técnicas como espectrometria de massa (MS) e espectroscopia de ressonância magnética nuclear (RMN) para analisar alterações bioquímicas. É usada em pesquisas de doenças neurológicas, diagnósticos e monitoramento terapêutico.
Testes comuns em neurometabolômica
Espectroscopia de ressonância magnética (MRS)
Mede metabólitos cerebrais in vivo (por exemplo, N-acetilaspartato, creatina, colina, lactato). Usado para diagnosticar condições como gliomas, esclerose múltipla e distúrbios mitocondriais.
Cromatografia líquida-espectrometria de massa (LC-MS)
Detecta uma ampla gama de metabólitos no líquido cefalorraquidiano (LCR), plasma ou tecido cerebral. Identifica assinaturas metabólicas de doenças como Alzheimer ou Parkinson.
Cromatografia gasosa-espectrometria de massa (GC-MS)
Analisa metabólitos voláteis e de baixo peso molecular (por exemplo, ácidos orgânicos em distúrbios metabólicos). Rastreia marcadores metabólicos específicos em doenças neurometabólicas (por exemplo, distúrbios de aminoácidos, deficiências de neurotransmissores).
Interpretação do teste urinário neurometabolômico
Os testes neurometabolômicos urinários analisam metabólitos relacionados à função cerebral, metabolismo de neurotransmissores e distúrbios neurológicos. Esses testes são comumente usados para rastrear erros inatos do metabolismo (IEM), disfunção mitocondrial e condições neuropsiquiátricas.
Aplicações Clínicas da Neurometabolômica Urinária
Diagnóstico Precoce de Distúrbios Neurometabólicos (por exemplo, acidemias orgânicas, deficiências de neurotransmissores).
Monitoramento da Progressão da Doença em distúrbios mitocondriais e neurodegenerativos.
Avaliação da Resposta à Terapia, como suplementação de precursores de neurotransmissores.
Principais metabólitos estudados:
1. Ácidos orgânicos (via GC-MS):
Homovalínico (HVA) Alto - interpretação:
Possível indicativo de aumento da atividade dopaminérgica.
Pode ser observado em:
Neuroblastomas (tumores originados em células do sistema nervoso).
Doença de Parkinson (aumento na liberação de dopamina).
Distúrbios psiquiátricos, como psicose ou esquizofrenia.
Objetivos nutricionais: controle da inflamação, uso de antioxidantes (vitamina C, E, selênio) para combater o estresse oxidativo. Alimentos como frutas vermelhas, nozes, sementes e vegetais de folhas verde escuras. Ácidos graxos ômega-3 para reduzir inflamação e promover saúde cerebral. Ajustar complexo B para a produção de neurotransmissores. Aprenda mais em https://t21.video
Homovanílico (HVA) Baixo
Possível indicativo de diminuição da atividade dopaminérgica.
Pode ser encontrado em:
Doenças neurodegenerativas (como Parkinson e Alzheimer).
Transtornos psiquiátricos, como depressão ou esquizofrenia. Também pode estar associado ao TDAH, apatia, declínio cognitivo.
Objetivos nutricionais: aumentar a disponibilidade de precursores de dopamina. Garantir bons níveis de tirosina, antioxidantes, ômega-3. Uso de adaptógenos (ashwagandha, rhodiola), magnésio, ômega-3, vitamina B2 , tirosina, precursores de L-DOPA, ferro, folato, vitamina B6.
Ácido Vanilmandélico (VMA) Alto
Possível indicativo de aumento das catecolaminas, geralmente relacionado a tumores que produzem catecolaminas em excesso.
Comumente elevado em:
Feocromocitoma (tumor das glândulas suprarrenais que libera catecolaminas).
Neuroblastoma (tumor neuroendócrino que também pode liberar catecolaminas).
Hiperatividade do sistema nervoso simpático, como em situações de estresse extremo.
Estratégias: redução do estresse, alimentos antiinflamatórios (cúrcuma, gengibre, alho), alimentos ricos em magnésio (efeito relaxante), comjo amêndoas, espinafre, abacate e semente de abóbora. Vitaminas antioxidantes para neutralizar o estresse oxidativo induzido pelo excesso de catecolaminas.
VMA Baixo
Possível indicativo de baixa produção de catecolaminas.
Pode ser observado em:
Diminuição da atividade do sistema simpático.
Insuficiência adrenal ou em condições de baixa atividade das glândulas suprarrenais.
↑ Lactato e Piruvato → Disfunção mitocondrial (por exemplo, síndrome de Leigh) e estresse oxidativo
Observada em fadiga crônica, confusão mental, depressão
Suporte nutricional: CoQ10, ácido alfa-lipóico, vitaminas B (B1, B2, B3, B5), magnésio
↑ Ácido beta-hidroxiisovalérico: o exame abaixo está normal. Pode estar aumentado em casos de cetoacidose, jejum ou dieta cetogênica. Também pode aumentar nos distúrbios do metabolismo da leucina.
Níveis baixos são mais comum em deficiência de aminoácidos essenciais ou déficit energético geral. Suplementar aminoácidos de cadeia ramificada ou aumentar na dieta carnes, ovos, laticínios e leguminosas.
↑ 8-hidroxi-2'-desoxiguanosina (8-OHdG) → Marcador de dano ao DNA que resulta da oxidação da base guanina. Pode ocorrer devido a inflamação crônica, radiação, poluição, tabagismo, dieta inadequada, envelhecimento mais acelerado. Níveis persistentemente aumentados associam-se a maior risco de câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. Aumentar a ingestão de antioxidantes (vitamina C, E, glutationa, polifenóis) e reduzir inflamação torna-se fundamental. Níveis normais ou baixos (como no exame abaixo) indicam baixo estresse oxidativo e boa saúde celular.
2. Metabólitos neurotransmissores
Ácido 5-hidroxiindolacético (5-HIAA): principal metabólito da serotonina e sua concentração na urina ou no sangue pode fornecer informações sobre o metabolismo da serotonina no organismo.
→ Aumento de 5-HIAA: levado em tumores neuroendócrinos secretores de serotonina (por exemplo, síndrome carcinoide), em dietas ricas em serotonina e uso de medicamentos como inibidores de recaptação de serotonina, metoclopramida ou suplementos como L-triptofano.
↓ de Ácido 5-Hidroxiindolacético (5-HIAA) → Indica baixo metabolismo de serotonina ou uso de inibidores de monoamina oxidase (MAO). Associado à depressão, ansiedade, distúrbios do sono. Pode indicar deficiência de cofatores enzimáticos como B2, B6, ferro, magnésio.
Suporte nutricional: Otimizar ingestão de triptofano (peru, ovos, queijos, amêndoa, sementes de abóbora), suplementar cofatores, tratar disbiose para otimizar absorção intestinal.
↑ Fenilpiruvato e Fenilacetato: Os ácidos fenilpirúvico e fenilacético são metabólitos derivados da fenilalanina, um aminoácido essencial. Alterações nesses compostos no exame metabolômico podem indicar desbalanços no metabolismo da fenilalanina e sua conversão para tirosina.
→ Aumento indica Fenilcetonúria (PKU), doença causada pela deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase (PAH), levando acúmulo de fenilalanina e seus metabólitos (fenilpiruvato, fenilacetato, fenilactato). Também pode indicar deficiência de cofatores como tetraidrobiopterina (BH4), ferro e vitamina C ou disfunção hepática.
→ Diminuição indica deficiência de fenilalanina, aumento do metabolismo de fenilalanina para tirosina. Adequar proteína na dieta.
3. Metabolismo de purina e pirimidina
↑ Ácido úrico
→ Síndrome de Lesch-Nyhan (distúrbio do metabolismo da purina).
↓ Ácido Úrico
→ Xantinúria (deficiência de xantina oxidase).
4. Marcadores Específicos de Doenças
↑ Ácido Metilmalônico (MMA)
→ Acidemia Metilmalônica (distúrbio do metabolismo da B12).
↑ Ácido Orótico
→ Distúrbios do ciclo da ureia (por exemplo, deficiência de ornitina transcarbamilase).
↑ Ácido Glutárico
→ Acidemia Glutárica tipo I (distúrbio do metabolismo da lisina).
5. Metabólitos do intestino-cérebro (influência do microbioma)
↑ D-lactato → Disbiose, saúde intestinal precária
Associada à confusão mental, ansiedade, instabilidade de humor
Suporte nutricional: probióticos, prebióticos, fibras
↑ Indican e Skatol → Fermentação de proteínas, disbiose intestinal
Observada em neuroinflamação, comprometimento cognitivo
Suporte nutricional: enzimas digestivas, fibras, alimentos fermentados
6. Aminoácido Metabolismo
↑ Proporção de ácido quinolínico (QA) / ↓ Ácido quinurênico (KA). Ácido quinolínico aumentado é um marcador de neuroinflamação.
Desequilíbrio leva à neurotoxicidade, depressão, ansiedade
Suporte nutricional: niacina (B3), curcumina, EPA/DHA
↓ N-acetilaspartato (NAA) → Disfunção neuronal
Observado em declínio cognitivo, esquizofrenia
Suporte nutricional: acetil-L-carnitina, colina, ômega-3
Aplicações clínicas em psiquiatria e neurologia nutricional
Planos de nutrição personalizados com base em desequilíbrios metabólicos
Suplementação direcionada para suporte de neurotransmissores
Otimização do eixo intestino-cérebro por meio de dieta e probióticos
Redução da neuroinflamação com antioxidantes e polifenóis
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