A produção de dopamina depende de precursores. Os aminoácidos penilalanina e tirosina, obtidos da dieta, são convertidos em L-dopa e depois em dopamina, com a participação de uma série de co-fatores. Pacientes com Parkinson possuem diminuição de dopamina, o que gera sintomas como tremores. Infelizmente, a dopamina não pode ser administrada diretamente pois não atravessa a barreira hematoecefálica. Assim, medicamentos como levodopa (L-Dopa) são utilizados.
A levodopa entra no sistema nervoso central (SNC) e ali pode ser convertida em dopamina pela enzima dopa descarboxilase, aliviando os sintomas motores do Parkinson. No entanto, grande parte da levodopa pode transformada em dopamina antes de atingir o cérebro. Isto pode gerar efeitos colaterais, como náuseas, vômitos e queda da pressão arterial. Além disso, sem chegar ao cérebro o medicamento não alivia os sintomas do Parkinson.
Para evitar a conversão da levodopa em dopamina na periferia, administra-se a carbidopa ou benserazida (co-beneldopa), inibidores periféricos da enzima dopa descarboxilase. Sua função é impedir que a levodopa seja convertida em dopamina fora do cérebro. Isso permite que mais levodopa chegue ao SNC, aumentando sua eficácia e reduzindo os efeitos colaterais periféricos. Se estes medicamentos não forem administrados, apenas 1 a 3% da levodopa atinge o cérebro.
Em que horário a levodopa deve ser utilizada?
A levodopa deve ser utilizada preferencialmente pela manhã, em jejum. Ela é transportada para o cérebro por transportadores de aminoácidos grandes neutros (LAT-1), que também transportam aminoácidos presentes em proteínas da dieta, como a tirosina e a fenilalanina.
Assim, refeições, especialmente ricas em proteína, competem com a levodopa pelos mesmos transportadores no intestino e na barreira hematoencefálica. Isso pode reduzir a absorção e o transporte da levodopa para o cérebro, diminuindo sua eficácia.
Se o paciente for utilizar a medicação em outro horário é importante dar um intervalo de pelo menos 2 horas após o último consumo de alimentos fonte de proteína. É possível tomar levodopa com alimentos fonte de carboidratos (ex.: torradas ou biscoitos), se houver desconforto gástrico.
Em resumo:
Levodopa é o medicamento principal que atua no cérebro.
Carbidopa potencializa o efeito da levodopa, reduzindo sua degradação periférica e os efeitos adversos.
No jejum, não há competição entre a levodopa e os aminoácidos das proteínas da dieta nos transportadores intestinais e no cérebro. Sem a interferência das proteínas, os níveis de levodopa no sangue são mais estáveis, garantindo um efeito terapêutico mais previsível.
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