Desnutrição e Alzheimer

Estudo investigou a prevalência do declínio cognitivo em centenários e idosos da China, com foco especial na relação entre nutrição e esse declínio. Realizado dentro do Estudo de Coorte de Centenários de Hainan, envolveu 946 participantes e utilizou o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) para avaliar a função cognitiva (Feng et al., 2022).

Resultados Principais:

  1. Prevalência do Declínio Cognitivo: O estudo encontrou uma maior prevalência de declínio cognitivo entre os centenários em comparação aos idosos mais jovens. Isso sugere que a função cognitiva tende a diminuir mais acentuadamente na população de centenários.

  2. Relação com a Nutrição: A desnutrição foi identificada como um fator importante associado ao declínio cognitivo. Índices nutricionais, como o Índice Nutricional Prognóstico (PNI) e a Avaliação Nutricional Mini – Forma Curta (MNA-SF), apresentaram valores significativamente menores nos participantes com declínio cognitivo.

  3. Associação entre Nutrição e Função Cognitiva: Análises mais detalhadas revelaram que pontuações mais altas no PNI e MNA-SF estavam associadas a uma menor probabilidade de declínio cognitivo. Indivíduos com melhores indicadores nutricionais também apresentaram melhores resultados no MEEM.

Conclusão:

O estudo enfatiza a importância do tratamento da desnutrição para prevenir ou retardar o declínio cognitivo em centenários e idosos. Investir em estratégias para melhorar a nutrição dessas populações pode ser uma medida crucial na promoção da saúde cognitiva a longo prazo.

Esses achados destacam a relevância de abordagens nutricionais preventivas no cuidado de idosos, principalmente em grupos etários mais avançados, como os centenários.

Cuidados nutricionais na demência

Organizações que prestam cuidado a pessoas com demência devem estabelecer procedimentos para atender às suas necessidades de nutrição e hidratação, orientando a prática de forma eficaz. É crucial identificar e gerenciar possíveis causas de desnutrição e desidratação em pessoas com demência (Volkert et al., 2024).

Devido ao alto risco de desnutrição e desidratação, orientação alimentar deve ser oferecida a pessoas com demência e seus familiares. Esse aconselhamento deve ser preventivo e conduzido por um especialista em nutrição para garantir qualidade.

Os cuidados nutricionais exigem consciência, conhecimento e habilidades para oferecer alimentos e líquidos adequados, reconhecer problemas nutricionais e manejar os desafios relacionados à alimentação e hidratação enfrentados por pessoas com demência. Isso inclui iniciar intervenções para prevenir e tratar desnutrição e desidratação.

Triagens de rotina para desnutrição e desidratação, juntamente com avaliação nutricional e monitoramento próximo, são essenciais. A nutrição oral deve ser apoiada abordando causas potenciais de desnutrição e desidratação, além de oferecer suporte social e de enfermagem adequados.

Suplementos nutricionais orais são recomendados para melhorar o estado nutricional. Nutrição e hidratação enteral e parenteral são consideradas opções temporárias para pacientes com demência leve ou moderada, mas não para aqueles com demência grave ou em fase terminal da vida.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/